Nº 2429/2430 - Junho/Julho de 2004
2429/2430 - Junho/Julho de 2004
Editorial - Uma outra perspectiva da Revolução nos Assuntos Militares: Estado, Governantes e Militares
General
Gabriel Augusto do Espírito Santo
Na segurança internacional e na natureza, causas e estrutura dos conflitos que a podem influenciar, a que não são estranhas novas ameaças, tremendas alterações estão em curso. Perguntam uns, preocupados com as alterações que o fim do bi-polarismo da Guerra Fria provocou na cena internacional e a falta de respostas eficazes para a resolução desses conflitos, que nova ordem internacional se deve procurar, que alterações introduzir na Carta das Nações Unidas que há mais de cinquenta anos regulam aquela ordem, que nova cultura e regras introduzir nos princípios da Carta. [...]
Ainda os Submarinos
General
António Eduardo Queiroz Martins Barrento
A idade dos submarinos de que dispomos e o reequipamento das Forças Armadas levantaram, há já alguns anos, o seguinte problema: devemos manter ou não uma capacidade submarina?
 
O assunto, que a revolução geopolítica operada desde 1989 obriga a ser repensado, tem suscitado posições contraditórias, com argumentos, por vezes, pouco convincentes e sem se invocar aquele que justificará continuarmos a tê-los: o facto de precisarmos deles para combater.
 
Sendo o poder político quem decide quais os cenários em que pretende empregar as FA (tendo em conta a sua probabilidade de ocorrência e os riscos que pretende assumir), deverá ser ele a dizer se considera cenários em que os submarinos são necessários e se, nesse caso, esse meio naval é prioritário em relação a outros meios cuja aquisição por essa razão fique adiada.
 
Política Europeia Comum de Segurança e Defesa - Enquadramento histórico
Tenente-general PilAv
António de Jesus Bispo
São elencados alguns dos factores de identidade europeia, esboçado o processo de constituição das unidades políticas na Europa, ao longo da História, e enumeradas algumas das questões que deram origem a conflitos violentos entre unidades políticas e no interior de unidades políticas.
 
Sugere-se que o conceito de identidade europeia esteja mais associado à legitimidade representativa, do que aos vários substratos culturais, sem negar a existência de factores culturais comuns.
 
Relatam-se as Actas das principais reuniões de alto nível, com especial destaque para aquelas que trataram da aprovação de Tratados. Deu-se particular atenção ao processo de definição e implementação da política de segurança e defesa europeia, relevando-se a Cimeira Franco-Britânica de Saint Malo e o Conselho Europeu de Junho de 1999, e todas as acções subsequentes até ao ano de 2002.
 
No final tecem-se algumas considerações sobre os dilemas europeus no estabelecimento duma política de defesa.
A Guerra de Informação: Perspectivas de Segurança e Competitividade - 2.ª Parte
Coronel
José António Henriques Dinis
A utilização da “Informação” e do “Conhecimento”, ao nível de toda a sociedade, tem hoje um papel diferente e cada vez é mais importante para os diversos actores desta “Aldeia Global”, onde se pensa que todos aspiram por um Mundo melhor.
 
A Informação passou de um mero instrumento de apoio às diversas actividades das organizações, para se constituir no próprio objecto de determinadas actividades económicas, sociais, culturais, políticas e mesmo militares. A Informação passou a ser um activo das organizações, que quando transformada em Conhecimento, pode contabilizar-se em valor do seu Capital Intelectual, associado aos Processos, às Pessoas e às Tecnologias.
 
A Informação e o Conhecimento, são na actualidade as novas armas da Sociedade da Informação, que se bem aplicadas tornam as organizações mais competitivas. Estas “armas”, mesmo que se apresentem num sentido figurado, com um significado associado à competitividade, têm também uma aplicação no âmbito de situações de conflitualidade, onde se incluem as operações militares.
 
A Sociedade Centrada em Rede, tirando partido das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, permite-se obter vantagens competitivas pela posse de mais e melhor Informação e Conhecimento. A competitividade levada ao extremo, pode derivar para procedimentos ilícitos, e neste caso podemos enquadrar essas situações em actividades de Guerra de Informação.
 
A segurança dos sistemas de informação, apresenta-se como um factor de mais-valia para se conseguir condições de maior competitividade, pela utilização da Informação em condições de vantagem perante os concorrentes do sector de actividade e outros, nomeadamente através da Internet.
 
Sabendo-se que se conseguem obter vantagens competitivas, através da utilização da Informação e da importância do seu valor, algumas vezes através de actividades ilícitas, então novas preocupações e novas perspectivas se criam e carecem ser analisadas e reflectidas.
 
Aqui fica o nosso contributo, com algumas análises e reflexões sobre estes temas, para concretizar os objectivos da elaboração deste trabalho, e deixar o caminho aberto a outros que se permitam alargar o estudo destas matérias, da maior importância e incidência em todos os sectores da Sociedade, e em particular no âmbito da Segurança e Defesa.
O Sistema de Qualidade na Defesa Nacional
Major
José Augusto Rosa Dias
A Gestão pela Qualidade nas organizações está na origem de grandes movimentos mundiais de desenvolvimento industrial, como o caso do Japão no pós segunda grande guerra, e ao qual Portugal não tem querido passar ao lado, nomeadamente com a criação do SPQ (Sistema Português da Quali­dade).
 
O sector da Defesa, de uma forma particular, não pode deixar passar a oportunidade de adopção de práticas que inegavelmente são oportunidades de melhoria para as organizações envolvidas. A criação/implementação de um sistema da Qualidade no campo da Defesa afigura-se com uma oportunidade estratégica para uma maior credibilização das nossas Forças Armadas e de certo trará em termos nacionais um incremento ao apoio à participação da nossa indústria em consórcios internacionais para o desenvolvimento e fabrico de equipamentos para aplicação nas diferentes áreas de actividade militar.
 
Neste contexto, o estabelecimento de sistemas de reconhecimento da implementação de Boas Práticas permitem, não só motivar quem se esforça por desenvolver um trabalho mais eficiente, como servir de incentivo a todos os outros que através dos mesmos processos possam alcançar progressos semelhantes com vista à criação de umas Forças Armadas mais Objectivas, Eficientes e Funcionais.
Crónicas - Notícias do Mundo Militar
Coronel
Carlos Gomes Bessa
  • Apreciação de extractos relativos à PESC-PESD das conclusões da Presidência do Conselho Europeu;
  • Análise da eventual contribuição da Grã-Bretanha na construção da União Europeia e do seu estreitamento de relações com a França e defesa da criação de uma parceria entre a União Europeia e os Estados-Unidos.
 
Crónicas - Crónicas Militares Nacionais
Tenente-coronel
Miguel Silva Machado
  • Curso de Sargentos do Exército;
  • Assinatura do contrato de construção de dois navios;
  • Dia da Marinha;
  • Quantitativos máximos de Voluntários e Contratados;
  • Força Aérea volta a integrar a ISAF (Afeganistão);
  • Cabo Verde encara possibilidade de aderir à NATO;
  • Fragata “Álvares Cabral” integrou operação “Active Endeavour”;
  • Exército tenta cativar desempregados;
  • Doação de equipamento não letal às Forças de Defesa de Timor-Leste;
  • Último batalhão português regressa de Timor-Leste;
  • 11º Encontro Nacional de Combatentes.
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