A utilização da música para coordenar acções operacionais na actividade militar ganhou grande importância com o advento da infantaria ligeira, cuja forma de actuar tornava necessária a utilização de sinais sonoros de forma distinta da infantaria de linha, que utilizava apenas os tambores. Numa primeira fase a função operacional da música era assegurada pelos tambores na Infantaria de linha e pelos clarins na Cavalaria e numa segunda fase, na transição para a idade contemporânea, (do século XVIII para o século XIX) temos a utilização dos Corneteiros na Infantaria ligeira.
A escola militar inglesa exerceu grande influência em Portugal nesta fase, durante a guerra peninsular contra Napoleão e, no domínio da música militar, contribuiu para as semelhanças dos toques de ordenança no seio dos exércitos aliados da Inglaterra e de Portugal, alguns dos quais ainda estão em uso na ordenança militar portuguesa.
São do exército britânico as primeiras regulamentações dos toques de Bugle (Corneta) para infantaria ligeira, através de regulamentos como Regulations for the exercise of Riflemen and Light Infantry, and Instructions for their Conduct in the Field, London, 1798 e The Sounds for Duty & Exercise fot the Trumpet & Bugle Horns of His Majesty's Regiments & Corps of Cavalary, London, 1799.
Em Portugal, através da reorganização militar de W. Beresford, a introdução da corneta na Infantaria aconteceu com a criação dos Batalhões de Caçadores, em 1808/1809, cujo modelo orgânico contemplava um corneteiro em cada uma das Companhias de Caçadores e os toques de Corneta que foram regulamentados em Portugal, em 1810, eram semelhantes aos toques britânicos regulamentados, em 1806.