Nº 2591 - Dezembro de 2017
Pessoa coletiva com estatuto de utilidade pública
Um português vítima do Holocausto: Inácio Augusto Anta (1906-1945)
Tenente-coronel
Pedro Marquês de Sousa

Evocando o dia 27 de janeiro, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, recordamos um português vítima do Holocausto. Dos 11 milhões de mortos vítimas deste genocídio, 6 milhões eram judeus e os restantes 5 milhões (não judeus) eram ciganos, deficientes, comunistas, sindicalistas, testemunhas de Jeová, anarquistas, gays, padres, povos eslavos e combatentes da resistência. Entre os milhares de vítimas do Holocausto contam-se também 70 portugueses, um dos quais, antigo aluno da Escola de Oficiais do Exército, a quem dedicamos este artigo.

Na sequência de uma visita que realizei ao campo de concentração de Dachau (Munique), em 2015, e da leitura dos artigos publicados, em 2014, pelo jornal O PÚBLICO, fiquei interessado em conhecer melhor a dimensão do Holocausto entre os portugueses. O trabalho de pesquisa realizado pelos jornalistas de O PÚBLICO, Patrícia Carvalho e Nelson Garrido, nos arquivos do International Tracing Service (ITS)[1] e os trabalhos de César de Oliveira, Varela Gomes, Irene Pimentel e Cláudia Ningos, citados neste artigo, levaram-me a investigar com mais detalhe o caso do antigo militar português Inácio Anta, morto no campo de concentração de Sachsenhausen (Berlim), em 1945.

 

Inácio Augusto Anta uma vítima do Holocausto

Entre os cerca de 30.000 mortos no campo de concentração de Sachsenhausen, no norte da Alemanha, está um português, transmontano e ex-aluno da Escola de Oficiais do Exército (Escola Militar), chamado Inácio Augusto Anta, que morreu numa câmara de gás, com 38 anos de idade, em fevereiro de 1945.

Fonte: Foto do AHM cota P 29 A /L 3/ 3292

Figura 1 – Aspirante Aluno Inácio Augusto Anta.

Aluno n.º 177 (1925) da Escola Militar (Lisboa).

 

Inácio Augusto Anta (1906-1945), foi aluno da Escola Militar (actual Academia Militar) em Lisboa, onde frequentou o curso de Engenharia Militar e Artilharia a Pé[2]. Nasceu, em Bragança, em 5 de abril de 1906, e ali viveu até concluir o curso complementar no Liceu Nacional Emídio Garcia. No ano letivo 1922/23, foi para Lisboa estudar no Instituto Superior Técnico e, em Novembro de 1925, ingressou na Escola Militar. Frequentou o curso de oficiais com alguns nomes que foram mais tarde personalidades relevantes no Estado Novo, como o major engenheiro Eduardo de Arantes e Oliveira que foi ministro das Obras Públicas de Salazar (1954-1967) e governador de Moçambique (1970-1972) e Inácio Oom do Vale, engenheiro e arquitecto do edifício do Instituto Português de Oncologia e da Universidade de Lisboa, e ainda com outras figuras do Estado Novo.

Desconhecemos a razão porque Inácio Anta não concluiu o curso na Escola Militar e foi para Espanha combater na guerra civil espanhola (1936-1939), lutando pelos republicanos contra os nacionalistas. Após a proclamação da II República em Espanha, em 1931[3], reuniram-se naquele país diversos portugueses que estavam exilados em França e noutros locais, criando ali uma base revolucionária de opositores à ditadura portuguesa[4].

A II República em Espanha foi proclamada a 14 de abril de 1931, na sequência da vitória republicana nas eleições municipais e da renúncia do Rei Afonso XIII, que deixou Espanha para o exílio, na mesma data. Embora os monárquicos tivessem saído vitoriosos, os republicanos venceram na maioria das grandes cidades, pelo que, prevendo revoltas e instabilidade, o rei resolveu abdicar. Foram convocadas novas eleições para a assembleia constituinte no mesmo ano (1931) que foram vencidas pela esquerda republicana. Nas eleições de 1933, venceu a direita o que deu origem a revoltas da esquerda. Nas eleições de 1936 venceu a esquerda por pequena vantagem o que motivou um movimento da direita com o apoio do exército, em julho desse ano de 1936.

Durante a guerra civil em Espanha, muitos portugueses lutaram contra os nacionalistas de Franco, integrando a “frente popular”, criada em fevereiro de 1936, que agregava combatentes portugueses pertencentes a três grupos diferentes: comunistas, republicanos e anarco-sindicalistas.

Inácio Anta estava ligado ao grupo dos republicanos, viveu na Catalunha, onde tinha mulher e um filho, nascido em 1938, mas, perante a ofensiva dos nacionalistas que conquistaram Barcelona, a 26 de janeiro de 1939, abandonou a Espanha, a 25 janeiro, juntamente com centenas de portugueses, indo para França com a mulher e o filho, bebé de 6 meses, que faleceu na travessia dos Pirinéus. Inácio Anta chegou a França, ficando instalado no campo de concentração em Argélés-sur-Mer, onde foram reunidos quase todos os portugueses vindos de Espanha. Mais tarde, foi para o campo de Gurs e integrou brigadas de trabalho em obras de construção de apoio aos militares franceses[5]. Esteve no campo de prisioneiros de Vincennes, mas, depois, ele e a mulher foram levados para a Alemanha. A sua mulher foi enviada para o campo de Ravensbruk[6] e Inácio foi, em janeiro de 1943, enviado para o campo de concentração de Sachsenhausen (a norte de Berlim)7 onde morreu na câmara de gás.

Fonte: Holocaust Education & Archive Research Team:
http://www.holocaustresearchproject.org/othercamps/sachsenhausen.html

Figura 2 – Entrada do campo de concentração de Sachsenhausen, onde esteve Inácio Anta.

 

Inácio Anta e a sua família integraram o contingente de meio milhão de pessoas que passaram os Pirenéus, fugindo de Espanha para França. Nesta fuga vinham cerca de 200 portugueses, entre os quais, Jaime Cortesão, Pedro Batista Rocha, Jaime de Morais, Ultra Machado e Emídio Guerreiro (fundador do PPD/PSD), tal como revela César de Oliveira, no seu livro “Salazar e a Guerra Civil de Espanha”[8].

Inácio Anta foi vitima de três ditaduras, vindo a morrer perante a mais dura, num campo de concentração na Alemanha, quando faltavam apenas dois meses para os aliados tomarem Berlim. A história de Inácio só foi conhecida em Portugal porque o filho do embaixador da Noruega em Portugal, que foi também prisioneiro e seu companheiro em Sachsenhausen, procurou, através do jornal O Século, contactar a família do malogrado português. A notícia foi publicada no jornal O Século, a 11 e a 12 de julho de 1945. Através deste jornal, o norueguês, antigo companheiro de Inácio Anta, disponibilizou a sua morada e telefone em Lisboa para que a família do português falecido o pudesse contactar. Na notícia do jornal, o norueguês informa que o prisioneiro português só tinha sido autorizado uma vez a escrever para Portugal e que teria a mãe e uma irmã a residir em Coimbra ou no Porto, um irmão no Alentejo e uma irmã em Moçambique.

Fonte: Holocaust Education & Archive Research Team:
http://www.holocaustresearchproject.org/othercamps/sachsenhausen.html

Figura 3 – Vítimas no campo de concentração de Sachsenhausen.

 

A dramática história de Inácio Anta revela como a sua luta pela liberdade lhe custou a vida. Deixou Portugal, lutou em Espanha contra Franco e em França participou na resistência francesa contra a ocupação alemã[9]. No recente livro, “Portugueses nos Campos de Concentração Nazis”, Patrícia Carvalho revela os nomes de cinquenta portugueses que foram deportados de França para os campos de concentração. Alguns eram judeus nascidos em Portugal e que já tinham ido viver para França antes da guerra e outros eram fugitivos da guerra civil de Espanha e da ditadura portuguesa.

Inácio Anta morreu uns meses antes da vitória dos aliados, mas o cidadão da noruega que foi seu companheiro de cativeiro deixou-nos informação sobre o final da vida deste homem, o único português que esteve no campo de Sachsenhausen em Orianenburg, juntamente com 6.000 noruegueses e 4.000 de outras origens (belgas, checos e holandeses).

 

A Guerra de Espanha e o “Plano L” para invadir Portugal

Como já referimos, na guerra civil de Espanha, Inácio Anta pertencia ao grupo dos combatentes republicanos de Jaime Cortesão e Jaime de Morais, conhecido pelo grupo dos “Budas”[10], que, aproveitando a situação em Espanha, planeava o “Plano L” (Plano Lusitânia) para invadir Portugal e derrubar o governo ditatorial. Inácio Anta combateu como capitão e depois como major de artilharia nas brigadas internacionais[11] e fazia parte da força que chegou a ser planeada para executar o “Plano Lusitânia”[12].

O “Plano L” começou a ser preparado em Espanha, em maio de 1937, e previa o emprego de uma força de portugueses para invadir Portugal através de três locais (em três navios): na zona de Lisboa, na Península de Tróia (Setúbal) e em Peniche, em coordenação com as estruturas clandestinas opositoras ao regime português. Esta invasão pela costa atlântica deveria ser realizada em simultâneo com uma operação das tropas republicanas (pelo Exército do Centro) na fronteira terrestre do Alentejo a partir de Mérida e de Badajoz. O plano previa a aterragem de um avião em Tróia (Setúbal), vindo de França, trazendo para Portugal um grupo de exilados para instalarem um governo provisório, presidido por Jaime de Morais[13].

Para preparar o “Plano L”, reuniram-se em San Juan de las Abadesas cerca de 400 combatentes portugueses que andavam dispersos em diversas frentes. Os selecionados iriam para o aquartelamento de Centellas, onde Jaime de Morais, César de Almeida, Alexandrino dos Santos, Mário Reis e outros, dariam instruções para executar o Plano. Porém, no fim do ano de 1938, a ofensiva bem sucedida dos nacionalistas inviabilizou o Plano.

Perante a ofensiva dos nacionalistas na Catalunha, que conquistaram Barcelona, a 26 de janeiro de 1939, um numeroso grupo de portugueses abandonou a Espanha, a 24 e 25 janeiro de 1939, passando os Pirenéus para França. Antes da retirada, os portugueses estavam concentrados em dois aquartelamentos republicanos em Espanha, um, em Centelhas, e outro, em San Juan de las Abadesas, onde estava Inácio Anta, chefiando um grupo de 200 a 300 pessoas.

Inácio Anta chegou a França, ficando instalado no campo de concentração em Argélés-sur-Mer, onde foram reunidos quase todos os portugueses vindos de Espanha. Mais tarde, foi para o campo de Gurs, e Varela Gomes[14] refere que Inácio Anta, por ser o mais graduado (major de artilharia do exército republicano), foi inicialmente o líder do grupo português, sendo depois substituído pelo capitão Pedro Rocha, do grupo comunista.

Em 1939, quase todos os portugueses vindos de Espanha permaneciam nos campos em França e, alguns, como Inácio Anta, integraram brigadas de trabalho em obras de fortificações e outras de apoio militar. Em 1940, quando os alemães ocuparam a França, muitos destes portugueses pediram ao consulado para regressar a Portugal, onde foram presos pela Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) e depois enviados para as prisões do Tarrafal, Peniche, Algube e Caxias. Inácio Anta e outros compatriotas permaneceram em França e ali acabariam por ser presos e enviados para a Alemanha.

 

Sachsenhausen, um dos campos de concentração

O campo de Sachsenhausen, situado a 35 km de Berlim, onde esteve e morreu Inácio Anta, funcionou como campo de prisioneiros, desde julho de 1936 até abril de 1945, e nele morreram mais de 30.000 pessoas. Segundo os dados disponibilizados pela lista de mortos no campo de Sachsenhausen, Inácio tinha o número de prisioneiro 58.427[15].

Inicialmente, o campo de Sachsenhausen recebia apenas prisioneiros políticos, mas, em 1938, foram ali concentrados milhares de judeus. Depois de 1940, o campo recebeu milhares de polacos, militares soviéticos e milhares de outras pessoas que, para além de trabalhos forçados, foram vítimas de experiências médicas. Na verdade, o campo era um grande complexo constituído por cerca de 40 campos localizados em torno das indústrias de armamento da região de Berlim, onde os prisioneiros eram obrigados a trabalhos forçados na produção de equipamento militar. Quando o português Inácio Anta morreu, em fevereiro de 1945, estavam no campo cerca de 65.000 prisioneiros, dos quais cerca de 13.000 eram mulheres.

Entre os anos de 1933 a 1945, o regime Nacional Socialista (Nazi) criou mais de 40.000 campos que serviram como campos de trabalho, para detenção dos designados inimigos do Estado e também como locais de extermínio. No início, o regime alemão começou por criar centros de detenção, designados de “campos de concentração” para prender os “inimigos do Estado” que na maioria eram alemães comunistas ou sociais-democratas, ciganos (etnia Romani), testemunhas de Jeová, homossexuais e outros acusados de estarem fora dos padrões sociais.

Fonte: Holocaust Education & Archive Research Team:
http://www.holocaustresearchproject.org/othercamps/sachsenhausen.html

Figura 4 – Parada Geral de Prisioneiros no Campo de Sachsenhausen.

 

Depois da anexação da Áustria, em 1938, os alemães começaram a prender também judeus alemães e austríacos nos campos de concentração localizados na Alemanha, como em Dachau, Buchenwald e Sachsenhausen. Depois da invasão da Polónia, em setembro de 1939, os alemães criaram campos de trabalho para onde foram enviados milhares de prisioneiros. Depois da invasão da União Soviética, em junho de 1941, os alemães criaram campos de prisioneiros de guerra e muitos foram, mais tarde, transformados em campos de concentração. No desenvolvimento da sua política de destruição em massa de judeus, foram ainda criados diversos campos de extermínio, como os campos de Chelmno, Belzec, Sobibor e Treblinka, para destruir a população judaica. Em muitos destes campos, eram realizadas experiências por médicos e cientistas alemães que usavam os prisioneiros.

Figura 5 – Código de Símbolos usados pelos prisioneiros nos Campos Nazi.

 

A maior parte das vítimas destes campos eram judeus, mas foram mortos também milhares de comunistas, homossexuais, ciganos, deficientes mentais e motores, prisioneiros de guerra soviéticos, intelectuais da Polónia, russos e de outros países do leste europeu e eslavos, ativistas políticos, testemunhas de Jeová, sacerdotes católicos, sindicalistas e criminosos de delito comum. De acordo com a sua condição e o motivo da sua detenção, cada prisioneiro usava um símbolo na roupa, que o identificava de modo bem visível. Os judeus usavam dois triângulos amarelos sobrepostos (símbolo da estrela de Davi) e os presos políticos usavam o triângulo vermelho (comunistas, anarquistas e maçons).

Não é possível ter a certeza do símbolo que foi usado por Inácio Anta, mas é provável que ele tenha usado um triângulo azul, que era atribuído aos prisioneiros espanhóis que se exilaram em França, a seguir à derrota na revolução espanhola, e que foram deportados para a Alemanha.

O ITS, criado ainda durante a guerra pelos aliados, é atualmente um arquivo na Alemanha, onde estão os documentos relacionados com os campos de concentração. O ITS foi classificado, em 2013, pela UNESCO, como Memória do Mundo, depois de ter disponibilizado o acesso público a documentos, desde 2007.

No ano 2010, a União Europeia criou uma base de dados europeia, a European Holocaust Research Infrastructure (EHRI), para pesquisar e identificar arquivos sobre o Holocausto e, desde 2005, que a ONU presta homenagem às vítimas do Holocausto, estabelecendo o dia 27 de janeiro como o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, o dia em que os prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz foram libertados, com a vitória dos aliados sobre os alemães.

 

Conclusão

Inácio Anta (1906-1945) foi uma personalidade que a história ainda não registou, talvez por não ter ligação a nenhum grupo político ou de outra natureza que pudesse restaurar a sua memória, como aconteceu com outras figuras opositores da ditadura. Talvez por isso, o seu exemplo seja ainda mais valioso, apesar de totalmente desconhecido.

Ele teve a coragem de ser e de agir de forma diferente do padrão das pessoas da sua geração, escolhendo o caminho sempre difícil de ser coerente e fiel às suas convicções e princípios, sem ceder ou manobrar, o que é muito raro. Podia ter sido um discreto cidadão civil ou militar de carreira e vivido tranquilamente integrado no Estado Novo, mas escolheu antes um modo de vida repleto de dificuldades, para si e para a sua família. Apesar do elevado preço que pagou, permaneceu como um desconhecido sem que a história registe o seu exemplo, tão coerente como discreto. Na guerra de Espanha, ele terá sido uma figura secundária no seio do grupo de Jaime Cortesão, no meio de tantas personalidades conhecidas, sobre as quais conhecemos os percursos, de França para o exílio no Brasil. Inácio Anta ficou na França ocupada pelos alemães e dali foi para um campo de concentração nazi, morrendo sozinho, longe de Portugal.

 

Fontes e Bibliografia

Arquivo Histórico Militar

Processo individual nº 8184 do aluno da Escola Militar: AHM Maço nº 230, Processo n.º 8184.

Foto do Aspirante Aluno Inácio Augusto Anta: AHM P 29 A /L 3/ 3292.

Bibliografia

Carvalho, Patrícia, Portugueses nos Campos de Concentração Nazis, Vogais, 2015.

Castells, Andreu, As Brigadas Internacionais na Guerra Civil de Espanha, Barcelona, 1974.

Gomes, Varela, Guerra de Espanha, achegas ao redor da participação portuguesa, 70 anos depois, Fim de Século, 2ª Ed, 2006.

Mucznik, Esther, Portugueses no Holocausto, A Esfera dos Livros, 2012.

Mucznik, Esther, Auschwitz, Um Dia de Cada Vez, A Esfera dos Livros, 2015.

Oliveira, César de, Salazar e a Guerra Civil de Espanha, Edições O JORNAL, 1987.

Pimentel, Irene Flunser e Claudia Ningos, Salazar, Portugal e o Holocausto, Circulo de Leitores, Lisboa, 2013.

Periódicos

Jornal O SÉCULO de 11 e de 12 de julho de 1945.

Jornal O PÚBLICO de 27 de março e de 22 de junho de 2014.

Sites da Internet

Lista de mortos no campo de Sachsenhausen entre 1936 e 1945: http://www.stiftung-bg.de/totenbuch/main.php.

Holocaust Education & Archive Research Team: http://www.holocaustresearchproject.org/othercamps/sachsenhausen.html.

Nazi Camps – United States Holocaust Memorial Museum: https://www.ushmm.org/wlc/en/article.php.

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1  O International Tracing Service (ITS), criado ainda durante a guerra pelos aliados, é actualmente um arquivo na Alemanha onde estão os documentos relacionados com os campos de concentração.

[2]    Processo de aluno da Escola de Guerra – AHM, maço nº 230, Processo nº 8184.

[3]    A guerra civil (1936-1939) teve início em julho de 1936, após o pronunciamento militar contra o governo republicano. A guerra terminou em 1939, com a vitória dos militares nacionalistas e a instauração do regime do general Franco.

[4]    A designada revolta do Castelo de S. Jorge (Lisboa), em 26 de agosto de 1931, contra a ditadura, refletiu o entusiasmo vivido em Espanha. Foi a última revolta antes do 25 de abril de 1974, protagonizada pelo movimento do “Reviralho”, desenvolvido pela oposição republicana democrática e liberal, tendo por base a Aliança Republicana e Socialista (ARS) de oposição à ditadura, instaurada em 28 de maio de 1926.

[5]    Varela Gomes refere que Inácio Anta, por ser o mais graduado (major de artilharia do exército republicano), foi o líder do grupo de internados portugueses no campo, sendo depois substituído pelo capitão Pedro Rocha, que pertencia ao grupo comunista. Varela Gomes, Guerra de Espanha, achegas ao redor da participação portuguesa, 70 anos depois, Fim de Século, 2ª Ed, 2006, p. 37.

[6]    Ravensbruk era um campo para mulheres, onde esteve a conhecida jovem judia Anne Frank.

[7]    Lista de mortos no campo de concentração de Sachsenhausen, entre 1936-1945 (http://www.stiftung-bg.de/totenbuch/main.php).

[8]    César de Oliveira, “Salazar e a Guerra Civil de Espanha”, Edições O Jornal.

[9]    O livro de Irene Flunser Pimentel e Claudia Ningos, “Salazar, Portugal e o Holocausto”, Circulo de Leitores, Lisboa, 2013, p. 817, destaca o caso de Inácio Anta.

[10]    Varela Gomes designa-o por grupo republicano e maçon. Varela Gomes, Guerra de Espanha, achegas ao redor da participação portuguesa, 70 anos depois, Fim de Século, 2ª Ed, 2006.

[11]    Jaime de Morais já tinha boas relações com os republicanos espanhóis antes da guerra e, por isso, chegou a conseguir reunir doze baterias de artilharia (material soviético calibre 7,62 cm) para as Brigadas Internacionais, onde serviram muitos portugueses, ex-militares e civis que receberam instrução militar em Espanha. A obra de Andreu Castells, “As Brigadas Internacionais na Guerra Civil de Espanha”, Barcelona, 1974, refere a presença de portugueses.

[12]    César de Oliveira, Salazar e a guerra civil de Espanha, O JORNAL, 1987, p. 399.

[13]    Jaime de Morais era médico da Marinha e foi um revolucionário do 5 de outubro de 1910. Foi governador do Congo (1911-1914) e governador de Angola (1914-1917). Lutou, em 1919, contra a incursão monárquica e depois foi governador na Índia (1919-1925). Foi um dos lideres da revolução de 1927 contra a ditadura e foi preso em 1 de maio de 1928.

[14]    Varela Gomes, Guerra de Espanha, achegas ao redor da participação portuguesa, 70 anos depois, Fim de Século, 2ª Ed, 2006, p. 37.

[15]    A lista de mortos no campo de Sachsenhausen, entre 1936 e 1945, pode ser vista em http://www.stiftung-bg.de/totenbuch/main.php.

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