“Deus Quer, O Homem Sonha, A Obra Nasce...”.
O presente artigo subordina-se aos cinco pontos seguintes: 1. º Nota introdutória; 2. º O que é Portugal?; 3. º Para quê Portugal?; 4.º Onde é Portugal?; 5.º Últimas considerações.
Em relação ao 1. º ponto, procuramos fazer o “estado das artes” no que respeita ao quotidiano triste, ao dia-a-dia sem alma em que o País tem vindo a viver nos últimos tempos.
Fazemos, ainda, o confronto entre o pessimismo das élites e a determinação do Povo, sobretudo o esquecido e já sem voz, no que respeita aos rumos pátrios a seguir.
Quanto ao 2. º ponto, defendemos que as realizações de índole material são o plano instrumental para a realização da Pátria.
Se a Pátria é a terra e os mortos (Maurice Barrès) ela é, fundamentalmente, como declarou Claudel, o mar e os vivos, sendo, também, naqueles que, hoje, ainda não são.
Tendo nós provado, em termos históricos, que não podíamos ser digeridos, temos de ter presente o nosso complexo maior, o nosso atavismo de sempre: o medo em relação a Castela.
No que respeita ao 3. º ponto, preconizamos que é tempo de deixarmos como temas fulcrais das nossas vidas aqueles que são impostos de fora. Se aquiescermos à remoção do Espírito, talvez os momentos mais pessimistas de Luís de Camões, de lord Byron, de António Nobre e de Manuel Laranjeira sejam epitáfios merecidos; em contrapartida, defendemos que Portugal tem sentido se assumir como seu horizonte último os desafios lançados pelo Atlântico.
O projecto de uma Civilização Lusíada merece que consideremos alguns dos seus protagonistas teóricos: Santo António de Lisboa, D. Duarte, Diogo Homem, Sampaio Bruno. No umbral do Quinto Império - o Império sem imperador... - é mister referir o Padre António Vieira e o Mestre Agostinho da Silva.
Relativamente ao 4. º ponto, somos de opinião que Portugal é em todos os locais onde deixámos marcas, perenes, da nossa passagem. Ao eleger Luís de Camões ao plano de herói nacional, quisémos honrar a gesta lusíada e, a um tempo, a dimensão onírica que cada Português transporta consigo, esteja ele onde estiver, viva ele onde viver.
Pessoanamente, consideramos que Portugal, a Pátria comum de todos nós, “é a lingua portuguesa”.
Situados no 5. º ponto, propomos que a divisa da Portugalidade renascente seja a seguinte: Suum Quique Tribuere. À luz daquela máxima, fazemos nossas palavras de Raul Brandão e, também, de Fernando Pessoa.
Terminamos, considerando que cada um de nós, aqui ou em qualquer outro lugar, tem que viver com a austera gravidade dos Romanos da República, sendo, a um tempo, irrepetível e universalista.