Nº 2476 - Maio de 2008
2476 - Maio de 2008
EDITORIAL - Forças Armadas e Guerras do Futuro
General
Gabriel Augusto do Espírito Santo
 
Conceber, armar e equipar, instruir e treinar forças armadas para conflitos do futuro constitui actualmente um debate que envolve planeadores da defesa e comandantes militares e que vai continuar, dando sequência às variadas e cíclicas revoluções militares que atravessam a História, muitas vezes cons­truindo mitos e esquecendo a função essencial daquelas forças: combater quando necessário.
 
A natureza e formas das actuais guerras no globo, que por ser politica­mente mais correcto se desejam enquadrar na classificação geral de conflitos, têm conduzido a encarar essas situações mais como operações de segurança do que de defesa, com as inerentes consequências na forma e vontade de combater das forças armadas e nos tradicionais parâmetros de planeamento da defesa. Há quem argumente que a natureza da guerra, no seu carácter trinitário concebido por Clausewitz é coisa do passado e fala-se de estratégias não-clausewitzianas. (...) 
A Diplomacia 1890-1910: A Chave para a Manutenção do Império Africano
Brigadeiro-general
Luís Fernando Machado Barroso
 
A diplomacia portuguesa tem desempenhado ao longo da história um papel preponderante na defesa dos interesses nacionais. É reconheci­damente o instrumento de poder que mais tem contribuído para a afirmação de Portugal no Mundo. Quando nos finais do século XIX os apetites das potências europeias por África se manifestam de uma forma explícita, Portugal vê neles uma séria ameaça ao seu império e parecia óbvio que não resistiria ao poder das potências que lutavam pela hegemonia europeia: a Alemanha e a Inglaterra. Fica óbvio na Conferência de Berlim em 1885 e mais tarde com o ultimatum britânico que dificilmente Portugal conseguiria manter o seu império africano. Contudo, Portugal, utilizando de forma hábil a sua diplo­macia, onde o marquês de Soveral e o rei D. Carlos foram proeminentes, consegue fazer valer a sua influência junto da potência que melhor defendia os seus interesses, numa demonstração clara da diplomacia como instru­mento de poder do Estado.
Políticas de Segurança e Defesa em África e para África. O papel das Organizações Regionais Africanas.
Coronel
Luís Manuel Brás Bernardino
 
A actual tipologia de conflitos no mundo, simultaneamente “regionalizados”, porque se confinam a uma região específica, mas também mais do que nunca, “globalizados”, pois tem repercussões bem para além do espaço geográfico das fronteiras que os confinam, afectam as dinâmicas geoestratégicas mun­diais. Por esse motivo, os conflitos regionais são acontecimentos conjunturais, processos dinâmicos, ligados a actividades que variam em função do tempo, do espaço, dos interesses em causa, dos actores envolvidos e actualmente mais do que nunca, da conjuntura internacional. Este fenómeno tem uma expressão bem visível em África, onde se constata a existência de uma dinâmica de parcerias “bi-multilaterais” afectas a conjunturas variáveis, propi­ciando a existência de uma desmultiplicação na identidade dos actores que partilham nestes espaços, as questões em torno da segurança e da defesa regional e continental. Neste contexto, alguns autores consideram que as Organizações Regionais Africanas constituem presentemente os elementos mais capazes e os mais participativos nas dinâmicas da paz e da segurança neste continente e que reside nestas entidades, o futuro da segurança e do desenvolvimento sustentado no continente africano para o século XXI. Este artigo procura sintetizar e dar a conhecer algumas destas Organizações Regionais Africanas, focalizando o seu papel em prol da segurança e da defesa na sua área de intervenção regional e em África.
A Afirmação da Europa no Panorama Internacional
Capitão
José Manuel Simões de Matos
 
Sempre que a união europeia se consciencializa da existência de uma vontade que reflicta os interesses e os valores comuns europeus e os Estados estejam dispostos a sobrepor aos seus interesses imediatos o interesse colectivo a identidade europeia torna-se uma realidade adquirindo visibilidade.
 
Ao não dispor de autonomia suficiente para alcançar os seus objectivos e defender os seus interesses estratégicos, a união procura no seio da NATO assumir as suas responsabilidades pela defesa e segurança europeia.
 
Para alcançar a salvaguarda dos valores comuns e dos interesses fundamentais da união, os Estados-Membros concordaram em adoptar activamente e sem reservas a política externa e de segurança da união, num espírito de lealdade e de solidariedade mútua, e abster-se de empreender quaisquer acções contrárias aos interesses da união ou susceptíveis de prejudicar a sua eficácia como força coerente nas relações internacionais.
 
A assumpção principal é a de que não existe uma política externa única da união. O que há é uma política externa comum que não substitui as políticas externas nacionais, mas vem completá-las, e se manifesta quando todos se põem de acordo sobre este ou aquele assunto para fazer uma declaração, tomar uma posição ou empreender uma acção comum. O equilíbrio entre as tomadas de decisão e o respeito pelos interesses nacionais torna-se assim essencial.
 
O aumento das capacidades de defesa europeias começa a ser uma realidade quer no âmbito da gestão das crises e no reforço da cooperação europeia em matéria de armamento, através da Agência Europeia de Defesa, quer no comprometimento dos Estados-Membros em melhorar a disponibilidade, interoperabilidade, flexibilidade e capacidade de destacamento das suas Forças Armadas, através do princípio da cooperação.
 
Uma Europa com uma defesa mais eficaz é possível através da integração das políticas de defesa europeias e do aprofundar da cooperação militar interna. Desta forma os europeus terão acesso às capacidades necessárias para partilharem as responsabilidades de segurança global.
Qual o melhor Preditor da Satisfação entre os Oficiais do Exército Português
Capitão
Pedro Luís Raposo Ferreira da Silva

 

A Satisfação Organizacional é uma pedra basilar do funcionamento das Organizações. Organizações com maiores índices de Satisfação Organizacional são em princípio, mais produtivas e eficientes. No entanto, nas Forças Armadas só recentemente se iniciou o estudo desta temática, tendo os primeiros instrumentos sido aplicados no Exército na década de 90. Este trabalho pretende descortinar quais os melhores preditores da satisfação dos Oficiais do Exército, transformando-se assim numa ferramenta de apoio à decisão dos Comandantes.

I - Crónicas Militares Nacionais
Tenente-coronel
Miguel Silva Machado
   
  • “Comandos” voltam à Serra da Carregueira;
  • Dia do Combatente;
  • 5ª Esquadrilha de Submarinos da Marinha;
  • Presidente timorense distingue GNR;
  • Nova medalha do MAI atribuída pela primeira vez;
  • Fragata “Corte-Real” intercepta traficantes de droga no alto mar;
  • 97º Aniversário da Guarda Nacional Republicana;
  • Nova página da Comissão de Defesa Nacional da Assembleia da República.
II - Crónicas Bibliográficas
 
  • A Guerra Peninsular - da Génese ao seu Termo - (1793-1813);
  • Grandes Estrategistas Portugueses - Antologia.
Major-general
Adelino de Matos Coelho
Coronel
Manuel Carlos Teixeira do Rio Carvalho
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