Nº 2483 - Dezembro de 2008
2483 - Dezembro de 2008
EDITORIAL - Os Encontros da Revista Militar
General
Gabriel Augusto do Espírito Santo
   
A Assembleia Geral da Empresa Revista Militar mandatou a sua Direcção para organizar, anualmente e no seu programa de actividades, um programa denominado Encontros destinado a uma convivência de diferentes gerações de militares, tendo em vista a passagem de testemunho dos valores que as unem, das experiências vividas e lições aprendidas, dos elementos estruturantes da Instituição Militar e do diferenciador exclusivo daqueles que a Servem: a Condição Militar.(...)
Nota da Direcção
Coronel
António de Oliveira Pena
 
Vice-Almirante António Emílio de Almeida Azevedo Barreto Ferraz Sacchetti
Sócio Efectivo da Empresa da Revista Militar
SÓCIO CORRESPONDENTE da Academia das Ciências de Lisboa
 
No dia 09 de Outubro de 2008, em acto solene realizado na Academia das Ciências de Lisboa, o Vice-Almirante António Emílio Ferraz Sacchetti, apre­sentou a sua primeira comunicação como novo Sócio Correspondente da Academia. O Vice-Almirante Ferraz Sacchetti foi eleito em 06 de Março de 2008, integrando a sétima Secção da Classe de Ciências de Engenharia e Outras Ciências Aplicadas.(...)
A Prevenção e Resolução de Conflitos. Contributos para uma sistematização…
Coronel
Luís Manuel Brás Bernardino
 
Os conflitos conjunturais e regionalizados que surgem actualmente um pouco por todo o mundo, têm por via da globalização, implicações à escala mundial, afectando a segurança e o desenvolvimento global. Nesse sentido, temos assistido a uma intervenção crescente da Comunidade Internacional na procura de soluções optimizadas para a prevenção e resolução profi­ciente destes conflitos regionais. Neste intuito, as políticas e estratégias de combate ao subdesenvolvimento, entroncam transversalmente nas estraté­gias de resolução e prevenção de conflitos, sendo importante por esse motivo, clarificar ideias, conhecer o âmbito das acções a levar a efeito e conceber um corpo de conceitos sólido e abrangente, que poderão constitui uma ferramenta adequada para a compreensão dos fenómenos da conflitualidade no mundo. Este artigo procura dar contributos para uma melhor clarificação destas matérias, apresentando algumas perspectivas conceptuais diferenciadas no intuito de contribuir para uma melhor sistematização e um conhecimento melhor estruturado sobre a prevenção e resolução de conflitos.
Na procura do alvo: A Utilidade da Força
Tenente-coronel
Pedro Miguel Andrade de Brito Teixeira
 
A ideia de escrever este artigo surge pelo gosto de partilhar ideias e conceitos que estão inseridos no âmago da nossa profissão - a carreira das armas. Impelido pelo estimulante livro “Utility of the Force” do General Rupert Smith, procurarei salientar as ideias chave do livro.
 
Identificar consequências no actual paradigma da Guerra - Execução da Campanha entre a população - e apresentar possíveis áreas de esforço no médio e longo prazo, para um desenvolvimento das capacidades e critérios da Força Operacional Permanente do Exército (FOPE) constitui também o objectivo deste artigo.
IRAQUE: Objectivos, Estratégias e Perspectivas Futuras
Comodoro
Armando José Dias Correia
 
O 11 de Setembro de 2001 alterou radicalmente a política externa norte-americana, que passou a ser orientada por uma corrente neoconservadora com uma visão interventiva, motivada pela ideia de que um Iraque estável e democrático seria importante para a reforma e estabilização do Médio Oriente. Este artigo explica o porquê da Guerra do Iraque no contexto de uma geopolítica de acesso às fontes de energia. São apresentadas as razões e os objectivos da Administração Bush. Fica-se a perceber porque é que a vitória militar foi fácil e a estabilização está ser difícil. As perspectivas futuras são apresentadas através das estratégias dos actores com interesse na região.
 
Palavras-chave: Iraque, Golfo Pérsico, Saddam Hussein, Terrorismo, Geopolítica, Petróleo.
Acções desenvolvidas pelas Forças Armadas em missões de Paz no quadro da Organização das Nações Unidas (ONU).
Brigadeiro-general
Paulo Emanuel Maia Pereira
Brigadeiro-general
Nuno Manuel Mendes Farinha
 
O artigo, tem por base a apresentação efectuada na Fundação Pró-Dignitate integrada nas acções desenvolvidas por esta organização na Celebração do Dia Internacional da Paz e do 60º Aniversário das Ope­rações de Manutenção de Paz da ONU e assume presentemente um significado muito especial, quando Portugal, tirando partido do capital de prestígio internacional que possui e da sua colaboração no âmbito das Nações Unidas, assumiu a sua candidatura a membro do Conselho de Segurança.
 
Sendo uma opção estratégica nacional o crescente empenhamento nas OAP, este tem permitido obter excelentes resultados quanto ao prestígio internacional e à nossa afirmação externa. Na sequência da nossa história, Portugal tem mantido uma afirmação universalista como directriz de política externa. No quadro da nossa afirmação temos mantido e mesmo incrementado a nossa participação nas OAP da ONU e na sua estrutura de Manutenção de Paz.
 
O Objectivo expresso do artigo é assim apresentar uma descrição fundamentada da participação nacional nesta tipologia de operações, colaborando para o esclarecimento da Comunidade Nacional quanto ao contributo que, neste campo específico, os militares portugueses têm assegurado, sendo pois da mais elementar justiça reconhecer que as Forças Armadas são um factor de sucesso, num Portugal moderno e internacionalmente competitivo.
A Papoila e o Lótus - o narcotráfico no Afeganistão
Doutor
André Sopas de Mello Bandeira
 
 
O artigo destina-se a fazer ver que a «Droga» é um fenómeno situado no tempo e no Espaço e que estes determinam o fenómeno do narcotráfico. Sem comparar com a ideia cínica e falsa de que «o terrorista de uns é o combatente da liberdade de outros», a «Droga» ocupa um importante papel na economia básica duma das Nações mais velhas e mais pobres da Terra, o Afeganistão. Converter os elos afegãos da cadeia do narcotráfico, que não são nem os iniciais da Indústria criminal da Heroína, nem constituem os seus principais elementos, em objectivos militares, é - na opinião pessoal do autor, aqui expressa - um grande erro. E isto nada tem a ver com tolerância ao narcotráfico, nem com o discurso fluído das «razões sociais» mas tem a ver, sim, com o verdadeiro conteúdo do narcotráfico, ou seja, uma forma de circulação de liquidez e financiamento globais. Portanto: onde há Guerra, há droga e não ao contrário.
A Expedição de Loison ao Alentejo. Análise dos Relatos do Tenente-General Thiébault.
Sargento-ajudante
José Luís Assis
 
Análise dos Relatos do Tenente-General Thiébault
 
A 26 de Junho de 1808, Junot, tendo sido informado de que uma força de 10 000 ingleses se encontrava embarcada próximo da barra de Lisboa, que um destacamento tinha desembarcado em Sines e que no Alentejo ocorriam grandes movimentações de forças portuguesas e espanholas comandadas pelo Tenente-general Francisco de Paula Leite com o objectivo de se reunirem em Évora, ordenou a reunião do seu Conselho de Guerra. Este era constituído pelos generais Laborde, Travot, Thiébault (Chefe do Estado-Maior), Margaron, Taviel, os coronéis Vincent e Douence e pelo comandante Trousset. A todos Junot solicitou, por escrito, a opinião sobre o desenrolar dos últimos acontecimentos em Portugal e na Espanha.
 
Dois dias depois, voltou a reunir o Conselho de Guerra, tendo sido aprovada uma resolução na qual, entre a determinação de várias medidas, foi ordenado que fosse expedida uma ordem ao general Loison, que se encontrava em Almeida, para retirar daquela povoação e apresentar-se em Lisboa o mais rápido possível para assumir o comando da expedição ao Alentejo com o objectivo de pacificar esta província, abastecer Lisboa de víveres e socorrê-la em caso de necessidade.
Dois Relatos de Guerra - GUINÉ PORTUGUESA
Major-general PilAv
José Duarte krus Abecasis
 
 
As agruras inerentes às funções de Comando Superior das forças Armadas na Guerra do ultramar, 1961-1974, arrastaram, em acréscimo, árduas complexidades de âmbito inédito, factores exógenos ao tradicional “espartilho” do “modus vivendi” castrense. Em presença de tal anomalia, as reacções a um ajustamento inesperado, mas que se impunha por si próprio, fragilizaram o desempenho da actividade operacional em mais que um Teatro de Operações ultramarino. O caso paradigmático da GUINÉ PORTUGUESA, que se aborda no presente artigo, foi vivido com particular acuidade pelo autor que o subscreve.
 
As duras adversidades da II Guerra Mundial, confrontando os mais insignes chefes militares, inspiraram as palavras que nos ocorrem e por elas nos presidimos no nosso trânsito efémero. O grande e inquestionável vencedor da “Batalha de Inglaterra”, Air-Chief Marshal “Sir Hugh Dowding”, Comandante do “Fighter Command”, assediado pelos apavorados e nervosos políticos para que confirmasse os boatos de avantajadas perdas da Força Aérea Alemã, conseguindo elevar o abalado moral do público inglês, responde-lhes: “Eu nada tenho a ver com políticos, nem com os seus objectivos. Caso isso seja verdade a guerra acabará mais cedo; se não for, continuaremos a bater-nos e a perder mais vidas dos nossos pilotos.”
 
Não obstante o Air-Chief Marshal Dowding é exonerado do seu Comando pelo Secretário de Estado do Ar e substituído pelo seu antagonista Leigh Mallory. A política afastou-o em Nov1940, por ordens de W. Churchill. Em Dez1940 a “Batalha de Inglaterra”, com a vitória da RAF, salvou a Inglaterra da invasão pelos Exércitos de Hitler.
 
Ao constatar o discreto e subtil assédio de emissários de vários quadrantes, ousando abordar insinuações de alcance político, a resposta pronta, nos Gabinetes dos múltiplos Comandos a que fui chamado entre 1961 e 1971 (Metrópole e Ultramar) foi, invariavelmente: “Saibam que, à política, está vedada a passagem na “Porta das Armas” deste Quartel”. Resignados, dissuadidos e elucidados, “seguiam aos seus destinos”.
CRÓNICAS I - Crónicas Militares Nacionais
Tenente-coronel
Miguel Silva Machado
 
  • Dia da Defesa Nacional pode chegar às mulheres;
  • Relatório Anual de Segurança - OSCOT;
  • Novo Director do Instituto de Estudos Superiores Militares;
  • Chefe do Estado-Maior da Armada reconduzido no cargo;
  • Portugal junta-se à “European Air Transport Fleet”;
  • Lei de Programação de Infra-Estruturas Militares - Lista de Imóveis;
  • Missão no Afeganistão de novo reforçada?;
  • Antigo ministro levanta dúvidas sobre empenhamentos externos;
  • Portugal recebe 1º avião de transporte táctico C-295M;
  • Abertura do ano operacional na Marinha;
  • Utilização da “Base das Lajes”;
  • Forças Armadas em Exercício da Protecção Civil;
  • Arsenal do Alfeite;
  • Regulamentada a nova lei Orgânica da GNR;
  • Agitação no meio militar;
  • “A Importância das Linhas de Torres na Europa”.
CRÓNICAS II - Crónicas Bibliográficas

 

  • “História da Guerra do Peloponeso” de Tucídides;
  • “História da Galiza”;
  • Como evitar Golpes Militares;
  • Estratégias de Intervenção em África;
  • Em busca de uma SOCIOLOGIA DA POLÍCIA.
Major-general
Adelino de Matos Coelho
Coronel
António de Oliveira Pena
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