O trabalho, dividido em duas partes e das quais se publica a parte I, trata da definição das áreas geográficas onde o território nacional se situa, contemplando as superfícies terrestre, marítima e aérea, e todas aquelas que lhe são, ou devem ser, complementares em termos de segurança, defesa, desenvolvimento económico e projecção, ou defesa, de interesses.
Deste modo, a introdução situa o tema e o seu âmbito, passando-se para uma síntese histórica, do ponto de vista da estratégia, que percorre velozmente os 900 anos da História de Portugal.
Daí se parte para a caracterização geoestratégica do nosso país, com especial destaque para as suas potencialidades e vulnerabilidades.
Entra-se depois na “substância” do trabalho com a descrição da importância do espaço na estratégia e a definição dos Espaços Estratégicos de Interesse Nacional, que nos parecem fundamentais e importantes para os interesses do nosso País.
São assim considerados o triângulo estratégico português, constituído pelo Continente, Açores e Madeira, a que se deve juntar a ZEE, as FIR e, agora, a extensão da Plataforma Continental. O “espaço” seguinte é denominado regional e abarca toda a Península Ibérica, parte do Norte de África e o Mediterrâneo Ocidental; alargaremos depois a nossa vista até ao Atlântico Sul, estendendo, primeiro, o triângulo português até Cabo Verde e depois construindo um outro, cujos vértices vão do Sal a Brasília e Luanda.
Complementarmente a este, idealiza-se um “quadrilátero” definido por Moçambique e as ilhas Seichelles e Reunião. Daqui projecta-se para outros espaços - agora só no âmbito cultural e comercial - que abrangem paragens por onde historicamente Portugal marcou presença, e que se situam entre a Abissínia e a Índia e no Extremo Oriente.
Outros espaços que são as “fronteiras do futuro” são equacionados: o leito dos oceanos, o Espaço e a Antárctida. Tudo isto com o respectivo enquadramento geopolítico e geoestratégico.
As conclusões sintetizarão o trabalho, incluindo uma exposição do declínio a que as actividades relacionadas com o mar sofreram, em Portugal, nas últimas décadas.