Bicentenário da Independência do Brasil
7 de setembro de 2022
O corrente ano, do Bicentenário da Independência do Brasil, assinala cinquenta e duas décadas contadas a partir do momento em que as caravelas de Cabral fundearam às costas da Bahia, além dos duzentos anos desde o Grito do Ipiranga. Nossos antepassados vivenciaram longos anos de lutas, espadas ensanguentadas, esposas chorando perdas de maridos, pais e mães pranteando filhos tombados em combate. Os tempos testemunharam pés feridos por extensas caminhadas, mãos calejadas por trabalhos intensos, muito suor expelido por corpos cansados em labutas sob sol inclemente. Existiram neste solo pátrio, sim, períodos de muito sofrimento e dor mas, também, foram desfrutadas muitas alegrias, comemorações, dias e noites em júbilo. (...)
Entre o extenso e valioso acervo da Biblioteca do Exército encontra-se um livro manuscrito, intitulado “Uniformes dos Regimentos do Reino e Conquistas”, de 1791. Este contém um raríssimo conjunto de ilustrações coloridas, representando os uniformes dos corpos dos reinos de Portugal e do Algarve, do Brasil, de Angola e Moçambique e dos Estados da Índia, bem como dos aspirantes guarda marinha e dos engenheiros. No mesmo volume foram ainda incluídos, em data posterior à do manuscrito original, quatro mapas manuscritos: dois coloridos, referentes aos uniformes dos regimentos metropolitanos e dos regimentos ultramarinos, outro, infelizmente por colorir referente aos uniformes dos regimentos de milícias (fig. 8) e ainda outro, referente à repartição das tropas em junho de 1797. Foram igualmente incluídos três mapas impressos, relativos aos uniformes dos regimentos metropolitanos de 1788 e 1792 e aos uniformes dos regimentos ultramarinos de 1792. (...)
Em Novembro de 1807, Napoleão ordenara ao general Junot que invadisse e ocupasse Portugal para integrar o país no seu Bloqueio Continental contra a Grã-Bretanha. Nesta altura, a resistência era inútil, mas, numa atitude inédita, o príncipe regente, D. João VI, decidiu transferir a Corte para o Brasil em vez de se submeter a Napoleão. Assim, Portugal, embora ocupado, guerreava a França a partir do Brasil. Alguns meses depois, Espanha e Portugal incendiaram-se numa revolta que levou as tropas britânicas à Península Ibérica. Portugal ficou devastado, mas livre, e o seu exército peninsular foi reorganizado com apoio britânico e tornou-se, na opinião dos franceses, uma força de combate de qualidade idêntica às tropas britânicas que combatiam. (...)
No dia de Todos os Santos de 1755, as Igrejas em Lisboa estavam lotadas, quando adveio a catástrofe do Terremoto, acompanhado por uma maremoto que impôs gigantescos danos à capital portuguesa.
Essa tragédia, foi de tal monta que impressionou a intelectualidade européia, em especial a Voltaire que escreveu Poème sur le désastre de Lisbonne, editado em 1756, onde explanou: “Filósofos iludidos que bradais «Tudo está bem»”.
Na realidade, essa tragédia que teve repercussão internacional, se tornou um simbolismo daquilo que se apresentava no horizonte português e que gerou em um pequeno período de menos de 70 anos uma enorme transformação no âmbito do Império Colonial de Portugal, que redundaria, em 1822, com a separação do Brasil. (...)
REPUBLICAÇÃO
(Revista Militar n.º 8, agosto de 1852, pp. 361-362)
REPUBLICAÇÃO
(Revista Militar n.º 6, março de 1864, pp. 183-184)
REPUBLICAÇÃO
(Revista Militar n.º 8, abril de 1870, pp. 183-186)
Bibliografia da RM, no âmbito da independência do Brasil