Tenente-general José Lopes Alves
Em 12 de Junho, em Singapura, teve lugar a Cimeira entre o Presidente dos EUA e o Chairman Kim (como passou a ser designado o líder norte-coreano), cuja importância teve, do lado dos analistas mais críticos, uma avaliação política estratégica marcada por uma interrogação quanto aos efetivos resultados obtidos e quanto e quem teria, efetivamente atingido os seus objetivos, assumindo-se para uns e para outros a figura do “copo meio vazio ou meio cheio”. [...]
O pensamento militar soviético incorporou a influência do pensamento político de Lenine, desenvolvendo a conceptualização da guerra como um processo supra domínio de transformação do adversário, no qual a guerra é encarada como um conflito permanente entre modelos de sociedade. Ao contribuir para uma militarização do pensamento político, o Leninismo veio, assim, condicionar as relações internacionais de uma forma crescente, à medida que a União Soviética se tornava uma superpotência, contribuindo para a radicalização geral da política que viria a dar à II Guerra Mundial um grau de destruição e horror numa escala nunca antes atingida.
Esta conceção sofreu um apagamento temporário após a queda da União Soviética, mas foi recuperada pelo conceito Chinês de “guerra sem restrições”, e parcialmente replicada por algumas teorizações e práticas nos Estados Unidos. Lenine estava, assim, uma geração à frente na conceptualização da guerra, apesar de ser cronologicamente de uma geração anterior (a guerra de terceira geração corresponde a modelos introduzidos no final da I Guerra Mundial e a guerra sem restrições é caracterizada como sendo uma quinta geração) e a aplicação do modelo soviético veio a demonstrar o seu potencial na transformação da Europa de Leste na II Guerra Mundial.
O objetivo deste ensaio é caracterizar o pensamento político militar soviético enquanto forma de conceptualizar a guerra e analisar a sua influência nas recentes teorias da guerra e na condução dos conflitos atuais, por forma a avaliar se existem semelhanças entre esse modelo e as conceptualizações da guerra atualmente em discussão nos Estados Unidos e na China, bem como com as práticas do “islão radical”, e avaliar a aplicabilidade perante eles de uma versão da doutrina de Containment empregue contra a perceção de ameaça comunista após a II Guerra Mundial.
Após a Guerra Hispano-Americana de 1898, os Estados Unidos da América dispõem finalmente de supremacia no seu continente e no Pacífico, transformando-se em verdadeira potência e desenvolvendo, a partir de então, um processo estratégico de desenvolvimento de colonialismo ultramarino.
O artigo procura demonstrar que este foi um processo político, estratégico e voluntário, fundamentado no Destino Manifesto, materializado no período que decorre desde a formulação da Doutrina Monroe até ao estabelecimento da nova ordem mundial, no rescaldo da vitória dos EUA na I Guerra Mundial.
O artigo relata os factos históricos que suportaram a tomada de decisão do rei D. João V em mandar erguer o Real Edifício de Mafra.
Desde 1711, ano em que mandou exarar o alvará que determina a edificação do Convento, até 1750, ano da sua conclusão, o autor descreve, cronologicamente e apoiado numa vasta bibliografia, o processo de construção que transformava Mafra numa “vila nova”, com a chegada de milhares de trabalhadores e de militares.
Durante a guerra colonial, o Governo Português ponderou, várias vezes, adquirir aviões de combate ingleses para usar na guerra que mantinha em África. Perante as restrições americanas no fornecimento de equipamento militar, Portugal virou-se para o seu velho aliado e fez várias tentativas para comprar aviões militares britânicos, embora sem sucesso. Analisamos aqui as relações políticas e aeronáuticas entre os dois países no início da guerra colonial (1962/64) durante os governos conservadores de Macmillan e de Douglas-Home e as tentativas de equipar a Força Aérea Portuguesa com bombardeiros ingleses Canberra.