A Guerra Colonial tem sido estudada sob vários pontos de vista, mas há assuntos que, por razões nem sempre fáceis de compreender, permanecem quase ignorados, embora todos lhes reconheçam, sem grande esforço, um enorme papel na condução das operações e no complexo sistema de apoios à actividade militar. Um dos exemplos mais incompreensíveis é o silêncio a que têm sido votadas as transmissões militares.
A Comissão da História das Transmissões (CHT) apresenta, neste texto sobre “As Transmissões Militares na Guerra Colonial”, uma sumária descrição e análise da forma como se iniciaram e desenvolveram as transmissões permanentes e as transmissões de campanha na Índia e nos teatros de operações da Guiné, Angola, Moçambique e Timor.
Se recuarmos no tempo, até ao início da guerra, constatamos com facilidade que faltava quase tudo. Não havia ligações do Exército com as suas unidades presentes nos teatros de operações, não havia ligações entre as unidades, e não existiam equipamentos que respondessem satisfatoriamente às necessidades operacionais. Esta situação obrigou a um tremendo e longo esforço de actualização, para que fossem encontradas as soluções mais adequadas às necessidades de ligação, condicionadas por sua vez pelas características de cada teatro de operações.
Podemos dizer que as transmissões foram, no Quadro da Guerra Colonial, um dos elementos base da actuação das unidades do Exército, não apenas no desempenho operacional, mas também no quadro da oportuna exploração das informações militares. As necessidades dos comandos e das unidades, tanto no que respeita aos meios técnicos, como ao seu emprego, foram sempre assumidas pela Arma de Transmissões, cujos técnicos e especialistas se encarregaram de dar resposta aos imensos problemas que as características do ambiente operacional e geográfico lhes foram colocando.