Na última Assembleia-geral da Revista Militar, por unanimidade, os Sócios expressaram a sua vontade no sentido da Direção encontrar uma forma de participar, mesmo de forma isolada e da sua iniciativa, nas Comemorações dos 500 anos do nascimento do nosso Poeta Maior, Luís Vaz de Camões. [...]
Jorge Dias (1985: p. 56) destaca o paradoxo como um traço identitário do ser português.
Luís Vaz de Camões será um exemplo maior de perfil contraditório e, simultaneamente, também de figura geradora de contradições. [...]
Como qualquer português que ame a sua Pátria, ou no mínimo a preze, conheço alguma coisa de Camões, do seu notável poema épico e também da sua poesia lírica. Confesso, porém, não conhecer a sua vida e acção como militar e combatente no norte de África e no Oriente. [...]
Um homem de talento faz tudo o que quer.
Um homem de génio só faz o que pode. [...]
Republicação, Revista Militar N.º 6, junho de 1979, pp. 301-324.
Na Proposição d’Os Lusíadas indicam-se, como heróis, os “...barões assinalados”, pelo esforço guerreiro ou seja, aqueles que “...foram dilatando / A fé, o Império, e as terras viciosas / de África e de Ásia andaram devastando.” (I, 2) [...]
Os Lusíadas, de Luís de Camões (1524-1580), enquanto obra maior da literatura nacional, está umbilicalmente ligada à epopeia dos Descobrimentos Portugueses e à História de Portugal, desde as origens até ao final do século XVI. [...]
O citado de início, de forma intencional, permite às operações do espírito calcorrearem vários trilhos e caminhos aprimorados, quer para um mesmo destino final, quer para diversas estações durante a «linha», de carreiras mais ou menos longas, passando por paisagens diferentes amarradas a espaços objeto de toponímias específicas, como literatura, poesia, história, relações internacionais, ciência política, estratégia, geopolítica/geoestratégia, geografia, entre outros, que convinha (convém) visitar, colmatando negligentes ignorâncias, que se refugiam no dito primado da especialização. [...]
Luís Vaz de Camões, o mais português de sempre!
A vida de Camões (1524?-1580?) atravessa a ascensão, o apogeu e o declínio do Império Português do Oriente, ou seja, sentiu e viveu as grandezas e misérias do Portugal Imperial. Cantou as grandezas e ignorou as misérias, submetendo-se ele próprio a esse opróbrio. [...]
D. João I é um rei medieval europeu que no seu tempo disputou um dos mais sangrentos e duradouros confrontos militares. Para lá da sua controversa ascensão ao poder, à Coroa, e que já há muito se resolveu na memória nacional, este monarca viveu toda a sua vida em permanente estado de conflito. [...]
Lembramos desde já o que é óbvio para os historiadores: a posição de Camões sobre os assuntos que se seguem são as do seu tempo; a linguagem é a do seu tempo; [...]
Vasco da Gama, um dos mais conhecidos navegadores portugueses, é para a maioria das pessoas o descobridor do caminho marítimo para a Índia. Mas o navegador tomou também parte noutras importantes acções da nossa História Naval. [...]
Afonso de Albuquerque foi militar, estratega, governador e um dos maiores génios da História de Portugal.
Para um número especial da Revista Militar, a publicar em 1999, no quadro de “A presença de Portugal no Oriente”, solicitaram‑me um pequeno artigo sobre a actividade militar terrestre ali desenvolvida pelos portugueses. [...]
Republicação, Revista Militar N.º 1, janeiro de 1999, pp. 455-470.
Feito maior das armas portuguesas no Oriente do século XVI, o segundo cerco de Diu revela, para a História, a medida do sacrifício colectivo e da fidelidade de portugueses à Coroa; [...]