Está aberto concurso na Academia de Marinha, até ao dia 30 de Setembro de 2015, para atribuição do prémio “Almirante Sarmento Rodrigues” (...)
A situação internacional e os diversos desafios à estabilidade e à paz, materializados pelos conflitos tanto no Médio Oriente, designadamente no Iraque, na Síria, na Líbia, em função das actividades do ISIS, como no Iémen, no Golfo da Guiné, na Nigéria e na Somália, e a continuada situação de tensão na Ucrânia, com os seus reflexos nas relações da Europa e dos EUA com a Rússia, levantam naturais preocupações quanto à forma de materializar uma “ordem internacional” mais previsível (...)
O texto pretende aflorar o papel da Alemanha na Europa, depois da reunificação, em 1990, considerando as pulsões geopolíticas deste país e a importância do fator económico do seu potencial estratégico.
Procura, também, abordar o enquadramento da Europa (através da União Europeia e da Zona Euro), e também de Portugal, no pós-crise financeira de 2008, agindo em função dos objetivos e interesses da liderança alemã.
No passado dia 6 de Fevereiro de 2015, foi publicada a nova Estratégia de Segurança Nacional (National Security Strategy 2015 – NSS 2015) dos Estados Unidos da América (EUA), a segunda da era Obama, desde a sua tomada de posse como Presidente, a 20 de Janeiro de 2009.
O documento continua a ser estruturante para a estratégia nacional de segurança dos EUA e apresenta uma clara linha de continuidade política, ideológica e inclusivamente de forma e metodologia com a NSS de 2010, mas, em vez do enunciado das ameaças constantes na NSS de 2010, a nova Estratégia de Segurança Nacional identifica claramente os “riscos estratégicos aos interesses nacionais”.
Longe de se apresentar como perfeita, representa, no entanto, uma visão e oferece alguns caminhos que visam garantir a American Way of Life, salvaguardando valores preciosos como os da liberdade e da democracia.
Fazendo uma retrospetiva sobre o colonialismo e o imperialismo, que dominaram o mundo, durante séculos, desde as “colónias” da Antiguidade, em especial as conquistas científicas e tecnológicas dos europeus, no séc. XV, o advento da Revolução Industrial e suas consequências, e o princípio da autodeterminação dos povos, a seguir ao fim da II Guerra Mundial, o autor conclui que o “colonialismo clássico” se extinguiu mas novas formas ocuparam o seu lugar.
A globalização da economia e da tecnologia da comunicação alargou o fosso entre países ricos e países pobres, deixando as nações presas na rede da dependência económica e financeira que dificulta o seu desenvolvimento.
O presente texto foi escrito em Julho de 1999. Está, por conseguinte, datado e marcado pela influência dos acontecimentos que se viviam nessa época. Talvez por o ter achado ousado nesses tempos já recuados, ficou inédito. Serviu, quando sobre a temática havia que se fazer uma reflexão profunda, para dar continuidade e adquirir tranquilidade sobre a melhor forma de leccionar conceitos fundamentais a futuros oficiais da Força Aérea.
Nasceu dessa reflexão um estudo sobre o nacionalismo português, amarrando-o a dois esteios julgados fundamentais: a História e a Cultura do Povo, assumindo este termo a latitude que pode ir do homem iletrado ao cidadão mais erudito porque, julga-se, o nacionalismo nasce numa sociedade quando o grupo toma consciência de si mesmo, através de uma lembrança do passado, e adquire uma forma própria de estar no espaço que ocupa. E essa consciência pode ser despertada por força de uma identificação com a terra – espaço – ou por força do uso que determinadas elites fazem do grupo para se justificarem nas suas acções.
Só passeando ao longo do tempo, dentro do mesmo espaço, é possível adquirir consciência das mutações culturais e das variações de uso que o Poder leva a efeito no interior do grupo. Vai ser esse percurso, desde os alvores de Portugal até à adesão à Comunidade Europeia, que se leva a cabo no texto para justificar a utilização de conceitos essenciais – pátria e nacionalismo – para a estruturação da postura dos militares e, em especial, dos seus quadros dirigentes.
Naturalmente, ter-se-á de fazê-lo em alta velocidade e saltando pormenores que não foram determinantes para se chegar ao fim da jornada. Todavia, admite-se, podem extrair-se conclusões, mesmo que sob a forma de grandes incógnitas, que ainda hoje – e, mais do que nunca, hoje – continuam válidas.
Ao longo da guerra colonial na Guiné, os relatos de actividade aérea suspeita foram sempre uma constante, o que levou o Exército português a enviar alguns meios de defesa aérea para prevenir qualquer ataque vindo dos países vizinhos. A Força Aérea deslocou também um pequeno destacamento de caças F-86 que, durante três anos (1961-1964), patrulhou os céus da Guiné. Após a retirada dos F-86, a pequena colónia africana ficou mais sujeita a incursões aéreas inimigas, que ocorreram muito raramente ao longo da fronteira com a Guiné-Conakry. Os MiG da Força Aérea Guineana (FAG) nunca chegaram a intervir no conflito, no entanto, aventuraram-se, algumas vezes, para lá da fronteira. Sem caças e com um sistema de defesa aérea obsoleto, os portugueses viram-se obrigados, na fase final da guerra, a comprar mísseis terra-ar franceses – Crotale – e Redeye – americanos – para defender a Guiné, além de tentar adquirir caças franceses Mirage, usando para isso um empréstimo de 150 milhões rands concedido pelo regime sul-africano em 1974. Apesar dos receios portugueses, os MiG da FAG nunca tiveram qualquer papel relevante na guerra da Guiné.