Nº 2641/2642 - Fevereiro/Março de 2022
Pessoa coletiva com estatuto de utilidade pública
A expansão global das companhias militares privadas russas: o caso do Wagner Group na RCA
Tenente-coronel
Luís Miguel Rodrigues Gomes

1. Introdução

Nas últimas duas décadas, aos olhos da comunidade internacional, a política externa russa tem sido vista como expansionista, onde a utilização de métodos coercivos, tais como a guerra Russo-Georgiana, em 2008, o conflito na Síria e na República Centro-Africana (RCA), e mais recentemente a guerra em Donbass, na Ucrânia, parece ser uma tentativa de reconstrução da antiga União Soviética (Benaso, 2021, p. 5).

Na era atual, a “Grande Estratégia” russa assistiu a uma evolução, na qual utiliza uma lança assimétrica e não convencional para expandir a influência através de Empresas Militares Privadas/Private Military Companies (PMC), sendo o Wagner Group (WG) a ponta dessa lâmina (Bristow, 2019, p. 11).

No futuro, os conflitos por todo o globo terão forças mascaradas (mercenários) que substituirão as forças militares convencionais, oferecendo a hipótese de negação plausível e armas não-cinéticas a quem as contrata, como a dissimulação e a influência que mostrar-se-ão decisivas, sendo este tipo de “guerra na sombra” bastante atrativo para quem queira travar conflitos e expandir poder sem sofrer consequências, o que demonstra que as PMC irão crescer no futuro (McFate, 2019, pp. 263-264).

Esta investigação tem como objeto de estudo o WG, de forma a compreender a sua ligação ao Estado russo e a sua influência na projeção global da Federação. Delimitou-se (Santos & Lima, 2019, p. 42) nos domínios de: (i) tempo, a partir de 2014, ano de atuação do WG na Ucrânia, um dos primeiros locais de intervenção desta PMC; (ii) de espaço, restringindo-se o estudo ao território da RCA, devido à recente e atual intervenção significativa do WG; e (iii) conteúdo, focando-se o estudo na forma como o WG atua e “privatiza” a guerra, demonstrando ser uma ferramenta importante no aumento da influência política e militar russa.

O Objetivo Geral (OG) desta investigação é: Compreender a influência que o WG tem na política externa do Estado russo. De modo a alcançar o OG anteriormente apresentado, identificou-se uma Questão Central (QC), cuja resposta permitirá alcançar o respetivo objetivo definido: De que forma, o WG influencia a política externa do Estado russo?

O trabalho encontra-se organizado em dois capítulos, enquadrados pela introdução e conclusões. No segundo capítulo, caracterizam-se as origens das PMC russas, pormenorizando o WG, e a importância que têm na política externa de Moscovo. No terceiro capítulo, apresenta-se a forma de atuação do WG na RCA e a forma como a Rússia envolve esta PMC como ferramenta geopolítica. No final, apresentam-se as conclusões, respondendo à QC identificada e contributos para o conhecimento.

 

2. As PMC e a Federação Russa

A força militar privada desempenhou um papel central ao longo da história dos conflitos. Dos mercenários do antigo Egipto, Grécia e Roma, a grupos de cruzados medievais e a grupos como a Companhia da Índia Oriental, nos séculos XVIII e XIX, torna-se difícil encontrar um espaço temporal em que os atores privados não estejam envolvidos em serviços de índole militar (Shepard, 2021).

Muitos países, incluindo os Estados Unidos da América (EUA), trabalharam com PMC em Teatros de Operações, como o Afeganistão e o Iraque, onde as Forças Armadas norte-americanas operaram de perto com companhias como a DynCorp e a Blackwater (Jones, Doxsee, Katz, McQueen, & Moye, 2021, p. 9).

Arnold (2019, p. 56), classifica as PMC segundo um modelo analítico (figura 1), com base nas capacidades, ao longo do eixo X, e da estimativa de integração de uma PMC na rede de comando e controlo militar formal de um Estado cliente, no eixo Y, realçando o WG, que é classificado como PMC na Síria, como empresa de segurança privada no Sudão e com uma missão completamente diferente na RCA.

Fonte: (Arnold, 2019, p. 56)

Figura 1 – Modelo analítico de classificação das PMC.

 

Durante o período da União Soviética (1922-1990), o Estado russo usava principalmente forças irregulares para atingir os seus objetivos geopolíticos. No entanto, na década de 1980, essa tendência sofreu uma transformação, tendo na Líbia os militares soviéticos atuado a favor do governo de Muamar Khadafi. Após a queda da União Soviética, milhares desses militares decidiram permanecer nas fileiras de Khadafi tornando-se nos primeiros militares privados de nacionalidade russa contratados em África (Sukhankin & Hurska, 2020, p. 3).

A Federação Russa tem utilizado as PMC como uma importante componente da sua estratégia de guerra irregular (Jones, Doxsee, Katz, McQueen, & Moye, 2021, p. 1), sendo utilizadas pela Rússia por forma a ampliar a sua influência externa através de apoio a governos soberanos de Estados frágeis, essencialmente através da garantia de segurança em troca de concessões (Arnold, 2019, p. 53).

As PMC russas são utilizadas em proveito da Federação Russa, dos seus aliados e interesses económicos, de forma a desempenhar uma ampla variedade de tarefas (principalmente, operações ofensivas) e a atingir objetivos como um multiplicador de força, enquanto diminui a utilização da variável política e militar, o que faz reduzir o número de militares empenhados em missões de elevado risco e, consequentemente, diminuir o número de baixas em combate e tornar a opinião pública favorável (U. S. Army Foreign Military Studies Office, 2020, p. 12; Stronski, 2020).

A utilização de PMC por parte de Moscovo implodiu nos últimos anos, refletindo lições aprendidas de projeções recentes, uma crescente mentalidade expansionista, bem como um desejo de ganhos económicos, geopolíticos e militares. Em 2014, a Ucrânia serviu como um dos primeiros teatros de atuação para as PMC russas e, com o tempo, Moscovo expandiu o uso de PMC para a África subsariana (exemplo de Sudão, RCA, Moçambique e Madagáscar), América Latina (Venezuela) e outras regiões no globo (figura 2) (Katz, Jones, Doxsee, & Harrington, 2020).

Atualmente, segundo os mesmos autores (2020), as PMC russas desempenham várias atividades com o intuito de “minar” a influência dos EUA e apoiar os seus interesses com operações suspeitas ou comprovadas (anexo A) em trinta países de quatro continentes distintos, atuando segundo um modelo operacional cada vez mais refinado e adaptável, tornando-se, provavelmente, no futuro, em atores que desempenharão um papel significativo na competição estratégica russa.

Fonte: (Katz, Jones, Doxsee, & Harrington, 2020)

Figura 2 – Propagação da atividade das PMC russas desde 2014.

 

As origens do WG, uma das principais e mais influentes PMC russas, remontam ao período soviético durante a invasão do Afeganistão na década de 1970 e durante as guerras na Chechénia, em que veteranos desses conflitos foram contratados como comandantes e conselheiros desta PMC (Trad, 2021; Hauer, 2018).

Esta PMC surgiu após o encerramento da Slavonic Corps1 e, embora seja frequentemente referida como uma companhia ligada ao oligarca Yevgeny Prigozhin, vários fatores indicam que está intimamente ligada ao Estado russo, apesar de não estar registada na Rússia nem em nenhum outro país, mas as ações desta PMC têm sido, muitas vezes, reprovadas, mas também apoiadas pelo Kremlin (Center for Strategic & International Studies, 2020; Marten, 2020).

O secretismo em torno do WG torna difícil determinar quem são os seus membros, o seu efetivo, bem como as suas capacidades. Relatórios dos órgãos de comunicação social (OCS), indicam que a maioria dos seus combatentes (entre 3600 e 5000) são cidadãos russos, existindo também cidadãos ucranianos e de outros países. Os potenciais candidatos a integrar as fileiras do WG concentram-se para provas de seleção no seu aquartelamento, no sul da Rússia (figura 3), com o apoio de agências de informações russas (o campo da figura 3 é contíguo ao campo da 10th Special Mission Brigade of GRU Spetsnaz em Mil´Kino, Krasnodar) (Reynolds, 2019, p. 7; Katz, Jones, Doxsee, & Harrington, 2020; Marten, 2020).

Fonte: (Katz, Jones, Doxsee, & Harrington, 2020)

Figura 3 – Campo de treino do WG no Sul da Rússia.

 

Segundo Reynolds (2019, p. 7), os combatentes selecionados compreendem idades entre os vinte e os cinquenta anos, onde, por um lado, surgem elementos com currículos impressionantes, mas, por outro lado, surgem elementos com pouca experiência.

Relativamente ao rol de tarefas que pode executar, o WG encontra-se apto a executar, nos locais que opera globalmente, ações militares, de segurança e operações de informação, podendo os seus combatentes serem especializados em tarefas-chave (apêndice A) (Katz, Jones, Doxsee, & Harrington, 2020), tornando esta PMC um veículo de recrutamento, treino e de projeção de mercenários pelo Kremlin, para combater em zonas de conflito ou garantir segurança e treino a regimes “amigos” (Reynolds, 2019, p. 1).

 

3. O Wagner Group na RCA

Nos últimos anos, a presença de PMC russas foi relatada em vários países da África subsariana (figura 4), principalmente na RCA e no Sudão. Nestes casos, as missões das PMC visavam tarefas de proteção dos regimes, em troca de influência política, direitos de extração mineral e, possivelmente, outros negócios económicos, sendo o principal objetivo o restauro do respeito à Rússia como grande potência, permitindo a participação na competição geopolítica por influência no continente africano, bem como a procura de oportunidades económicas (Østensen & Bukkvoll, 2021; Trad, 2021; Ramani, 2021).

Durante anos, a França e os EUA mantiveram uma forte presença na RCA. A retirada de centenas de militares norte-americanos de África, em 2017, e a antipatia generalizada da população centro-africana relativamente a França, deixaram a RCA livre para ser conquistada, e uma grande oportunidade para a Rússia promover os seus interesses geopolíticos e económicos na região (Dukhan, 2020; Hauer, 2018).

A RCA é representativa acerca do método como o Kremlin utiliza as PMC como ferramenta geopolítica para alcançar os seus objetivos de política externa. Tendo enfrentado graves situações de segurança durante muitos anos, o território da RCA foi dividido entre o governo e as forças rebeldes. Em 2017, o governo russo viu uma oportunidade de expandir a sua política externa e enviou armamento, instrutores militares e conselheiros civis em apoio ao Presidente Faustin-Archange Touadéra, que aceitou este mesmo apoio na reunião que ocorreu em Sochi, com o ministro dos negócios estrangeiros russo, Sergei Lavrov (Trad, 2021; Marten, 2019, p. 197; Cascais, 2021). Em troca deste apoio, o governo centro-africano concedeu acesso a ouro, urânio e diamantes (Katz, Jones, Doxsee, & Harrington, 2020; Cascais, 2021), quando a França já tinha oferecido 1400 AK47, aprendidas na Somália (Ross, 2018).

                   Fonte: (Jacobsen, 2020, p. 41)

Figura 4 – Atividades e presença militar da Rússia em África.

 

Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU), reportaram superiormente que os instrutores enviados pela Rússia estavam a treinar as forças policiais da RCA, com armamento russo, e a fornecer simultaneamente segurança aos hospitais recém-construídos e às colunas logísticas que transportavam materiais de construção para esses mesmos hospitais. Fontes locais e OCS franceses referiram que elementos russos foram vistos a garantir segurança às minas de Yevgeny Prigozhin, na localidade de Ndassim (Sul da RCA), a cerca de 60 Km da antiga base militar dos «Seleka», em Bambari (Marten, 2019, p. 197).

O WG chegou à RCA no início do mês de janeiro de 2018, onde construiu um campo de treino nas ruínas do palácio do ex-imperador Jean-Bedel Bokassa, na localidade de Berengo (anexo B), a sudoeste da capital Bangui. O grupo remodelou as instalações já existentes e construiu novos alojamentos, estruturas de armazenamento de materiais e áreas de treino, incluindo carreiras de tiro (Katz, Jones, Doxsee, & Harrington, 2020). Esta PMC passou a ser o centro das atenções quando, em julho de 2018, três jornalistas russos foram assassinados. Este incidente aconteceu enquanto investigavam a suposta presença do grupo em território centro-africano, apesar das autoridades russas negarem qualquer envolvimento (Ross, 2018), após terem verificado a entrada de várias viaturas militares Ural-3752 na RCA, através do Sudão, supostamente transportando combatentes do WG (Sukhankin, 2020).

Um relatório independente enviado para o Conselho de Segurança da ONU, refere que “mercenários russos” do WG cometeram graves violações dos direitos humanos na RCA, como tortura, violação e assassinatos, como, por exemplo, o assassinato de mais de 20 pessoas na cidade de Bambari (Schwikowski, 2021; Araújo, 2021a; Lebovich, 2021).

Segundo Rui Araújo (2021b), o WG é o grupo de mercenários mais proeminente na RCA, tendo como especialidades “[…] fomentar a exploração ou o saque dos recursos naturais, propagandear as teses de Putin, divulgar fake news, desinformar as opiniões públicas, raptar e matar com total impunidade…”.

Atualmente, a Rússia admite ter cerca de 1100 instrutores “não armados” na RCA ao abrigo do acordo de 2018, estabelecido entre Moscovo e Bangui, mas, segundo os EUA, o WG ligado a Yevgeny Prigozhin, e este por sua vez com fortes ligações a Vladimir Putin, terá mais de 3000 homens a combater na RCA (Simões, 2021). Recentemente, a 18 de novembro de 2021, quatro elementos do WG morreram em combate na localidade de Pare, a cerca de 15 km de Baboua (oeste da RCA, perto da fronteira com os Camarões), após confrontos com o movimento rebelde 3R3 (Araújo, 2021a).

Sendo o objetivo do Kremlin alcançar novos ambientes estratégicos, a utilização do WG na RCA resume essa mesma estratégia, já que permite à Rússia “entrar” num ambiente externo, amplamente hostil, com risco reduzido, permitindo explorar as fragilidades políticas e económicas desse ambiente. O WG e a Rússia parecem ter aproveitado essa possibilidade ao mais alto nível, estando a PMC como destacamento de segurança pessoal do Presidente da RCA (Hauer, 2018; Marten, 2019, p. 197) e Moscovo a manter a sua área de influência externa em disputa com a China e os EUA, aproveitando a retirada das tropas francesas da RCA.

Um relatório recente (novembro de 2021) do Serviço de Ação Externa Europeia, que retrata o ambiente político e estratégico da missão europeia na RCA, destaca que, atualmente, a maior parte das unidades das Forças Armadas Centro-Africanas (FACA) distribuídas pelo território centro-africano estão a operar sob comando ou supervisão do WG. O recém-formado Bataillon d’Infanterie Territoriale (BIT 7), treinado inicialmente pela EUTM RCA, é o último exemplo da capacidade de influência do WG junto da FACA (European External Action Service [EEAS], 2021, p. 4).

O mesmo relatório (2021, p. 4) refere que o WG estabeleceu uma influência sólida no Estado-Maior (EM) das FACA, além de outras instituições governamentais. Sendo as relações de comando entre o EM das FACA e as forças operacionais bastante fracas, esta vulnerabilidade é explorada pelo WG em proveito próprio, assumindo o comando das forças no terreno sem quaisquer impedimentos e com a anuência passiva das autoridades centro-africanas.

Moscovo tem projetado vários meios para promover a sua intenção em território africano, incluindo a produção de conteúdos audiovisuais, financiamento da comunicação social local, patrocinadores “anti-imperialistas” e campanhas de propaganda. A 14 de maio de 2021, milhares de pessoas concentraram-se no Bangui’s Barthélémy-Boganda Stadium, para assistir a uma apresentação do filme Touriste4 (figura 5), uma longa-metragem russa-centro-africana que foi realizada na RCA, glorificando as ações dos instrutores russos que apoiaram o regime de Faustin-Archange Touadéra, presidente reeleito em 2020, derrotando os rebeldes aliados ao antigo presidente François Bozizé (Roger & Dougueli, 2021).

Figura 5 – Filme Touriste.

 

Conclusões

A Rússia usa globalmente várias PMC para expandir a sua influência e promover os seus objetivos geopolíticos e económicos, bem como deteriorar os interesses das suas potências rivais. As PMC russas são uma ferramenta importante na política externa de Moscovo, como ficou demonstrado na Ucrânia, na Líbia, na Síria e, mais recentemente, na África subsariana, bem como na América Latina. Apesar da já existência de outros atores estabelecidos no continente africano, como a União Europeia e a China, o Kremlin tentará travar uma vitória geoestratégica com os seus rivais, utilizando ferramentas legais como a cooperação técnico-militar, através do fornecimento de armamento, instrutores militares e conselheiros civis, e, por outro lado, de ferramentas ilegais como o WG na RCA, que é ilegítimo em solo russo.

Respondendo à QC, verifica-se que o WG, após entrada em território centro-africano, em 2017, a pedido do Presidente Faustin-Archange Touadéra, para combater os grupos armados, permitiu expandir o alcance da Rússia em África, competindo por influência com os seus rivais, que se encontram há bastante mais tempo no continente africano, ocupando áreas de mineração de ouro e diamantes, apesar dos relatos de alegados abusos dos direitos humanos que chegaram ao Conselho de Segurança da ONU, através do uso de táticas ofensivas, intimidação a OCS, operações militares clandestinas e disseminação de fake news.

Este estudo contribuiu para clarificar que as PMC russas, e em particular o WG, desempenham um papel significativo na projeção externa do Estado e são uma ferramenta importante na influência política e militar internacional em áreas de conflito ou áreas de interesse económico e estratégico. Apesar da negação do Kremlin em existir ligação entre o WG e o Estado russo, a utilização desta PMC representa uma nova forma de atuação dos Estados e que a guerra se está a privatizar.

 

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Anexo A – Lista de PMC russas conhecidas e suspeitas

 

 

 

Fonte: (Arnold, 2019, p. 58)

Figura 6 – Lista de PMC russas conhecidas e suspeitas.

 

 

Anexo B – Progresso da base do WG em Berengo (RCA)

As imagens da figura 7 mostram o desenvolvimento, ano após ano, da base principal do WG e as duas áreas de treino adjacentes, começando com as condições em 2017, antes da chegada do grupo à RCA .

Figura 7 – Base do WG em Berengo (RCA) a 18 de fevereiro de 2017.

Figura 8 – Base do WG em Berengo (RCA), a 7 de junho de 2018.

Figura 9 – Base do WG em Berengo (RCA), a 9 de março de 2019.

Figura 10 – Base do WG em Berengo (RCA) a 11 de março de 2020.

 

Apêndice A – Tarefas executadas pelo WG

Tarefas

Data

Paramilitares

Treinar, equipar, auxiliar e habilitar as forças da nação anfitriã e/ou milícias locais para operações no campo de batalha

Combate

Fornecer capacidades-chave táticas para tarefas específicas, como: sniper, fogos, apoio, antiaéreas e ações diretas

Informações

Com os operacionais do WG com ligações à agência de informações russa GRU, recrutar fontes humanas, orientar meios ISR5 e conduzir missões secretas e de sabotagem

Proteção

Garantir proteção a altos funcionários dos governos locais, incluindo operar conjuntamente com guardas presidenciais

Segurança de
infraestruturas críticas

Proteger infraestruturas de energia, mineração e de extração mineral a pedido das nações anfitriãs e de empresas russas que operam no exterior

Propaganda e
Desinformação

Conjuntamente com meios de comunicação social associados, disseminar mensagens e narrativas pró-russas aos públicos-alvo através da intranet e no terreno

Fonte: Adaptado a partir de Katz, Jones, Doxsee, & Harrington (2020)

 

_____________________________

1Foi uma PMC russa registada em Hong-Kong, que operou na guerra civil da Síria.

2É uma viatura militar russa, produzida em 1961 e foi uma das mais utilizadas pelo Exército Vermelho.

3Regresso, Reclamação e Reabilitação.

4https://www.youtube.com/watch?v=2uhhd1YpfnQ.

5Intelligence, Surveillance & Reconnaissance.

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by COM Armando Dias Correia