O artigo consiste essencialmente na exposição de uma doutrina sobre a origem e a condução dos conflitos típicos dos nossos dias, em que a sua característica dominante é a persistência. São conflitos que perduram no tempo e que passam por períodos de grande violência, interrompidos por fases latentes para depois renascerem, e onde o conceito moderno da monopolização da violência ao nível do Estado deixa de ter aplicação, essencialmente porque parte dos actores não são Estados e não usam os instrumentos tradicionais da violência, por princípio condicionados.
Sublinha-se a dicotomia insanável entre as visões realista e idealista, ao nível da doutrina, e descrevem-se os elementos essenciais destas doutrinas.
Passa-se a um outro nível de análise, o dos modelos, para uma interpretação da realidade, sem contudo deixar de referir que a concepção desses modelos não pode deixar de ser influenciada pelos pressupostos ou crenças básicas daquelas correntes de pensamento.
Reforça-se a importância do conflito interno ao nível da análise, e exemplificam-se dois casos: o conflito nacionalista e o conflito étnico.
Para o enquadramento deste trabalho teórico descreve-se um caso concreto de um conflito de longa duração: o caso do conflito entre israelitas e palestinianos.