Nº 2608 - Maio de 2019
Pessoa coletiva com estatuto de utilidade pública
Crónicas Militares Nacionais
Coronel
Nuno Miguel Pascoal Dias Pereira da Silva

Portugal participou no maior e mais complexo exercício de ciberdefesa internacional

Portugal participou, sob a coordenação do Centro de Ciberdefesa das Forças Armadas, entre os dias 9 e 11 de abril de 2019, pela segunda vez, no exercício LOCKED SHIELDS, promovido e conduzido pelo NATO Cooperative Cyber Defence Center of Excelence (CCDCOE), em Talin, Estónia.

O exercício LOCKED SHIELDS, que conta com a participação de cerca de 30 nações, é o maior e mais complexo exercício de ciberdefesa de nível internacional. Com foco nos diversos níveis de atuação e decisão, este exercício desafia as equipas a responderem a incidentes ao nível técnico, que terão impacto direto no nível operacional de condução de uma operação militar, bem como ao nível de decisão estratégica, envolvendo ainda as componentes de apoio jurídico às operações no ciberespaço e apoio no âmbito da comunicação e relações públicas.

A participação nacional contou com mais de 40 elementos, no contexto da equipa de geometria variável, para fazer face às situações/ameaças no ciberespaço. Na sua maioria, a equipa portuguesa é composta por elementos das Forças Armadas, para além destes militares, na Estónia, encontrava-se também uma representação de militares nacionais, para o acompanhamento das atividades de verificação do planeamento e de ações específicas de atividades no ciberespaço. Da equipa portuguesa fazem ainda parte o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), enquanto parceiro privilegiado para a garantia da segurança do ciberespaço, e as empresas CISCO Portugal, REDSHIFT Consulting e Dognaedis, numa ótica de colaboração estreita com componente da indústria para a partilha de conhecimento e experiências.

O LOCKED SHIELDS é um exercício de Red Team vs Blue Team em tempo real, no qual as Blue Team, formadas pelas equipas de cada nação, são destacadas para o território de um país fictício para resolver um incidente cibernético de grande escala. Para além do desafio técnico que se apresenta com a necessidade de proteger e manter operacional uma infraestrutura tecnológica complexa, reportando e mitigando de forma eficaz os incidentes levantados pela Red Team, as Blue Team são ainda confrontadas com a necessidades de tomar decisões estratégicas, bem como na resolução de desafios forenses, legais e de comunicação e relações públicas.

 

8.ª Força Nacional Destacada regressa a Portugal após 5 meses em missão no Iraque

A 8.ª Força Nacional Destacada (FND) em missão no Iraque, composta por 31 militares do Exército Português, integrados na operação “Inherent Resolve”, da coligação internacional liderada pelos EUA, regressou a território nacional, no dia 19 de abril de 2019.

A 8.ª FND foi aprontada pelo Exército Português na Zona Militar da Madeira – Regimento de Guarnição N.º 3 –, sendo composta por 13 oficiais, 15 sargentos e 3 praças.

Desde o dia 5 de novembro de 2018, os militares do Exército Português ministraram instrução a mais de 2000 militares de quatro brigadas iraquianas do Exército iraquiano, da Polícia Federal e pertencentes às Forças de Segurança iraquianas. A formação dividiu-se em matérias de tática em operações militares, combate de pequenas e grandes unidades, armamento, tiro, morteiros, engenharia, socorrismo de combate e comunicações.

Tendo em vista não interromper a Missão atribuída a Portugal, a 9.ª FND, composta por 31 militares do Exército Português, embarcou para o Iraque, no dia 15 de abril de 2019. Esta Força é composta por militares provenientes de várias Unidades da Brigada de Intervenção e a sua preparação decorreu no Regimento de Infantaria N.º 19 (Chaves).

 

Navio patrulha “Figueira da Foz” vai treinar “guerra de minas” no Mediterrâneo

O navio patrulha oceânico “Figueira da Foz”, da Marinha Portuguesa, partiu, no dia 24 de abril de 2019, da Base Naval de Lisboa, para participar no exercício SPANISH MINEX 19, realizado no âmbito da primeira ativação deste ano da força naval europeia EUROMARFOR, de que fazem parte ainda Espanha, França e Itália. O navio da Marinha chegou a Maó, na Ilha Menorca, Baleares, no dia 27 de abril de 2019, permanecendo no Mediterrâneo Ocidental até ao próximo dia 13 de maio de 2019.

O SPANISH MINEX é um exercício anual organizado pela Marinha espanhola, cujo objetivo é pôr em prática os procedimentos comuns para a defesa de portos contra a ameaça de minas e providenciar segurança aos navios mercantes.

A força naval portuguesa é constituída pelo navio “Figueira da Foz”, mergulhadores do Destacamento de Guerra de Minas e militares de apoio ao comandante do grupo tarefa EUROMARFOR, num total de 65 militares.

A missão de cada participante é manter as águas livres da ameaça de minas, harmonizando procedimentos e incrementando o grau de interoperabilidade com as restantes marinhas aliadas. As minas usadas neste exercício internacional são simuladas por dispositivos submarinos inertes amigos do ambiente que serão recolhidos quando a missão terminar.

Portugal assumiu, no dia 19 de setembro de 2018, por um período de dois anos, o comando rotativo da EUROMARFOR, atualmente comandada pelo Vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, Comandante Naval da Marinha Portuguesa.

A EUROMARFOR é ativada especificamente para o cumprimento de missões ou operações navais, aéreas e anfíbias, podendo, num curto espaço de tempo, constituir-se como uma força pronta para atuar e ser empregue em missões humanitárias e de salvamento, manutenção da paz, de combate em gestão de crises e restabelecimento da paz.

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2019-11-06
673-675
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REVISTA MILITAR @ 2024
by COM Armando Dias Correia