Nº 2599/2600 - Agosto/Setembro de 2018
Pessoa coletiva com estatuto de utilidade pública
Crónicas Militares
Coronel
Nuno Miguel Pascoal Dias Pereira da Silva

Nomeação do Segundo-comandante da MINUSCA

O Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, assinou, no dia 4 de de agosto de 2018, sob proposta do Governo, o Decreto de nomeação do Major-general Marco Paulino Serronha para o cargo de Segundo-comandante da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA), pelo período inicial de um ano, com efeitos à data de tomada de posse.

 

Paraquedistas realizam operação de ajuda humanitária na República Centro-Africana

A Força de paraquedistas portuguesa,  em missão na República Centro-Africana, levou a efeito uma operação, durante o dia 31 de agosto de 2018, em apoio de uma ação humanitária solicitada pelas Nações Unidas.

A ajuda humanitária teve como principal objetivo avaliar e recolher elementos de informação para posterior análise e determinação das causas das mortes na região e fornecer medicamentos de emergência para salvar vidas.

O deslocamento foi efetuado por helicóptero, tendo os 30 militares paraquedistas portugueses assegurado as operações de reconhecimento das zonas de aterragem, a segurança da área, bem como a escolta e proteção próxima do grupo de especialistas civis das Nações Unidas e dos elementos de várias agências humanitárias em missão na República Centro-Africana.

Na operação participaram dois helicópteros de transporte do Paquistão e do Sri Lanka e dois  helicópteros de ataque e proteção do Senegal (MI-35), tendo a coordenação dos meios aéreos ficado a cargo do controlador aéreo táctico avançado da Força Aérea Portuguesa.

 

Submarino português detetou mais de 16000 navios no Mediterrâneo central

Após dois meses em missão no Mediterrâneo central, o submarino «Arpão» da Marinha portuguesa regressou, no dia 31 de agosto de 2018, à Base Naval, no Alfeite.

Durante a missão realizada em apoio à operação SOPHIA da Força Naval da União Europeia (EUNAVFOR MED), que tem como principal objetivo contribuir para o desmantelamento do modelo de negócio das redes de introdução clandestina de migrantes e tráfico de pessoas, bem como para o combate ao contrabando de combustíveis no Mediterrâneo central, o submarino “Arpão” contabilizou 16374 navios identificados, em 45 dias na área de operações, e perto de 1000 horas de patrulha em imersão.

A missão primordial do submarino português consistiu na identificação de navios que constam nas bases de dados internacionais, conhecidos ou suspeitos de exercerem atividades ilícitas associadas ao financiamento ilícito e indireto de organizações criminosas, ou associadas ao terrorismo transnacional e, consequentemente contribuir para manutenção da segurança marítima nesta região do Mediterrâneo.

O submarino da Marinha portuguesa foi capaz de detetar e recolher informação de 43 navios referenciados pela missão da União Europeia, presumivelmente como navios relacionados com atividades ilícitas.

Durante as operações realizadas, o “Arpão” caracterizou também o tipo e padrões de navegação e as principais linhas de comunicação marítima do Mediterrâneo central, região do globo conhecida por ser uma das principais artérias por onde passa o tráfego marítimo mundial.

O submarino português apoiou simultaneamente a operação “SEA GUARDIAN” da OTAN, tendo prestado um relevante contributo através da partilha de informação do panorama marítimo com as marinhas da Aliança.

 

Portugal integra força naval da OTAN para a segurança da Aliança Atlântica

A Fragata “Corte-Real”, com 199 militares da Marinha portuguesa a bordo, largou, no dia 31 de agosto de 2018, da Base Naval de Lisboa, para integrar a força naval de reação imediata da OTAN, a SNMG1 – “NRF Standing NATO Maritime Group One”, atualmente sob comando do Comodoro Carsten FJORD-LARSEN, da Marinha Real da Dinamarca. Esta missão tem duração prevista até ao dia 28 de novembro de 2018.

A integração na SNMG1 representa o compromisso de Portugal continuar a fazer parte integrante das forças navais multinacionais de reação imediata da OTAN, em tempo de paz e crise, compostas por fragatas e contra-torpedeiros.

Esta força naval de alta prontidão é uma das quatro forças da Aliança destinadas a contribuir, em permanência, para a defesa coletiva perante qualquer ameaça dirigida a um ou mais membros aliados, apoiando o esforço contínuo de dissuasão e segurança da Aliança Atlântica. Realça-se, neste âmbito, a integração no maior exercício de sempre da OTAN, o TRIDENT JUNCTURE 18, a decorrer na Noruega, entre outubro e novembro de 2018, com a participação dos países aliados e os parceiros Finlândia e Suécia, num total de 30 países e 40000 participantes.

Esta missão, na linha da frente da OTAN, será exigente e complexa, culminando após um intenso ano de emprego e treino operacional iniciado com a certificação do navio no “Operational Sea Training (OST)”, no centro de treino da Marinha do Reino Unido, em setembro de 2017.

 

Força Aérea Portuguesa efetua 400 horas de voo e 30 missões reais na Lituânia

A Força Aérea Portuguesa concluiu, no dia 3 de setembro de 2018, a sua participação na 47ª missão da NATO “BALTIC AIR POLICING”, nos céus dos países bálticos da Lituânia, Letónia e Estónia. No período de quatro meses de missão, realizou 400 horas de voo e 30 operações de interceção reais de aeronaves que não cumpriam  os procedimentos estabelecidos para utilização do espaço aéreo.

As quatro aeronaves F-16M regressaram a Portugal, após a entrega operacional da liderança da missão para a Força Aérea do Reino da Bélgica, também com quatro aeronaves F-16M.

A cerimónia oficial da transferência do comando da operação “BALTIC AIR POLICING 2018” (BAP18) realizou-se no dia 31 de agosto de 2018, na Base Aérea de Siauliai, na Lituânia, e contou com a presença de altas entidades civis e militares da Lituânia, Letónia, Estónia, Bélgica, Espanha e Portugal.

A Força Aérea Portuguesa, no antecedente, já participou por quatro vezes (em 2007, 2014, 2016 e agora em 2018), com destacamentos de caças F-16, nas missões da OTAN de policiamento dos céus do Báltico para a manutenção da integridade do espaço aéreo da Aliança.

 

Mais de 11500 militares empenhados em apoio direto às populações

Desde o início do ano de 2018, até ao dia 3 de setembro, as Forças Armadas totalizam um acumulado de 11783 militares em apoio direto às populações, distribuídos por 810 ações no âmbito das missões de proteção e salvaguarda de pessoas e bens.

Encontram-se atualmente ativas 59 missões de apoio à Autoridade Nacional de Proteção Civil, ao Instituto da Conservação da Natureza e Florestas e protocolos de cooperação municipais.

Só neste âmbito e desde o início de 2018, as Forças Armadas totalizam 810 ações efetuadas.

Encontram-se ativas, desde 1 julho de 2018, 11 ações de patrulhamento e vigilância florestal no âmbito dos Protocolos Municipais com empenhamento de diário de 22 militares do Exército, presentes em três distritos do continente.

Decorrente do Protocolo Faunus, celebrado entre as Forças Armadas e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, encontram-se ativas 44 ações de patrulhamento, vigilância e sensibilização das populações nas matas nacionais e perímetros florestais, com o empenhamento diário de 136 militares, apoios prestados pelo Exército (100 militares) e Marinha (36 militares). Das 59 missões, 4 consistem também em apoios de engenharia com o empenhamento diário de 16 militares do Exército em quatro distritos no continente, em específico, em Sever do Vouga, Pedrógão Grande, Serra da Arrábida e Costa da Caparica e Loulé. Por último, encontra-se ativa uma ação de interdição de área para recolha de água no combate a incêndios, na barragem da Régua, com empenhamento diário de 4 militares da Marinha.

No âmbito do Plano HEFESTO, celebrado entre as Forças Armadas e a Autoridade Nacional de Protecção Civil, de 17 a 29 de agosto de 2018, estiveram ativas 15 ações de patrulhamento dissuasor em treze distritos, num total diário de 866 militares empenhados, distribuídos entre o Exército e a Marinha.

 

Dia do Estado-Maior General das Forças Armadas

Realizou-se, no dia 3 de setembro de 2018, uma cerimónia militar, em Belém, para comemorar o dia do Estado-Maior General das Forças Armadas. A cerimónia contou com a presença das mais altas entidades civis e militares.

O Primeiro-ministro de Portugal, Dr. António Costa, no discurso que proferiu no decorrer da cerimónia, destacou os “avanços extraordinários” na Defesa europeia, afirmando, a esse propósito, que “(…) todos temos observado como a Defesa europeia conheceu avanços extraordinários, em particular no último ano, com o estabelecimento da cooperação estruturada permanente por parte de 25 países, a par da criação de um fundo europeu de defesa e de outros instrumentos cujo alcance provavelmente só ao longo dos próximos anos poderemos apreciar plenamente”.

Relativamente aos compromissos de Portugal com a OTAN, o Primeiro-ministro reafirmou ainda o “compromisso” nacional com o investimento fixado em 2014 pelos países OTAN e reafirmado na última cimeira da união militar.

O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Almirante António Manuel Fernandes da Silva Ribeiro, no discurso que proferiu, realçou a manifesta falta de militares nos três ramos das Forças Armadas, como facto limitador à sua operacionalidade.

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2018-11-29
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REVISTA MILITAR @ 2024
by COM Armando Dias Correia