As Cruzadas, a Revolução Francesa, a Primeira e Segunda Guerras Mundiais, a Guerra Fria, a Queda do Muro de Berlim e o 11 de Setembro de 2001 são, entre muitos, pontos no curso da história que, pela sua importância, são considerados como referência quando se pretende identificar acontecimentos, que pelas suas características, tiveram a capacidade de alterar as relações de poder entre os Estados.
Perante a percepção de que não existiria uma ameaça com capacidade para pôr em causa a “pax americana”, este país decidiu empreender ao nível das suas Forças Armadas (FA) uma “transformação” que dificilmente encontrará paralelo na história militar contemporânea. Fazendo uma leitura correcta do conjunto das ameaças emergentes, nas últimas décadas do século XX e primeiras do século XXI, a par da compreensão das mais valias das novas tecnologias, os EUA elaboraram uma “Visão” daquilo que serão as relações de poder até, e para além de 2030, e dos consequentes desafios que as suas FA terão de enfrentar com vista a assegurarem os interesses, deste país, em todo o mundo.
A transformação que estas FA estão a empreender, terão uma implicação extraordinária na forma de conduzir a guerra, principalmente na capacidade de projecção da força para qualquer parte do globo, num espaço de tempo muito reduzido, impondo a presença americana de forma quase imediata - se atendermos aos padrões actuais. Assim, a possibilidade do emprego da força por parte das futuras Administrações passará a estar ainda mais reforçada.
Esta transformação representa não só um salto quantitativo e qualitativo nas Forças Armadas americanas, mas é acima de tudo mais uma pedra no complexo jogo das relações internacionais e que permitirá aos Estados Unidos liderar, de forma inequívoca, durante as próximas décadas.