As comemorações relativas à evocação do centenário da participação de Portugal na I Guerra Mundial (I GM) têm vindo a permitir uma reflexão mais objetiva, quer sobre as razões da participação nacional no conflito quer sobre as condições em que essa participação foi conduzida, em termos militares, nos teatros de operações, primeiro, em África – em Angola e Moçambique – e depois, no centro da Europa – na Flandres.
É habitual referir-se que a História não se repete. Porém [...]
A disputa política entre Liberais e Conservadores, subsequente à maioridade do Imperador do Brasil D. Pedro II, deu origem, em 1842, a duas revoltas, nas províncias de São Paulo e Minas Gerais. Na ocasião, o Exército Imperial brasileiro foi empregado para sufocar os levantes, sob o comando do Barão de Caxias, que já surgia como uma das principais lideranças militares do Império. O presente artigo analisa a atuação do Exército Imperial brasileiro na pacificação desses movimentos, com destaque para os aspectos militares e para a atuação de Caxias.
Neste artigo refletimos sobre a teoria luso-tropicalista, enquanto modelo ideológico da gestão colonial portuguesa. Esta teoria ganhou força com a obra Casa-grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre, que apresentava o colonialismo português como o mais filantrópico de todos, devido à predisposição para uma colonização híbrida, e à grande capacidade de integração e de aclimatação, que permitiu aos portugueses fixarem-se mais pacificamente em vários territórios africanos, asiáticos e americanos, e criarem sociedades multirraciais e com mestiçagem. Centrando o debate em torno da relação estabelecida entre colono e colonizador, concluímos que o luso-tropicalismo nunca foi incorporado plenamente no discurso oficial, e como tal não representa o modelo ideológico da gestão colonial portuguesa. É, portanto, uma aspiração, de um mito, só utilizado pelo Regime para legitimar a sua “missão civilizadora”.
Iniciando com um breve enquadramento histórico da região onde ocorreram as designadas “Primaveras Árabes”, o autor vai procurar provar se os países por elas atingidos continuam a receber apoios externos e quais as principais consequências para esses mesmos países e para o equilíbrio da região, principalmente para as fronteiras a sul da UE.
A Operação Tridente foi uma das maiores operações executadas pelas Forças Armadas portuguesas durante a Guerra Colonial. Esta operação apresenta alguns predicados que a tornam um dos momentos militares mais marcantes de todo o conflito na Guiné, quer para as forças portuguesas, quer, inclusivamente, para o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que a utilizará abundantemente na propaganda interna e externa. Do lado português, a execução de uma operação convencional de grande envergadura, nos inícios de 1964, acabou por marcar o final de um período de certo desajuste estratégico, que viria a culminar na aglutinação da governação política e da chefia militar numa única pessoa, o, então, brigadeiro Arnaldo Schultz.
O principal objetivo deste texto é enfatizar a importância das relações germano-russas durante os anos 1920 e a tradição militar prussiana no desenvolvimento do “modo alemão” de combater, que ficou conhecido como Blitzkrieg. O seu desenvolvimento foi o resultado de uma combinação de condições únicas, das quais pretendemos destacar duas: o contacto com as ideias do general soviético Mikhail Tukhachevskii, que desenvolveu o conceito de “batalha em profundidade” como método de ultrapassar o imobilismo resultante da sobreposição do potencial de fogo sobre o movimento na I Guerra Mundial; e a tradição militar prussiana, que colocava ênfase no espírito crítico e intrepidez dos oficiais e que foi essencial para que as unidades de panzers pudessem ser utilizadas de forma independente em toda a profundidade do campo de batalha. Por esta razão, a invasão da França, em maio de 1940, que é utilizada como o seu paradigma, não pode ser explicada unicamente pela superioridade doutrinária, mas também pelo arrojo da liderança alemã e o risco que correu ao levar a cabo o seu plano.
Sem prejuízo dos esforços para o mitigar, o conflito de interesses é uma constante verificável na evolução das sociedades humanas – na impossibilidade de negociar, a violência armada surge como forma extrema de coacção para impôr a vontade. O Exmo. General Gabriel Augusto do Espírito Santo, nosso consócio e Diretor da Revista de 2000 a 2011, nesta sua Obra “Da Arte da Guerra à Arte Militar” descreve e analisa as envolventes da violência organizada, enquanto fenómeno social que é, retirando conclusões para o futuro. Neste contexto, a Guerra, olhada em toda a sua extensão, é dissecada pelo Autor para, através da análise das suas origens, desenvolvimentos e consequências, tirar ilações sobre a sua natureza e razão de ser. [...]
O General Loureiro dos Santos, que viveu intensamente “Tempos de Guerra” e que construiu paulatinamente “Tempos de Paz”, dedica este “Tempos de Crise” aos portugueses íntegros, preocupados com a independência de Portugal e com o bem-estar dos seus compatriotas. Quase cinco anos depois da publicação do volume VI da coleção Reflexões sobre Estratégia, esses mesmos portugueses aguardavam com alguma expectativa a publicação do volume VII, entremeado com algumas obras de leitura obrigatória, caso das “Forças Armadas em Portugal”, publicada em Maio de 2012. [...]