Nº 2494 - Novembro de 2009
2494 - Novembro de 2009
Editorial - A Guerra no Afeganistão: Lições a Aprender
General
Gabriel Augusto do Espírito Santo
Se há coisas difíceis de prever, uma delas é o futuro. E o futuro da guerra que se desenvolve no Afeganistão, desde 2001, entre uma Força Internacional de Estabilização e Apoio mandatada pelas Nações Unidas, que a partir de 2003 é comandada pela OTAN, e os mujahideen (lutadores) locais, organizados no movimento Talibã, é difícil de prever, ainda que as propostas de solução vão sendo discutidas a ritmo acelerado. O presente mostra que o conflito no Afeganistão passou a envolver o Paquistão e outros países da região, que o movimento Talibã tem estreitas relações com a al-Qaeda, que continua a recrutar em países tão diferentes como o Uzbequistão e a Somália, e que a inspiração islâmica está a crescer.
As Invasões Francesas na Formação e Ensino Militar
General
António Eduardo Queiroz Martins Barrento

A Guerra Peninsular tem vindo a ser relembrada nestes anos do bicentenário. Para Portugal ela representa um período muito difícil, mas em que conseguimos, com o apoio da Inglaterra e depois da Espanha, afastar os exércitos napoleónicos da península. Para a instituição militar ela apresenta uma série de acontecimentos que merecem a nossa reflexão e que poderão ser utilizados na formação dos nossos quadros. Da vasta panóplia de casos, que a história militar nos faculta, o artigo lembra alguns deles.

O “Regresso” da Rússia
Tenente-general PilAv
Eduardo Eugénio Silvestre dos Santos

Graças às reservas de combustíveis fósseis que possui, ao controlo sobre as vias de transporte dos mesmos, e ao aumento dos seus preços nos últimos tempos, a Rússia ressurgiu como grande potência no xadrez geopolítico mundial.

Após um resumo histórico da extracção de combustíveis fósseis no país (URSS/Rússia) desde o séc. XVIII e a extensão das suas bacias de petróleo e gás natural, analisa-se o colapso político e económico que se seguiu à desintegração da URSS e a ascenção ao poder de Vladimir Putin, que inicia uma luta sem tréguas para que o controlo das matérias-primas regresse ao Estado, perseguindo mesmo todos os que a isso se opõem. 
 
Analisa-se em seguida a utilização política dos recursos energéticos fósseis, especialmente o gás natural, em prol dos objectivos políticos do Estado: controlo económico das novas repúblicas da Ásia Central e do Cáucaso, dependência energética da Europa Central e Oriental, e o seu regresso ao papel de superpotência, graças à situação económica desafogada e à “moeda de troca” estratégica que aqueles recursos lhe proporcionam.
A situação no Kosovo e as suas perspectivas
Major-general
Raul Luís de Morais Lima Ferreira da Cunha
Após uma pequena síntese histórica relativa aos últimos anos vividos no Kosovo (1999-2008), o artigo caracteriza as presentes situações em termos políticos e de segurança e conclui com as possíveis perspectivas daí decorrentes, alertando fundamentalmente para a volatilidade da actual situação política no Kosovo e para a existência de um considerável descontentamento social. Esse aumento do descontentamento à medida que a situação económica declinar poderá levar por seu turno a uma maior agitação social, política e económica, seguida por mais incidentes de ataques a alvos mais vulneráveis até que seja conseguida a reintegração do norte do Kosovo, ou então a sua partição. A comunidade internacional terá de estar atenta à possibilidade de já estarem a ser consideradas novas opções militares, as quais têm o potencial para fazer descarrilar um instável processo político e transformar inúmeras pessoas, já de si pobres, em mais uma geração de refugiados balcânicos.
As Novas e Antigas Ameaças para Portugal e Espanha: Percepções, Realidade e Prospectivas
Major-general
João Jorge Botelho Vieira Borges
Apesar das contínuas mudanças verificadas nas relações de poder do sistema político internacional, e das crises financeira, económica, de recursos, de valores, de lideranças, demográfica e ambiental com que convivemos actualmente, as ameaças continuam a existir enquanto tal, por muito que as designações continuem a ser “branqueadas” em aceleradores da mudança, riscos e desafios ou noutras expressões mais “assépticas” e genéricas. Efectivamente, as ameaças continuam a ser uma das variáveis mais importantes do planeamento estratégico, apesar de serem hoje mais globais, mais desmilitarizadas, mais difíceis de identificar e caracterizar e menos territoriais.

Neste artigo, o autor começa por caracterizar a variável estratégica ameaça, interpretando de seguida as percepções que os cidadãos têm em relação às mesmas, em Portugal e Espanha. Estas percepções são depois comparadas com a “realidade institucional e teórica”, materializada nos ciclos de planeamento estratégico dos dois países ibéricos. No final, as considerações finais incluem o levantamento de prospectivas de âmbito estrutural para a Segurança e Defesa, no sentido de Portugal e Espanha poderem fazer face às novas ameaças e riscos, com novos desafios mais integrados e realistas, que incluem “Conceitos Estratégicos de Segurança e Defesa”, “Ministérios da Segurança e Defesa”, “Institutos de Segurança e Defesa”, novos “Instrumentos de Coordenação Bilateral e Multilateral” e uma nova “Cultura da Segurança e Defesa”.

O Rio Rovuma
Tenente-coronel
João José de Sousa Cruz

"O Rio Rovuma, o segundo maior de Moçambique, foi ignorado durante séculos, como entidade geográfica, sendo considerado somente como obstáculo à travessia das caravanas comerciais. Até mesmo o próprio senhor Livingstone não o chegou a conhecer bem, embora se ufanasse de o ter percorrido desde a foz até muitas milhas para o interior. Tal nunca foi provado.

O seu troço mais ignorado, foi percorrido em 1960, por militares portugueses, em serviço no Niassa, deixando o relatório precioso que, neste artigo é actualizado com o auxílio do “Google”, e dos “croquis” que o acompanham."

Crónicas Militares Nacionais
Tenente-coronel
Miguel Silva Machado
  • Conselho do Ensino Superior Militar;
  • Dia da Defesa Nacional 2009/2010;
  • Novo regime remuneratório dos militares;
  • Abertura do Ano Operacional na Marinha;
  • Exercício “Orion 2009”;
  • Nova estrutura orgânica da Policia Judiciária Militar;
  • Dia do Exército em Braga;
  • Substituição dos AL III e modernização dos C-130;
  • Força Aérea termina mais uma missão no Afeganistão;
  • Fragata Álvares Cabral volta ao Índico;
  • Novo Ministro da Defesa Nacional.
Outros Assuntos da Actualidade
► Lançamento do Livro “Teoria Geral da Estratégia;
► XXXV Congresso Internacional de História Militar.
Coronel
David Martelo
Comodoro
Armando José Dias Correia
Capa da Revista

Última revista publicada:

Nº 2671/2672 - Agosto/Setembro 2024

Avatar image
Capa da Revista

Assinaturas anuais

REVISTA MILITAR @ 2024
by COM Armando Dias Correia