Nº 2443/2444 - Agosto/Setembro de 2005
2443/2444 - Agosto/Setembro de 2005
EDITORIAL - Identidade Nacional e Segurança Nacional
General
Gabriel Augusto do Espírito Santo
A recente globalização, entendida como processo de transposição das fronteiras do Estado-Nação nos domínios da economia, das culturas e da comunicação-informação, entre outros, tem merecido inúmeras reflexões sob variadas perspectivas. Duas dessas reflexões assumem relevo nos meios internacionais de discussão: a circulação de produtos de novas economias emergentes em espaços económicos com regras consolidadas, mas que aceitaram regras de comércio internacional e a fixação de pessoas de diferentes culturas em sociedades abertas e onde o processo de aculturação não se tem verificado. Uma e outra têm levantado questões de identidade nacional e de segurança nacional. (...)
Transportes Futuros na Revista Militar
Coronel
António de Oliveira Pena
Polémica Real - 1860
OTA e TGV - 2005
 
Quando os caminhos de ferro materializaram pela primeira vez o conceito de velocidade no mundo moderno, meados do século XIX, na Revista Militar, números de 1860, a propósito da construção do Caminho de Ferro do Leste, discutiam-se com respeito mútuo e elevação, as razões económica e estratégica, esta ainda apenas integrada no valor militar, da inovadora obra de engenharia. (...)
 
O Conflito Assimétrico e o Desafio da Resposta - Uma Reflexão
General
José Luiz Pinto Ramalho
O autor reflecte sobre o Conflito Assimétrico, enquadrando-o no contexto da conjuntura estratégica actual e no quadro da nova conflitualidade, sobre a qual procura fazer uma caracterização, analisando os potenciais actores, instrumentos e procedimentos.
 
No âmbito da análise daquela conflitualidade, são abordadas as novas ameaças, em particular o fenómeno actual do terrorismo e a proliferação de armas de destruição maciça, assim como a necessidade da sua contenção.
 
Quanto ao conflito assimétrico, relaciona-o com a tecnologia disponível e com a sua utilização de forma não tradicional, para fins violentos, o comportamento dos seus agentes, designadamente quanto aos seus interesses, objectivos, motivação e organização.
 
Com base nessa reflexão é proposto um espectro para o conflito actual, relacionando as acções violentas, como seu grau de intensidade, risco e probabilidade.
Consequências e Reflexos da Participação da Feb na Segunda Guerra Mundial
Coronel
Luís Paulo Macedo Carvalho
O autor reflecte sobre o Conflito Assimétrico, enquadrando-o no contexto da conjuntura estratégica actual e no quadro da nova conflitualidade, sobre a qual procura fazer uma caracterização, analisando os potenciais actores,instrumentos e procedimentos.

O autor reflecte sobre o Conflito Assimétrico, enquadrando-o no contexto da conjuntura estratégica actual e no quadro da nova conflitualidade, sobre a qual procura fazer uma caracterização, analisando os potenciais actores,instrumentos e procedimentos.

No âmbito da análise daquela conflitualidade, são abordadas as novas ameaças, em particular o fenómeno actual do terrorismo e a proliferação de armas de destruição maciça, assim como a necessidade da sua contenção.

Quanto ao conflito assimétrico, relaciona-o com a tecnologia disponível e com a sua utilização de forma não tradicional, para fins violentos, o comportamento dos seus agentes, designadamente quanto aos seus interesses, objectivos, motivação e organização.

Com base nessa reflexão é proposto um espectro para o conflito actual, relacionando as acções violentas, como seu grau de intensidade, risco e probabilidade.

Uma Visão Geopolítica do Conflito no Iraque
Coronel
Carlos Manuel Mendes Dias
Com uma «Visão Geopolítica do Conflito no Iraque», pretende-se verificar da existência de razões justificativas da intervenção da coligação liderada pelos Estados Unidos da América no espaço iraquiano, considerando tempos que viajam para além do imediato e buscando visões que se caracterizem pela abrangência.
 
Os objectos da matriz de reflexão que se propõe são alguns factores geopolíticos/geoestratégicos procurando-se, simultaneamente e no início, referenciar parcialmente a teorização geopolítica clássica.
 
Aqueles inserem-se no vasto domínio da geopolítica/geoestratégia, onde para além dos inerentes modelos de dinâmica de Poder envolvidos, encontramos os relativos ao emprego ou ameaça de emprego da coacção.
 
O domínio onde evoluímos é frio, desprovido de emoção, evitando-se assim leituras desapaixonadas, manipulativas e, por vezes, claramente tendenciosas.
 
A análise efectuada teve em conta, também, a lógica semiológica à altura em que a “pena” passou para o papel os conteúdos reflexivos e o contexto da sua explanação.
O Irão fica ao lado
Doutor
André Sopas de Mello Bandeira
O artigo liga o Irão e o Afeganistão como elementos base de um mesmo contexto geopolítico no qual a NATO tem muito a jogar. As análises simplistas do Irão devem ser evitadas e a recente eleição constitucional de um dirigente radical, Mahmud Amahdinejad, para Presidente deste país deve ser entendida com um aviso contra formas menos reflectidas de transformar o mundo, especialmente iniciando um processo naquela área. Os interesses geopolíticos do Irão são complexos, maleáveis e constantes.

Mas este país tem objecti­vamente tudo a ganhar com a estabilidade no seu vizinho Afeganistão, bem como todos os actores internacionais. Para isso, deve colaborar, mesmo indirectamente, com a NATO.

As Empresas Militares Privadas vieram para ficar?
Coronel
Nuno António Bravo Mira Vaz
A privatização das actividades de segurança foi encorajada por um conjunto de circunstâncias, de que se destacam a reconfiguração do poder mundial no pós-Guerra Fria, as reduções nos efectivos das Forças Armadas dos países desenvolvidos, o desinteresse dos países ocidentais em intervir out-of-area e a constatação de que o recurso às EMP facilita a projecção de forças para áreas de conflito armado. E também, ainda que nenhum responsável o confesse, porque as EMP podem funcionar como agentes de interesses dos Governos, em regiões onde não seja aconselhável o envolvimento de Forças Armadas nacionais.
 
A forma como as EMP se posicionam no mercado, levando a cabo activi­dades muito próximas das missões de carácter militar, coloca de imediato uma questão de legitimidade, sobretudo quando se sugere que elas podem tomar parte nas acções de apoio à paz a cargo das Nações Unidas ou até, como antecipam alguns especialistas, substituir as Forças Armadas em missões que não sejam vitais para a segurança nacional.
 
Semelhantes perspectivas, implicando que as empresas militares privadas são capazes de criar um tipo de poder militar armado não residente no Estado, constituem um perigo real que urge impedir por todos os meios.
A Intervenção Aliada no Kosovo
Tenente-coronel
João Ricardo de Sousa Barbosa e Dias Costa
Este artigo foi feito com base num trabalho apresentado no âmbito do seminário “A Europa, Cultura e História”, orientado pelo Professor Doutor Fernando Catroga e integrado no mestrado de “Estudos sobre a Europa: Europa - As visões do outro” da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
 
Com o regresso de uma Força Nacional Destacada (FND) ao Kosovo (o 2º BI/BLI iniciou a sua missão em Fevereiro de 2005) e o aumento do empenhamento da União Europeia nos Balcãs (substituição da SFOR por uma força militar liderada pela União Europeia - EUFOR) torna-se oportuno relembrar as razões da intervenção militar internacional no Kosovo, bem como as actividades político-diplomáticas que a antecederam.
 
O artigo começa com um breve enquadramento histórico, para depois abordar a intervenção aliada, nomeadamente no que respeita às opções diplomáticas antes e durante a operação. Tentar-se-á, igualmente, apontar a importância estratégica do Kosovo, quer para os seus vizinhos, quer para a comunidade internacional (procurando a razão que a levou a intervir).
O Embargo de Armas à China: Motivações e Vulnerabilidades
Tenente-coronel
Manuel Alexandre Garrinhas Carriço
A União Europeia e os Estados Unidos têm diferentes percepções sobre o crescimento da China e o seu modus operandi estratégico no seio do sistema internacional. Enquanto que para a União Europeia (UE), a China é uma potência unidimensional em ascensão, orientada para o comércio e sem intuitos bélicos, com uma sociedade em transição que tenta aglutinar as contradições e reduzir as complicações da transição de um socialismo de Estado para um socialismo de mercado; para os Estados Unidos, ainda que reconhecendo a sua dimensão económica ascensional, ela arvora ambições político-militares regionais que se estendem desde o Oceano Índico até ao Nordeste Asiático, podendo entrar em confronto directo com os seus interesses na região, cuja questão de Taiwan é a face mais mediatizada.
 
O presente artigo visa transmitir uma perspectiva necessariamente sumária das envolventes a esta problemática, bem como das virtudes e defeitos de cada uma das posições assumidas pelos três intervenientes.
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