As considerações que se seguem serão genéricas, descondicionadas e descomprometidas. Não se seguirá a metodologia clássica, com apresentação de propostas baseadas em referências bibliográficas certificadas, ou em doutrinas aprovadas, assim como não existe outra motivação que não seja de natureza académica ou de exercício intelectual.
As reformas do ensino superior, ou a qualquer outro nível de ensino, devem ser isso mesmo: reformas. A revolução poderá existir quanto a um princípio, a uma ideia básica, nunca em relação ao sistema no seu conjunto, cuja reconstrução ou melhoria tem sempre um carácter evolutivo, relativamente lento. A título de exemplo aí temos o que se designou por Processo de Bolonha, iniciado há cerca de seis anos, na sequência de programas anteriores, e que deverá estar implementado apenas em 2010.
As razões para se seguir esta via da reforma parecem claras. Todas elas têm uma relação com o tempo. Apesar da construção prática se poder ir fazendo, peça a peça, ela deve no entanto ser concebida na totalidade, com uma ideia clara daquilo que se vai materializar ao longo do tempo - criar essa ideia, conceber esse plano, colocar cada uma das peças, leva tempo. (...)