O aniversário da Aliança é sempre uma oportunidade de celebração e de reflexão quanto ao futuro; nesta avaliação afigura-se pertinente, ainda antes da grande questão colocada, abordar se estamos perante uma Aliança de sucesso, se a mesma demonstrou capacidade para se adaptar às contingências da realidade estratégica de cada circunstância, e quais as dificuldades que enfrenta na atualidade. Julgo que este deve ser o ponto de partida para uma visão prospectiva dos Desafios do Futuro e para quais as respostas de carácter estrutural que poderão e deverão ser equacionadas. (...)
A Igreja proclamou solenemente 1950 Ano Santo. Se a voz do Sumo Pontífice fosse escutada em todo o orbe com o respeito que encontra nos países católicos, teriamos uma pausa evangélica nos anseios que nos turvam os dias, e a paz poderia brotar daquela santa paragem nas lutas que separam as nações. Não tenhamos, porém, ilusões. Essa voz não será escutada com igual fervor por toda a Humanidade. As generosas palavras de Sua Santidade Pio XII não terão infelizmente o desejado eco no coração de muitos homens. (...)
Setenta anos depois, e após ter sobrevivido ao fim da Guerra Fria, a North Atlantic Treaty Organization (NATO) confronta-se com um tempo de turbulência acelerada, que coloca parte dos seus Estados-membros perante o paradoxo de, por um lado, verem na Aliança um chapéu protetor fundamental e, por outro, sentirem que se torna cada vez mais difícil acompanhar os desafios de uma organização impulsionada pela superpotência ‘Estados Unidos da América’ (EUA), num período de desafio à sua hegemonia. (...)
A integração de Portugal na NATO – uma organização político-militar, cuja raison d’être se baseia no princípio da indivisibilidade da segurança dos aliados – provocou mudanças significativas no País, nas Forças Armadas e, naturalmente, na Marinha Portuguesa. Neste quadro, a participação empenhada da Briosa na NATO permitiu, nos últimos 70 anos, uma evolução extraordinária nos domínios da edificação, da estruturação e do emprego das capacidades da Marinha. (...)
Quando o Embaixador Pedro Teotónio Pereira, em nome de Portugal, assinou em 4 de abril de 1949 em Washington, nos Estados Unidos da América, o designado “Tratado de Washington”, estava criada a maior e mais duradoura aliança militar (institucionalizada) da história da humanidade – a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), ou na designação original na língua inglesa – North Atlantic Treaty Organization (NATO. (...)
Decorria o ano de 1990 quando a invasão do Kuwait pelo Iraque despoletou uma crise internacional que viria a culminar numa intervenção militar de uma coligação liderada pelos Estados Unidos da América (EUA) sob mandato da Resolução 678 das Nações Unidas. Logo após a invasão do Kuwait, a North Atlantic Treaty Organization (NATO) destacou pela primeira vez a sua componente de aeronaves E-3A AWACS, numa operação real, para a Turquia para aumentar a vigilância aérea no flanco sul da NATO. A Operação Anchor Guard, que se estendeu de 9 de agosto de 1990 a 16 março de 1991 marcou também a primeira participação de militares da Força Aérea Portuguesa (FAP) numa operação da NATO. O contingente nacional integrado nesta força efetuou várias missões em 1990 e 1991, colocando o nome de Portugal na primeira de muitas operações desta força multinacional. (...)
Glórias e Desaires da História Militar de Portugal
Abílio Pires Lousada
100 anos de Aeronáutica Militar
Força Aérea Portuguesa em Alverca
Comissão Histórico-Cultural da Força Aérea