Nº 2639 - Dezembro de 2021
Pessoa coletiva com estatuto de utilidade pública
A Operação Lam Son 719 e a vietnamização
Prof. Doutor
Orlando J. B. Almeida Pereira

Antecedentes

No dia 19 de Maio de 1959, 69º aniversário do presidente Ho Chi Minh, o Exército Popular do Vietname (Exército Norte-Vietnamita – ENV) formou o Grupo de Transporte Militar 559, com a missão de abastecer os guerrilheiros Vietcong (VC) na República do Vietname (Vietname do Sul) e de infiltrar reforços recrutados na República Democrática do Vietname (Vietname do Norte), principalmente através do que veio a ser conhecido como pista de Ho Chi Minh (figura 1).[1] Neste mesmo mês, o ENV começou a apoiar o movimento comunista Pathet Lao.

Em de Abril de 1961, o presidente Kennedy apelou a um cessar-fogo, seguido de negociações sobre a neutralidade do Laos. No dia 29, o ENV conquistou Tchepone e Muong Phine, no sul do Laos (figura 2), tendo a guarnição de Tchepone, o Bataillon Volontaire 33, retirado para Ban Houei Sane, junto à fronteira com o Vietname. No dia 3 de Maio, o Pathet Lao anunciou que aceitava o cessar-fogo. Vários líderes do Exército da República do Vietname (ERVN) pediram ao presidente Ngo Dinh Diem que autorizasse o ERVN a tomar Tchepone, mas, devido ao cessar-fogo, este só autorizou acções encobertas e em pequena escala e o envio de artilharia para Lao Bao (figura 3).[3]

Figura 1 – A pista de Ho Chi Minh.[2]

Em Outubro, os Joint Chiefs of Staff (JCS) e outros militares dos EUA recomendaram o envio de forças militares dos países da SEATO** para o Laos e para o Vietname do Sul.[5]1

No dia 23 de Julho de 1962, foi assinado o acordo de neutralidade do Laos.[6] Neste mês, as Special Forces do Exército dos EUA estabeleceram um campo em Khe Sanh (figura 2).[7] A 6 de Outubro, todos os conselheiros militares estado-unidenses tinham retirado do Laos e as acções do ERVN cessado, mas o ENV continuou a ocupar o território por onde passava a pista de Ho Chi Minh.[8]

Em inícios de Abril de 1964, o primeiro-ministro do Laos, Souvanna Phouma, autorizou a realização de operações limitadas naquele país a partir do Vietname do Sul. O Military Assistance Command Vietnam (MACV) começou a planear esse tipo de operações. No dia 24 de Junho, teve início a operação Leaping Lena, na qual pequenos grupos de forças especiais sul-vietnamitas foram largados de aviões sul-vietnamitas na região entre Moung Phine e Tchepone. Apenas seis dos quarenta pára-quedistas regressaram. Começaram igualmente a ser estudadas operações em maior escala, com alguma participação estado-unidense. Contudo, a 23 de Outubro, o comandante do MACV, general William Westmoreland, informou os JCS de que o ERVN não seria capaz de realizar uma operação terrestre no Laos antes de inícios do ano seguinte.[9]

Figura 2 – Estradas na Região Militar 3 do Laos.[4]

 

No dia 2 de Março de 1965, teve início a operação Rolling Thunder, uma campanha de bombardeamento aéreo do Vietname do Norte. Contudo, a escolha dos alvos e as regras de empenhamento impostas pelos líderes políticos evoluíram sempre mais lentamente do que o necessário para produzir os resultados pretendidos.[10] A 21, com o acordo do governo do Laos, mas de forma encoberta, começaram os ataques aéreos contra a pista de Ho Chi Minh. Começaram também a ser utilizados guerrilheiros laocianos, apoiados secretamente pelos EUA, e operações clandestinas de forças especiais dos EUA, para reconhecer, vigiar e atacar a pista.[11][12]

A 1 de Abril, o presidente Lyndon B. Johnson aprovou a realização de operações terrestres ofensivas no Vietname do Sul.[13] Neste mês, começaram as manifestações contra a guerra, nos EUA.

Em Novembro, o Camboja assinou um tratado secreto autorizando a utilização do porto de Sihanoukville para abastecer o VC e o ENV.[14]

A 29 de Setembro de 1966, os EUA estacionaram um batalhão de Marines em Khe Sahn.[15] A passagem formal à ofensiva deu-se em Outubro. Neste mês, o efectivo total de forças militares dos EUA, da Coreia do Sul e da Austrália no Vietname era aproximadamente 325.000 militares. Quanto aos sul-vietnamitas, o efectivo do ERVN era 275.000, o da Força Aérea cerca de 16.000 e o da Marinha semelhante a este. Além das Forças Armadas regulares, existiam Forças Regionais e Forças Populares, com um efectivo de 320.000, e milícias tribais, com um efectivo de 30.000.[16] A população do Vietname do Sul era de cerca de 16 milhões de habitantes.[17]

No dia 21 de Dezembro, as Special Forces relocalizaram o seu campo em Lang Vei (figura 3). Neste ano, o Studies and Observation Group (MACV-SOG) estabeleceu em Khe Sahn uma base para operações clandestinas no Laos.[18]

Em Julho de 1967, os Marines estado-unidenses enviaram um comboio de 85 camiões e dois canhões de 175mm para Khe Sahn. Estes canhões poderiam ser utilizados para contrabater a artilharia de longo alcance do ENV e para apoiar a interdição da pista de Ho Chi Minh. Contudo, o ENV estava a reforçar a área mais rapidamente e, após uma emboscada na Estrada 9, os canhões recuaram para a base Carroll (figura 5), continuando apenas o comboio. Este troço de estrada foi cortado pelo ENV em Agosto.[19]

No dia 21 de Novembro, num discurso público, o comandante das forças militares dos EUA no Vietname, general William Westmoreland, previu que, no ano seguinte, os EUA começariam a preparar o ERVN para assumir uma parcela cada vez maior da guerra. A 18 de Dezembro, o presidente Johnson concordou com uma revisão da condução das operações militares de forma a acelerar a transferência das operações de combate para o ERVN.[20] No entanto, o total de forças militares Aliadas era já demasiado elevado para ser sustentável apenas por recrutamento da população do Vietname do Sul e não podiam obter uma vitória decisiva sobre o Vietname do Norte dentro das fronteiras do Vietname do Sul, problema semelhante ao dos portugueses no contemporâneo teatro de operações da Guiné.[21]

No dia 20 de Janeiro de 1968, o ENV iniciou o chamado cerco de Khe Sahn. A 24, o ENV tomou Ban Houei Sane, tendo o BV 33, à época financiado pela CIA, retirado para Lang Vei. No dia 7 de Fevereiro, utilizando pela primeira vez carros de combate ligeiros PT-76 dentro do Vietname do Sul, o ENV tomou o campo de Special Forces de Lang Vei. A 1 de Abril, começou a operação que levou ao levantamento do cerco no dia 8. Tendo os EUA decidido a evacuação da base, esta terminou a 5 de Julho.[22]

No dia 1 de Novembro, o presidente Johnson suspendeu todas as operações ofensivas contra o Vietname do Norte e a Zona Desmilitarizada.[23] A suspensão dos bombardeamentos aéreos levou à reorientação dos meios para as operações de interdição da pista de Ho Chi Minh, Steel Tiger e Commando Hunt.[24] Contudo, a destruição das unidades antiaéreas do ENV era a última prioridade destas operações e a interdição através de meios aéreos era impossível de transferir para o Vietname do Sul.[25] Além disso, apoiar os laocianos que combatiam o ENV teve sempre uma prioridade muito baixa, nomeadamente a operação Barrel Roll.[26] Este apoio provavelmente teria sido a forma mais eficaz e duradoura de defender o Vietname do Sul.

No âmbito da operação Dewey Canyon, dois pelotões de Marines dos EUA efectuaram, no dia 22 de Fevereiro de 1969, uma emboscada num troço da Estrada 922 (figura 2) cerca de 500m dentro do Laos e, de 24 de Fevereiro a 1 de Março, três pelotões percorreram 5km da mesma estrada, nunca mais de 2km dentro do Laos.[27]

No dia 17 de Março, a Task Force Remagen saiu de Ca Lu (figura 5) pela Estrada 9, tendo chegado a Khe Sanh a 19. Era uma força mecanizada e blindada estado-unidense e, na fase final da operação, também sul-vietnamita. Todos os veículos eram de rasto, toda a artilharia auto-propulsionada; a força incluía bulldozers e veículos lançadores de pontes, as quais eram recolhidas após o atravessamento, pelo que o reabastecimento era efectuado por helicóptero. A partir do dia 20, realizou operações a oeste, sul e norte de Khe Sanh.[28]

No dia 28 de Março, o Secretário da Defesa Melvin Laird criou a palavra “vietnamização”.[29] A “vietnamização” tanto poderia ser uma estratégia para a guerra como poderia ser uma política para retirar os estado-unidenses da guerra.[30]

A 29 de Abril, tendo realizado reconhecimentos em força, um raide de artilharia e uma simulação de incursão no Laos, tendo sido reforçada com uma unidade do ERVN e tendo resistido a ataques do ENV, a Task Force Remagen chegou de regresso à base de Ca Lu.[31]

No dia 8 de Junho, o presidente Richard Nixon anunciou que a primeira redução do número de tropas dos EUA no Vietname começaria dentro de 30 dias.[32] O rácio entre forças militares Aliadas e população do Vietname do Sul era 69:1000.[33] Este valor não podia ser sustentado indefinidamente através de recrutamento exclusivamente local.[34]

A 7 de Setembro, no âmbito da operação Junction City Junior, guerrilheiros laocianos e mercenários tailandeses capturaram Muong Phine, de seguida ocupada pelo Exército do Laos. Após uma tentativa de raide sobre Tchepone, o ENV contra-atacou e reocupou Muong Phine, menos de dois meses depois da captura.[35]

No dia 21 de Fevereiro de 1970, durante as negociações secretas entre os EUA e o Vietname do Norte, Le Duc Tho apresentou como uma das justificações para as exigências a impossibilidade de o ERVN ser bem sucedido sozinho naquilo que os EUA estavam a fazer juntamente com o ERVN.[36]

Em finais de Março, o Camboja proibiu a utilização do porto de Sihanoukville para abastecer o ENV.[37] Tendo este ficado completamente dependente da pista de Ho Chi Minh, o Vietname do Norte tentou imediatamente reverter a situação, começando a apoiar os Khmeres Vermelhos e a atacar forças do exército cambojano. Antes do mês terminar, o ERVN estava fornecer apoio de artilharia a unidades cambojanas em dificuldades e a realizar incursões através da fronteira. Estas acções foram realizadas sem qualquer auxílio dos militares dos EUA, mas foram todas em pequena escala.[38] Em lugar de recusar qualquer tipo de auxílio a estas acções, os EUA poderiam ter incentivado acções semelhantes no Laos.

No dia 14 de Abril, o ERVN iniciou uma incursão de dois dias no Camboja, a operação Toan Thang 41.[39] A 20, teve início outra operação de três dias. Ambas foram realizadas sem qualquer auxílio dos militares dos EUA.[40]

Mesmo nas operações mais prolongadas que se seguiram, até inícios do ano seguinte, pouco mais de doze batalhões do ERVN alguma vez estiveram em simultâneo no Camboja. Em quase todos os casos, foram forças equivalentes a um regimento, comandadas pessoalmente pelo comandante do corpo de exército, o seu reabastecimento foi efectuado por estrada e a reacção inimiga foi negligenciável.[41]

Em Julho, as forças de guerrilha laocianas realizaram a operação Maengda, tentando avançar até Muong Phine, sem sucesso.[42] Na operação Gauntlet II, iniciada no final de Outubro, destruíram algumas instalações logísticas do ENV a menos de 5km de Tchepone.[43]

Figura 3 – A área das operações.[44]

 

O Planeamento

No dia 6 de Dezembro de 1970, o comandante das forças militares dos EUA no Vietname, general Creighton Abrams, foi informado de que o presidente Nixon desejava conceitos para ofensivas no Camboja e no Laos, envolvendo múltiplas divisões do ERVN, com apoio aéreo estado-unidense. A visão inicial de Nixon para o Laos era uma operação no extremo sul deste país, para complementar a ofensiva no Camboja.[45]

A 12, o general Abrams transmitiu o seu conceito ao seu superior. A operação desenvolver-se-ia em quatro fases. Na primeira fase, a iniciar no final de Janeiro, forças dos EUA reabririam a Estrada 9 até à fronteira com o Laos, reabririam a base de Khe Sanh, estabeleceriam bases de fogos junto à fronteira e posicionar-se-iam para bloquear ataques do ENV através da ZDM. Na segunda fase, uma brigada blindada do ERVN avançaria ao longo da Estrada 9 e tomaria Tchepone. O equivalente a duas divisões de infantaria seria helitransportado para proteger os seus flancos. Na terceira fase, os sul-vietnamitas melhorariam o aeroporto de Tchepone para permitir o reabastecimento aéreo e destruiriam as forças e abastecimentos norte-vietnamitas nas áreas circundantes. Na quarta fase, os sul-vietnamitas retirariam, ou ao longo da Estrada 9, ou para sudeste, destruindo mais bases logísticas do ENV, terminando a operação no final de Abril.[46] O general Cao Van Vien, chefe do Estado-Maior General Conjunto, tinha um conceito diferente. Dentro do Laos, o primeiro passo seria o ataque aerotransportado a Tchepone; as forças aerotransportadas retirariam ao encontro do avanço das forças blindadas; após o encontro, retirariam em conjunto para sudeste; a operação seria um raide de curta duração. Para não pôr em causa o apoio dos EUA, nem sequer discutiu o conceito com o general Abrams.[47] O general Westmoreland, então Chefe do Estado-Maior do Exército, tinha um terceiro conceito. Após a primeira fase, seriam apenas realizados raides, em vários pontos ao longo da pista de Ho Chi Minh, por unidades helitransportadas de Khe Sanh. Este conceito tinha surgido durante a anterior presidência e os líderes políticos dos EUA só tomaram conhecimento dele duas semanas depois do início da segunda fase.[48][49]

No dia 7 de Janeiro de 1971, foi autorizado o planeamento da operação.[50] O plano pormenorizado foi aprovado pelos chefes militares no Vietname no dia 21. O nome da operação seria Lam Son 719 e o nome da Fase I seria Dewey Canyon II. Lam Son era o local do nascimento de um herói vietnamita.[51] Tinha sido usado anteriormente no nome de operações em vários locais do Vietname.

As operações da 7ª Força Aérea dos EUA no sul do Laos tinham mostrado que a ameaça antiaérea no interior do Laos era séria.[52] Embora o ERVN nunca tivesse enfrentado artilharia com um alcance superior ao da sua, o ENV já a tinha utilizado para bombardear Khe Sanh a partir do Laos.[53][54] No entanto, o plano assumia que, no início, a oposição seria ligeira, o avanço até Tchepone demoraria entre um e cinco dias e que o ENV não conseguiria reforçar significativamente a área da operação durante as três primeiras semanas.[55][56] Portanto, o plano seria adequado apenas enquanto a operação progredisse e o ERVN conservasse a iniciativa. No entanto, não havia planos para contingências.[57]

Quando, nos EUA, se começou a considerar possível, e mesmo provável, que o ENV estivesse preparado para lutar e para enviar reforços, o presidente dos JCS, almirante Thomas Moorer, assegurou que, nesse caso, o poderio aéreo dos EUA causar-lhe-ia perdas difíceis de recuperar. Esta nova hipótese não foi discutida com o presidente da República do Vietname, Nguyen Van Thieu.[58] Por sua vez, Washington não foi informada de que aquele tinha um limite relativamente baixo para as perdas que considerava aceitáveis, em particular nas unidades mais importantes para a estabilidade política. No dia 27 de Janeiro, o presidente Nixon deu ordem para que a operação Dewey Canyon II iniciasse no dia planeado.[59]

Contudo, no caso de o Vietname do Norte decidir lutar, os conceitos mais adequados eram os baseados em incursões de curta duração. O ENV tinha anteriormente cercado Khe Sanh e atacado a Task Force Remagen; o estabelecimento de bases de fogos com canhões de 175mm junto à fronteira seria algo que nunca tinha sido feito. Portanto, incursões de curta duração seriam suficientes para atrair um ENV decidido a lutar.

O comandante do I Corpo de Exército do ERVN, general Hoang Xuan Lam, não tinha experiência para comandar uma batalha envolvendo múltiplas divisões. As divisões da reserva geral que lhe tinham sido atribuídas como reforços nunca tinham operado como divisões e tinham estados-maiores demasiado pequenos para tal. As unidades estavam habituadas a que o apoio aéreo e de artilharia dos EUA fosse coordenado pelos conselheiros estado-unidenses de cada unidade e estes não podiam entrar no Laos.[60] O ERVN não tinha meios para adquirir as posições da artilharia inimiga.[61] Nestas circunstâncias, uma operação desta escala podia criar problemas numa escala demasiado grande para gerir. Portanto, o conceito menos adequado era aquele baseado em manter, durante longo tempo e em simultâneo, várias bases dispersas pelo Laos.

Quando foi dada a ordem para o início da operação Dewey Canyon II, guerrilheiros laocianos apoiados pela CIA estavam a operar desde duas semanas antes na região de Muong Nong (figura 2), no âmbito da operação Silver Buckle.[62]

 

A Fase I: Dewey Canyon II

O dia D da operação foi 30 de Janeiro de 1971. A reparação das pistas de aviação de Khe Sanh começou no próprio dia; a Estrada 9 foi reaberta, até Khe Sanh, no dia seguinte.[63] A 2 de Fevereiro, foi detectado um hospital inimigo num complexo de túneis 18km a sul de Khe Sanh, evacuado 12 a 24 horas antes.[64] Nesse mesmo dia, os media começaram a noticiar que Tchepone seria o alvo da operação.[65]

No dia 3 de Fevereiro, o presidente Nixon deu ordem para que a Fase II fosse executada, de acordo com o plano.[66] No dia seguinte, a Estrada 9 foi reaberta até à fronteira.[67] Ainda no dia 4, começou a operação Toan Thang 1/71, uma incursão em larga escala do ERVN no Camboja, igualmente sem conselheiros estado-unidenses.[68] Quaisquer operações a sul de Tchepone aumentavam a importância de Tchepone para o Vietname do Norte, pelo que iniciá-las antes da Fase II acelerava o envio de reforços do ENV para a área de Tchepone, o que era contraproducente para a Lam Son 719, tal como estava planeada.

Para apoiar as fases seguintes, o Exército dos EUA estabeleceu três baterias de canhões de 175mm e uma de obuses de 8 polegadas ao longo da fronteira. As baterias de 175mm foram inicialmente posicionadas em Lang Vei e a de 8 polegadas em Lao Bao. Duas baterias de 175mm foram depois deslocadas para Lao Bao, bem como radares contra-morteiro AN/MPQ-4. O equipamento para localização acústica de canhões inimigos só chegou a uma posição entre Khe Sanh e Lang Vei uma semana depois do início da retirada.[69][70] Foi estabelecida uma base de fogos em Phu Loc (figura 4) e algumas das baterias do ERVN foram de início posicionadas em Lao Bao.[71]

Figura 4 – Bases de fogos e zonas de aterragem.[72]

 

O avanço ao longo da Estrada 9

As forças do ERVN entraram no Laos na manhã de 8 de Fevereiro. Muitas partes da Estrada 9 estavam destruídas, para além do que podia ser reparado rapidamente e a Engenharia teve de construir desvios; a selva era densa de ambos os lados. Apesar da fraca resistência inimiga, ao fim do dia, a força blindada tinha avançado apenas 9km. Phu Loc foi atacada com morteiros. No dia seguinte, a chuva impediu as inserções de tropas por helicóptero e transformou a estrada num pântano, impedindo os trabalhos nesta; a força blindada avançou apenas 5km. No final do dia 10, a coluna blindada alcançou o batalhão inserido nessa tarde em Ban Dong (figura 4), a cerca de 20km da fronteira. A inserção teve alguma demora, devido ao fogo antiaéreo intenso.[73][74] O nome de código deste objectivo era A Luoi, um local na área da operação Dewey Canyon original (figura 5).

No dia 11, tendo o ENV contido os guerrilheiros laocianos que actuavam na região de Muong Nong, estes retiraram, terminando a operação Silver Buckle.[75] Devido a um relatório de uma grande força inimiga a sul de uma Landing Zone (LZ), um batalhão do ERVN que estava a voar em helicópteros para nela ser inserido foi desviado para reforçar o batalhão que estava a assaltar a LZ Don. Um batalhão de Rangers do ERVN foi colocado na LZ Ranger North e o batalhão de Rangers baseado em Phu Loc entrou em combate com uma força do ENV com efectivo de batalhão. Foram helitransportados bulldozers ligeiros para as bases 30 e 31; foram helitransportadas baterias de artilharia para aquelas bases e também para as bases A Luoi, Delta e Hotel.[76][77] Isto tornava mais difícil evacuar estas bases por helicóptero, sem abandonar material.

No dia 12, uma força anfíbia dos EUA chegou a um ponto 50 milhas a leste de Vinh (figura 1) e começou a realizar manobras de diversão, simulando assaltos helitranportados. Poderão ter contribuído para dissuadir um ataque maciço do ENV através da ZDM.[78] Para dissuadir o envio de reforços para o Laos, teria sido preferível começar duas semanas antes.

Igualmente no dia 12, elementos da força blindada avançaram pela Estrada 9 para um ponto 5km para lá de A Luoi. Nunca se movimentaram mais para oeste. Nesse dia, o presidente Thieu foi conferenciar com o general Lam e foi decidido suspender o avanço para oeste. Em seu lugar, deveriam ser efectuadas operações nas vizinhanças das posições então ocupadas.[79]

Esta suspensão foi fatal para o avanço por terra até Tchepone previsto no conceito do general Abrams, dado que este se baseava na ausência de oposição significativa. No entanto, nada impedia o heliassalto a Tchepone dentro do prazo previsto. Mesmo que os assaltantes fossem rapidamente retirados por helicóptero, teriam removido a pressão que as notícias nos media tinham criado. As unidades já no Laos poderiam ter sido movimentadas, ou para sul, com o objectivo de destruir a logística do ENV, ou para posições para as quais fosse possível garantir linhas de comunicação terrestres, com o objectivo de destruir as forças do ENV que tentassem atacá-las. As posições a norte da Estrada 9 eram as mais vulneráveis e, suspenso o avanço por terra para oeste, as mais inúteis.

 

A Pausa

No dia 13 de Fevereiro, o Conselheiro Nacional de Segurança dos EUA, Henry Kissinger, pediu uma comparação dos movimentos com o plano e uma avaliação das razões para os desvios.[80] No dia seguinte, o general Abrams, numa discussão com o general Vien, exprimiu o seu desejo de que se alcançasse Tchepone o mais rapidamente possível.[81] Embora durante as horas de luz destes dois dias os Rangers conseguissem efectuar patrulhas, durante as madrugadas as suas bases estavam sob ataque contínuo de inimigos, os quais se aproximavam o mais possível do perímetro, numa tentativa de minimizar a eficácia do apoio aéreo. Ora, de acordo com o plano, os Rangers deveriam proteger o flanco norte até à retirada da força blindada na última fase da operação.[82]

No dia 16, foi inserido um batalhão na LZ Grass, a posição mais a sul na área da operação (figura 4). Numa reunião com o general Lam, foi decidido recomeçar a estabelecer bases de fogos a sul da Estrada 9, dentro de três a cinco dias.[83] Nesse mesmo dia, guerrilheiros laocianos iniciaram a operação Desert Rat, nas imediações de Muong Phine.[84]

A 17, a chuva forte impediu os helicópteros de levantar voo. O ENV habitualmente aproveitava os dias de más condições atmosféricas daquela estação do ano para efectuar movimentos na pista de Ho Chi Minh e as unidades que não tinham experiência da área da operação tinham guias fornecidos pelas unidades experientes.[85] Portanto, é provável que o ENV tenha aproveitado o dia para concentrar forças em redor das bases dos Rangers, sem que os movimentos tenham sido detectados.

 

O contra-ataque inimigo

Perto da meia-noite de 18 de Fevereiro, a base Ranger N (figura 4) começou a ser atacada por uma força inimiga com efectivo de dois batalhões. No dia 20, foi tentado um reabastecimento e evacuação médica por helicóptero, com apoio de aviões, helicanhões e artilharia. Contudo, os dois primeiros helicópteros a aterrar foram atingidos por fogo de morteiro, durante a descolagem. Na tarde desse dia, perdeu-se a comunicação rádio com o batalhão que guarnecia a base, o qual abandonou esta e chegou à base Ranger S, com a maioria dos feridos e todas as armas, mas com muito poucas munições. O batalhão teve 178 mortos ou desaparecidos, estimando-se que 639 inimigos tenham sido mortos. Durante estes dias, a força blindada destruiu um carro de combate médio T-34, 2km a norte de Ban Dong. Tendo ocorrido lançamentos de mísseis terra-ar, nos dias 20 e 21, a 7ª Força Aérea atacou os locais de lançamento, no canto sudoeste do Vietname do Norte.[86][87][88] Contra locais no Vietname do Norte, apenas era permitida a reacção protectora, o que aumentava os riscos para os pilotos e diminuía a eficácia dos ataques aos locais de lançamento. Consequentemente, dificultava o apoio aéreo às unidades sul-vietnamitas a norte da Estrada 9. Não pretendendo os EUA relaxar esta regra, a operação deveria ter sido reorientada mais para sul.

No dia 24, os Rangers, em Ranger S, receberam ordem para retirar para a base 30, de onde foram depois retirados por helicóptero para Phu Loc. O general Lam tinha concluído que, tendo em conta o esforço de apoio necessário para cada reabastecimento ou evacuação médica por helicóptero, Ranger S era insustentável, o mesmo sucedendo com a base Hotel II.[89]

As unidades da Divisão Aerotransportada inseridas nas bases 31 e 30 não conseguiam impedir o inimigo de colocar morteiros e armas antiaéreas próximo destas bases, impedindo os reabastecimentos e as evacuações médicas; muitos dos mortos e feridos ficavam na base 31, durante três a quatro dias, por não ser possível evacuá-los. Duas companhias que operavam a nordeste da base 31 receberam ordens para se movimentarem para sul, ao encontro de uma força que incluía um esquadrão blindado e duas companhias da Divisão Aerotransportada, a qual avançava a partir de Ban Dong.[90]

No dia 25, a base 31 foi alvo de ataques coordenados de artilharia, infantaria e carros de combate ligeiros e médios, provavelmente os primeiros deste género efectuados pelo ENV.[91] Ao fim de alguns ataques, aproveitando uma interrupção no apoio aéreo, o inimigo conseguiu penetrar na base. Após um pedido do comandante da artilharia para que a sua posição fosse bombardeada, por o inimigo estar a escavar o tecto do seu abrigo, as comunicações perderam-se.[92] Apesar das tentativas para neutralizar as antiaéreas e morteiros inimigos, um helicóptero CH-53 que estava a retirar um obus da base Hotel II foi abatido; um CH-53 era muito mais caro do que um obus.[93]

No dia 27, os carros de combate ligeiros M41A3 da força do ERVN vinda de Ban Dong, que tinham entretanto ocupado uma colina a sul da base 31, foram atacados por carros de combate médios T-54, os quais destruíram.[94] Os livros de identificação de inimigos do ERVN só tinham figuras do PT-76 e do T-34, pelo que o T-54, tão moderno como o M41A3, foi uma verdadeira surpresa. Os helicópteros estado-unidenses não dispunham, à época, de mísseis anticarro guiados; no início da operação, nem sequer dispunham de foguetes anticarro.[95] Apesar de a base 30 estar a ficar sem abastecimentos e de a missão de reabastecimento tentada neste dia ter sido preparada como se fosse um assalto, esta teve de ser interrompida. Depois de anoitecer, foi ordenada a destruição das peças de artilharia ainda na base Hotel II e a retirada, a pé, da guarnição.[96]

Ao fim de vinte dias de operações no Laos, 31 helicópteros tinham sido perdidos e mais de 230 tinham sido danificados. Durante as duas últimas semanas, os bombardeiros B-52 tinham começado a ser utilizados para apoiar unidades do ERVN em contacto com o inimigo, principalmente quando aquelas podiam movimentar-se imediatamente antes do bombardeamento.[97]

No dia 28, o general Lam deslocou-se a Saigão para apresentar a sua alternativa à directiva do presidente Thieu para utilizar os Marines sul-vietnamitas para heliassaltar Tchepone, independentemente do avanço ao longo da Estrada 9. Esta ideia surgiu pelo menos cinco dias antes, por Tchepone se ter tornado um símbolo político. Foi decidido que o assalto seria efectuado por unidades da 1ª Divisão de Infantaria, uma das divisões do I Corpo de Exército, as quais seriam previamente substituídas, nas posições que então ocupavam no Laos, pelos Marines.[98][99] Esta substituição poderá ter sido con-
traproducente.

 

A nova ofensiva

Para que as bases e zonas de aterragem no novo plano tivessem nomes familiares para os estado-unidenses e fáceis de pronunciar, um oficial sul-vietnamita escolheu os nomes de quatro actrizes populares: Gina Lollobrigida, Liz Taylor, Sophia Loren e Hope Lange (figura 4).[100]

Embora a altitude do terreno limitasse as rotas utilizadas pelos helicópteros quando as condições meteorológicas eram desfavoráveis, a maioria dos helicópteros perdidos foram-no quando se aproximavam das zonas de aterragem ou das bases ou enquanto pairavam sobre estas, dado que nestas situações eram vulneráveis a quase todo o tipo de armas utilizadas pelo ENV.[101] Não indo a força blindada avançar ao longo da Estrada 9, não havia necessidade de estabelecer a base Lolo, dado que Liz e Sophia teriam sido suficientes para se apoiarem mutuamente e às unidades que assaltassem Tchepone, utilizando a artilharia quando as condições meteorológicas impedissem o apoio dos helicanhões e dos aviões tácticos. Para a entrada simbólica em Tchepone pretendida por Thieu, nem mesmo aquelas bases eram necessárias: o heliassalto a Tchepone poderia ser realizado sem ter de esperar por substituições de unidades nem pelo estabelecimento das bases de fogos e os B-52 seriam suficientes para, caso as condições meteorológicas piorassem, apoiar unidades que não estariam amarradas a peças de artilharia.

No dia 3 de Março, o assalto a Lolo teve de ser interrompido duas vezes antes de ser completado, tendo 42 helicópteros sido atingidos, 20 declarados incapazes de voar e 7 destruídos. Devido aos bombardeamentos inimigos dos dias precedentes, todas as 12 peças de artilharia da base 30 estavam danificadas e, na tarde deste dia, a guarnição recebeu ordem para abandonar a base e movimentar-se para uma posição da qual os feridos pudessem ser evacuados. Apesar dos vários exemplos de que, se uma unidade permanecesse tempo suficiente na mesma posição, o ENV era capaz de juntar forças suficientes para impedir o reabastecimento dessa posição por helicóptero e até para a tomar, o esquadrão blindado que tinha sido enviado para norte de Ban Dong não tinha recebido, até este dia, ordem para retirar, encontrando-se cercado, sem abastecimentos nem possibilidade de romper o cerco. Apenas ao fim de dois dias, com o auxílio de outra coluna apoiada por blindados, o esquadrão blindado e as unidades da Divisão Aerotransportada que o acompanhavam foram reabastecidos e conseguiram iniciar a retirada para Ban Dong.[102][103][104]

No dia 4, apesar de uma melhor preparação através de ataques da aviação, dos 65 helicópteros que transportaram as tropas para o assalto a Liz, 18 foram atingidos e, destes, 2 foram destruídos, tendo os restantes sido recuperados. O pico nas missões dos bombardeiros B-52 ocorreu durante este dia e os quatro seguintes.[105]

No dia 6, após uma preparação muito eficaz da área, dois batalhões de infantaria, transportados por 120 helicópteros, assaltaram a LZ Hope, a nordeste de Tchepone. Apenas um helicóptero foi atingido, tendo conseguido aterrar. Os batalhões avançaram para sudoeste e controlaram Tchepone.[106]

Tendo alcançado Tchepone, os sul-vietnamitas consideravam que a retirada deveria começar. Em contrapartida, Kissinger pretendia que a operação fosse prolongada o mais possível, com o objectivo de destruir mais abastecimentos dos norte-vietnamitas.[107] Os oficiais superiores da 7ª Força Aérea dos EUA estavam ansiosos pela interdição da Estrada 914 (figura 2).[108] Por sua vez, o general Abrams considerava que os sul-vietnamitas deveriam enviar reforços para o Laos, com o objectivo de destruir mais forças inimigas, obtendo uma vitória decisiva.[109]

No entanto, os sul-vietnamitas consideravam que esses reforços não seriam suficientes para garantir uma vitória e que o prolongamento da operação aumentaria as perdas. No dia 9, o general Lam apresentou o plano de retirada ao presidente Thieu e ao general Vien: após a retirada de Tchepone, a base Sophia seria encerrada, seria estabelecida a base de fogos Brick (figura 4) e seriam realizadas operações na área da Estrada 914, durante sete a dez dias; a retirada estaria completada no fim do mês; assim que recuperadas, as unidades realizariam outras operações no Laos; a base de Khe Sanh seria encerrada em meados de Abril.[110]

O assalto a Tchepone poderia fazer esquecer os insucessos anteriores, mas nunca faria esquecer eventuais insucessos seguintes. A constatação da resistência inimiga deveria ter levado à alteração do objectivo para a destruição das forças norte-vietnamitas. Contudo, adaptar as tácticas para evitar a necessidade de reabastecer, por helicóptero, unidades que se mantinham muito tempo na mesma posição e para evitar a necessidade de retirar material, por helicóptero, de posições desse tipo, teria sido mais útil do que enviar reforços para o Laos.

Ainda no dia 9, uma das baterias de 175mm movimentou-se, ao longo de um caminho táctico aberto pela Engenharia estado-unidense, até Phu Loc.[111][112] Uma bateria de 175mm nesta área teria sido útil desde o início da operação.

 

A retirada

A 10 de Março, todos os batalhões do ERVN que tinham operado na área de Tchepone tinham já retirado para a base Sophia. As detecções, durante a semana anterior, nos sensores utilizados para vigiar a pista de Ho Chi Minh, levavam a crer que o ENV estava a preparar outra ofensiva.[113]

No dia 12, as unidades ainda em Liz e Sophia foram transferidas para as imediações de Sophia E (figura 4), tendo sido abandonados os oito obuses de 105mm em Sophia, seis dos quais danificados dois dias antes por fogos inimigos; todos foram posteriormente destruídos por aviões estado-unidenses e outra bateria de 105mm foi trazida de Khe Sanh para Sophia E.[114] As unidades a oeste de Ban Dong poderiam ter sido retiradas para posições a leste da Estrada 92 (figura 4), o que teria sido mais adequado aos acontecimentos entretanto ocorridos após a apresentação do plano. Não retirar rapidamente aquelas unidades foi a decisão mais crítica da operação.

A partir do dia 12, o ENV pressionou sucessivamente todas as unidades do ERVN a oeste de Ban Dong, forçando-as a retirar. No dia 17, o comandante, o segundo comandante e a maioria dos comandantes de companhia e restantes oficiais do batalhão da 1ª Divisão de Infantaria que guardava a retaguarda do respectivo regimento, o qual tinha retirado de Lolo, foram mortos em combate. Phu Loc e Lao Bao foram atacadas por canhões de 130mm.[115] De forma semelhante ao anteriormente sucedido com as bases 30 e 31, o ENV ocupou posições nas enconstas da base Delta, das quais podia disparar contra os helicópteros de reabastecimento e evacuação, mas que não podiam ser atingidas a partir da base. Ao fim de um dia, os batalhões de Marines que operavam a sul da base movimentaram-se de regresso à base.[116]

No dia 18, uma das baterias de 175mm retirou de Lao Bao.[117] Todos os comandantes das divisões sul-vietnamitas envolvidas na operação recomendaram que a retirada prosseguisse o mais rapidamente possível e o general Lam ordenou que a retirada prosseguisse num passo mais rápido. A oeste de Ban Dong, apenas alguns batalhões estavam ainda na área de Brown e de Sophia E.[118] Acelerar a retirada das restantes unidades aumentava as dificuldades de coordenação e diminuía o tempo para as preparações, o que era contraproducente. Qualquer que fosse a velocidade de retirada pretendida, poderia ter sido feito mais pela protecção das baterias de 8 polegadas e de 175mm em Lao Bao.

No dia 19, todas as unidades do ERVN no Laos relataram contactos com o inimigo. A força blindada e as unidades da Divisão Aerotransportada que estavam em Ban Dong evacuaram essa localidade, após a maioria das peças de artilharia ter sido retirada por helicópteros. A coluna, de 100 veículos, sem apoio aéreo, foi emboscada 4km mais a leste e abandonou 18 veículos, a maioria bloqueados pelos que tinham sido destruídos. O presidente Thieu informou o general Abrams de que tinha ordenado uma retirada cuidadosa, a qual estaria completada entre 5 e 8 de Abril. Quando estivesse completada, três batalhões realizariam um raide a Muong Nong.[119][120] O ajudante militar de Kissinger, brigadeiro Alexander Haig, relatou que a sua visita ao I Corpo o tinha convencido de que o problema não era mais a exequibilidade de reforçar o Laos, mas a urgência de persuadir o ERVN da necessidade de só retirar quando acompanhado da concentração de todo o poder de fogo dos EUA.[121]

No dia 20, durante a extracção de um batalhão, 28 dos 40 helicópteros envolvidos foram atingidos. A Força Aérea e os helicópteros do Exército dos EUA exerceram o esforço máximo neste dia, com 1.388 missões de helicanhão, 270 ataques aéreos tácticos e 11 missões de B-52, as quais largaram 909 toneladas de bombas.[122] A bateria de 175mm que estava em Phu Loc retirou para uma posição a norte de Khe Sanh.[123]

No dia 21, um batalhão blindado estado-unidense, equipado com carros de combate médios M48, avançou para Lao Bao e uma das suas companhias escoltou a retirada das restantes baterias de 175mm e de 8 polegadas, a qual tinha sido adiada devido à falta de segurança na Estrada 9.[124]

Neste dia e no dia seguinte, foram efectuados ataques aéreos contra locais de lançamento de mísseis terra-ar no canto sudoeste do Vietname do Norte.[125] A regra que, contra locais no Vietname do Norte, apenas permitia ataques de reacção oferecia a iniciativa aos norte-vietnamitas, os quais utilizavam os mísseis terra-ar no momento que lhes era mais conveniente.

No dia 22, graças a uma aberta nas condições meteorológicas, um controlador aéreo avançado num avião observou 20 carros de combate inimigos a 8km da coluna blindada, a qual tinha abandonado a Estrada 9, nas imediações do local da base Bravo (figura 4), por o seu comandante recear outra emboscada, e estava parada junto a um rio que ia atravessar. Cinco minutos depois, outro controlador confirmou 9 carros de combate movendo-se para leste a cerca de 50km/h e solicitou aviões tácticos. Os carros de combate foram atacados a somente 5km da coluna. Um dos aviões foi abatido por armas automáticas pesadas, mas 3 T-54 e 2 PT-76 foram destruídos, tendo os restantes dispersado e conseguido esconder-se. Igualmente neste dia, foi atingido o pico dos ataques de artilharia de 122mm e de morteiros contra Khe Sanh, que foi atacada por sapadores.[126] Quando o comandante da Divisão de Marines anulou a recusa do comandante da brigada na base Delta em autorizar fogos de apoio a menos de 1000m da base, a artilharia de longo alcance estado-unidense não se encontrava em condições de fornecer o apoio pretendido. O ENV penetrou na base neste dia, tendo os Marines evacuado esta e retirado a pé.[127]

No dia 23, os quatro batalhões de irregulares laocianos envolvidos na operação Desert Rat cessaram os seus esforços de interdição. A força blindada regressou ao Vietname do Sul.[128]

No dia 24, todos os obuses e Marines na base Hotel foram evacuados por helicópteros; no dia seguinte, as duas equipas de reconhecimento dos Marines enviadas para a área do monte Co Roc (figura 3), essencial para a segurança de Khe Sanh, eram as únicas unidades do ERVN no Laos.[129] Em Washington, começara-se a recear que as forças estado-unidenses junto à fronteira do Laos pudessem sofrer perdas significativas, tendo sido recomendado que deveriam ser os sul-vietnamitas a guardar a fronteira e que as tropas estado-unidenses deveriam retirar de Khe Sanh assim que fosse prático. No Vietname, os estado-unidenses decidiram começar a desmantelar as pistas de aviação de Khe Sanh.[130]

No dia 25, as missões aéreas tácticas da Força Aérea atingiram um pico de 330, algumas das quais para atacar carros de combate inimigos, outras para destruir material abandonado, dado que a maioria dos 125 carros de combate e veículos blindados abandonados pelo ERVN foram-no durante os últimos dias da retirada.[131]

Pequenos grupos de Marines extraviados durante a retirada a pé da base Delta para a base Hotel continuaram a sair do Laos a pé, tendo um grupo de 26 chegado a Khe Sanh no dia 27.[132] É muito provável que, depois de evacuados os obuses, os Marines pudessem ter permanecido mais dias na base Hotel e pudessem ter retirado a pé.

Figura 5 – Raides no saliente laociano.[133]

 

Operações para lá da fronteira

Após repetidos bombardeamentos da área de Muong Nong por B-52, durante a noite de 28 de Março e início da manhã de 29 de Março, os aviões de reconhecimento enviados para essa área foram recebidos por uma intensa barragem de fogo de artilharia antiaérea e constataram que o nevoeiro denso tornaria o apoio aéreo quase impossível. O raide foi cancelado e, dado que se considerou que o prolongamento dos ataques aéreos seria contraproducente, foi reagendado para o dia 31, noutro local. Na manhã deste dia, após ataques por B-52 e aviões tácticos a uma área do saliente laociano (figura 5), os aviões de reconhecimento relataram também fogo antiaéreo. As preparações foram retomadas e, apoiados pela cavalaria aérea estado-unidense, cerca de 200 homens da companhia de reconhecimento reforçada (Pantera Negra) da 1ª Divisão de Infantaria aterraram sem problemas. Na tarde do dia seguinte, foram recolhidos por helicópteros e transportados para o Vietname. No dia 2 de Abril, a última unidade de artilharia pesada estado-unidense deixou Khe Sanh. No dia 5, as últimas unidades do ERVN junto à fronteira deixaram a área. Na manhã do dia 6, após ataques aéreos preparatórios noutra área do saliente laociano, os Panteras Negras aterraram sem oposição. No decorrer da operação, os aviões tácticos estado-unidenses destruíram três posições de canhões antiaéreos. Os Panteras Negras foram extraídos na tarde do mesmo dia, poucas horas depois de as últimas unidades sul-vietnamitas e estado-unidenses terem deixado Khe Sanh, terminando assim a operação Lam Son 719.[134]

No Camboja, a operação Toan Thang 1/71 decorria ainda. No dia 25 de Maio, sabendo que os sul-vietnamitas planeavam retirar de Snuol, o ENV cortou a estrada, impediu o reabastecimento pelo ar e emboscou a coluna de resgate, numa miniatura da operação Lam Son 719. A operação Toan Thang 1/71 terminou em Junho, mas os sul-vietnamitas continuaram a operar no Camboja durante o resto do ano. A 26 de Setembro, o ENV tentou replicar, em Phum Krek, a batalha de Snoul, sem sucesso.[135] Uma das razões para esta vitória do ERVN foi o melhor controlo sul-vietnamita sobre o apoio aéreo e da artilharia, organizado com base na experiência obtida durante a operação Lam Son 719.[136]

 

Balanço

A operação Lam Son 719 tornou mais visível que, para uma guerra convencional, o Vietname do Norte tinha melhor armamento do que o Vietname do Sul. Mostrou, igualmente, que o ERVN não tinha uma reserva geral suficientemente numerosa para uma guerra convencional contra um ENV que podia movimentar-se através de qualquer um dos países vizinhos do Vietname do Sul.

Como os Aliados não adaptaram a sua estratégia à resistência do ENV, esta não foi aproveitada para lhe infligir as perdas irrecuperáveis que Moorer e Abrams tinham previsto. Não tendo sido eliminada, aquela resistência foi suficiente para impedir a interdição da pista de Ho Chi Minh e a destruição de abastecimentos que Nixon e Kissinger pretendiam.

Em contrapartida, o resultado da operação não teve um efeito devastador sobre o regime sul-vietnamita, nem resultou na derrota de Thieu na eleição presidencial, ao contrário do que o Secretário de Estado dos EUA tinha augurado quando se opôs à sua realização.[137]

A maior concentração de forças combinadas do ENV, até então, não aniquilou numerosas unidades da reserva estratégica do Vietname do Sul, nem desferiu um golpe significativo na “vietnamização”, ao contrário do que o Comité Central do Partido Comunista do Vietname do Norte declarou pretender, numa proclamação às tropas antes da batalha.[138]

Nem todas as 34 unidades do tipo batalhão que combateram no Laos eram da reserva estratégica e, daquele total, apenas 4 tiveram de ser reconstituídas.[139]

A “vietnamização”, enquanto política para retirar os estado-unidenses da guerra, acelerou, sem que tivesse ocorrido uma ofensiva norte-vietnamita que pudesse fazer a retirada dos militares estado-unidenses parecer uma fuga, antes de o efectivo das unidades de combate terrestre estado-unidenses se ter tornado residual.

 

A Ofensiva da Páscoa de 1972, as operações Linebacker e a Vietnamização

Uma “vietnamização” bem sucedida na retirada dos militares estado-unidenses podia transformar-se numa “vietnamização” como estratégia para defender o Vietname do Sul.

No dia 30 de Março de 1972, o Vietname do Norte invadiu o Vietname do Sul através da ZDM e da fronteira com o Laos e, no dia 2 de Abril, através da fronteira com o Camboja.

A 4 de Abril, Nixon estava determinado a bombardear o Vietname do Norte. Em contrapartida, Laird considerava que não bombardear o Vietname do Norte seria a melhor prova da validade da “vietnamização”. Os EUA tinham previamente oferecido um cessar-fogo sem retirada dos militares norte-vietnamitas e com retirada total dos militares estado-unidenses.[140]

A menos que o Vietname do Norte sofresse uma derrota irrecuperável, estas condições deixavam o Vietname do Sul dependente do apoio aéreo estado-unidense, caso o Vietname do Norte violasse aquele cessar-fogo. Bombardear o Vietname do Norte, para mais antes da retirada total dos militares estado-unidenses, tornava impossível atribuir ao Vietname do Sul o mérito de derrotar a ofensiva em curso. Não sendo reconhecido mérito ao Vietname do Sul, seria menos provável que os EUA estivessem dispostos a fornecer-lhe apoio aéreo após a retirada total dos militares estado-unidenses. Os líderes do Vietname do Norte poderiam ter relutância em aceitar um cessar-fogo que parecesse uma vitória do Vietname do Sul, mas facilmente aceitariam, antes de sofrer uma derrota irrecuperável, um que não o parecesse. Naquelas circunstâncias, bombardear o Vietname do Norte poderia ser fatal para a “vietnamização” como estratégia para defender o Vietname do Sul.

Desde Setembro de 1969 que Abrams e os JCS recomendavam que uma campanha de bombardeamento do Vietname do Norte deveria começar pela destruição da totalidade do sistema de defesa aérea, incluindo aeroportos e instalações de mísseis antiaéreos, de modo a reduzir o risco para os aviões estado-unidenses e aumentar a vulnerabilidade norte-vietnamita a ataques subsequentes. No entanto, Kissinger e Nixon pretendiam que a prioridade fosse o corte das vias de abastecimento do Vietname do Norte. Como advertiram, no início de Abril, Abrams, Laird e a maioria dos serviços de informações, o Vietname do Norte tinha, no Vietname do Sul e nas suas imediações, tropas e abastecimentos suficientes para uma campanha prolongada, pelo que bombardear perto da frente no Vietname do Sul produziria efeito mais rapidamente do que bombardear a retaguarda no Vietname do Norte.[141]

Embora os bombardeamentos ao Vietname do Norte se tenham estendido progressivamente para norte, a falta de meios face às necessidades decorrentes dos avanços do ENV e o receio de baixas civis limitaram o número de ataques e o impacto político, durante um mês.[142]

No dia 9 de Maio, aviões da Marinha dos EUA minaram o porto de Haiphong, enquanto o presidente Nixon anunciava na televisão essa operação e o início, no dia seguinte, da operação Linebacker. Estas operações aumentaram o custo e a demora dos transportes dentro do Vietname do Norte. Contudo, o ENV tinha, no Vietname do Sul e nas suas imediações, tropas e abastecimentos suficientes para nunca ter sido forçado a cancelar operações por falta de abastecimentos, enquanto adaptava a sua logística para transporte disperso por estrada, a partir da China. No dia 28 de Junho, Nixon anunciou mais uma redução de tropas e que os estado-unidenses convocados para o serviço militar obrigatório não seriam enviados para o Vietname, excepto se fossem voluntários para tal. Em Agosto, começou a ser dada mais importância à destruição das instalações de lançamento de mísseis antiaéreos, foram retiradas do Vietname do Sul as últimas unidades de combate terrestres estado-unidenses e foi anunciado que, até ao final de Novembro, o número total de militares estado-unidenses no Vietname seria reduzido para 27.000. O sucessor de Abrams, general Frederick Weyand, começou a preparar a redução final para 15.000 militares, para o caso de a guerra se prolongar para o ano seguinte. No dia 1 de Outubro, ocorreram alguns dos maiores ataques a aeroportos norte-vietnamitas efectuados no decurso desta operação. Uma semana depois, os negociadores norte-vietnamitas deixaram cair as exigências que sabiam que eram inaceitáveis para os EUA. No dia 18, Thieu exigiu várias alterações ao texto do acordo. A operação Linebacker terminou no dia 23.[143][144] Enquanto esta decorreu, os números mensais de missões no âmbito das operações Barrel Roll e Steel Tiger foram os mais baixos de sempre, permitindo que o ENV mantivesse o território que ocupava no Laos.[145]

Após o fim dos bombardeamentos a norte do paralelo 20 e as retiradas de militares estado-unidenses efectuadas desde a Páscoa, se os líderes norte-vietnamitas aceitassem alguma alteração proposta por Thieu, mesmo que cosmética, isso poderia parecer uma vitória do Vietname do Sul.

No dia 9 de Novembro, foi publicado o plano para a retirada total dos militares estado-unidenses em dois meses.[146] A implementação imedia-
ta deste plano poderia ser melhor para a “vietnamização”, como estratégia para defender o Vietname do Sul, do que o acordo de cessar-fogo, mesmo com as alterações de pormenor que os EUA propunham ao Vietname do Norte.

No início de Dezembro, começou a ser considerada a hipótese de recomeçar os bombardeamentos a norte do paralelo 20. Laird considerava que o Vietname do Sul era o teatro de guerra mais importante. Houve uma proposta de intensificar os bombardeamentos a sul do paralelo 20 e no sul do Laos; outra de repetir o que tinha sido feito na operação Linebacker. Haig propôs a utilização de B-52 em larga escala, a norte do paralelo 20. No dia 18 de Dezembro, começou a operação Linebacker II, uma campanha de ataques aéreos, principalmente de B-52, em Hanói e arredores. Apesar do sucedido na operação Linebacker I, a destruição do sistema de defesa aérea não foi a prioridade. A operação terminou no dia 29, imediatamente após o Vietname do Norte ter esgotado os mísseis antiaéreos.[147][148][149]

A destruição do sistema de defesa aérea poderia ter sido realizada em simultâneo com a intensificação dos bombardeamentos no Vietname do Sul e no Laos, o que teria sido mais útil para estes países, no momento, e teria reduzido as perdas de aviões, as perdas de pilotos e a oposição, nos EUA, à ajuda futura ao Vietname do Sul.

O acordo de cessar-fogo foi assinado a 27 de Janeiro de 1973 e, no dia 29 de Março, os últimos militares estado-unidenses abandonaram o Vietname. Em Dezembro de 1974, os líderes norte-vietnamitas consideraram que era o momento ideal para violar o cessar-fogo de forma flagrante. Em Março de 1975, a ofensiva do ENV generalizou-se e, no final de Abril, o Vietname do Sul tinha sido conquistado. Os EUA não bombardearam nem as forças do ENV no Vietname do Sul, nem o Vietname do Norte.

Aquilo que, em 1965, fora considerado pelos EUA como necessário para vencer a Guerra Fria, não era necessário em 1975. Como política para retirar os estado-unidenses da guerra, a “vietnamização” foi bem sucedida. Mas nunca se transformou numa estratégia para defender o Vietname do Sul.

 

Referências:

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[11] Páginas 7, 18 e 42 de Kenneth Conboy, The War in Laos, 1960-75.

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[51] Páginas 35-36 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

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[55] Página 327 de Graham A. Cosmas, MACV: The Joint Command in the Years of Withdrawal, 1968-1973.

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[58] Página 326 de Graham A. Cosmas, MACV: The Joint Command in the Years of Withdrawal, 1968-1973.

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[60] Página 331 de Graham A. Cosmas, MACV: The Joint Command in the Years of Withdrawal, 1968-1973.

[61] Página 145 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[62] Página 149 de Bernard C. Nalty, The War against Trucks: Aerial Interdiction in Southern Laos 1968-1972.

[63] Páginas 529, 532 e 535 de Adrian G. Traas, Engineers at War (Washington, D.C.: Center of Military History, United States Army, 2010).

[64] Página 60 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[65] Página 416 de William M. Hammond, Public Affairs: The Military and the Media, 1968-1973 (Washington, D.C.: Center of Military History, United States Army, 1996).

[66] Página 198 de Henry Kissinger, Ending the Vietnam War.

[67] Página 532 de Adrian G. Traas, Engineers at War.

[68] Páginas 47-50 de Andrew J. Birtle, John R. Mass, The Drawdown – 1970-1971.

[69] Páginas 179-180 e 219 de David Ewing Ott, Field Artillery, 1954-1973 (Washington, D.C.: Department of the Army, 1995).

[70] http://www.2ndbattalion94thartillery.com/Chas/11th Campaign.htm

[71] Páginas 61 e 65 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[72] Adaptado da página 66 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[73] Páginas 65, 67-69 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[74] Páginas 40-44 de J. F. Loye Jr, G. K. StClair, L. J. Johnson, J. W. Dennison, Project CHECO Report: Lam Son 719, 30 January – 24 March 1971.

[75] Página 149 de Bernard C. Nalty, The War against Trucks: Aerial Interdiction in Southern Laos 1968-1972.

[76] Páginas 69-70 e 76 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[77] Páginas 44-45 de J. F. Loye Jr, G. K. StClair, L. J. Johnson, J. W. Dennison, Project CHECO Report: Lam Son 719, 30 January – 24 March 1971.

[78] Página 209 de Graham A. Cosmas, Terrence P. Murray, U.S. Marines in Vietnam – Vietnamization and Redeployment – 1970-1971 (Washington, D.C.: History and Museums Division, Headquarters, U.S. Marine Corps, 1986).

[79] Páginas 46, 3-4 e 83 de J. F. Loye Jr, G. K. StClair, L. J. Johnson, J. W. Dennison, Project CHECO Report: Lam Son 719, 30 January – 24 March 1971.

[80] Página 200 de Henry Kissinger, Ending the Vietnam War.

[81] Página 74 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[82] Páginas 47-48 e 25-26 de J. F. Loye Jr, G. K. StClair, L. J. Johnson, J. W. Dennison, Project CHECO Report: Lam Son 719, 30 January – 24 March 1971.

[83] Páginas 71-72 e 74 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[84] Página 150 de Bernard C. Nalty, The War against Trucks: Aerial Interdiction in Southern Laos 1968-1972.

[85] Páginas 75, 12 e 101 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[86] Páginas 51-52 e 102 de J. F. Loye Jr, G. K. StClair, L. J. Johnson, J. W. Dennison, Project CHECO Report: Lam Son 719, 30 January – 24 March 1971.

[87] Páginas 76, 79-80 e 96 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[88] Theo van Geffen, “U.S. Mini-air War Against North Vietnam: Protective Reaction Strikes, 1968-1972”, Air Power History, vol. 66, no. 2 (2019).

[89] Páginas 80-81 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[90] Páginas 81, 84 e 82, ibidem.

[91] Páginas 84-86, ibidem.

[92] Páginas 57-58 de J. F. Loye Jr, G. K. StClair, L. J. Johnson, J. W. Dennison, Project CHECO Report: Lam Son 719, 30 January – 24 March 1971.

[93] Páginas 203-204 de Graham A. Cosmas, Terrence P. Murray, U.S. Marines in Vietnam – Vietnamization and Redeployment – 1970-1971.

[94] Páginas 58-62 de Chris McNab, Walker Bulldog vs T-54, Laos and Vietnam 1971-75 (Oxford: Osprey Publishing, 2019).

[95] Páginas 192-194 e 215 de Donn A. Starry, Mounted Combat in Vietnam.

[96] Páginas 84-85 e 88-89 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[97] Páginas 14, 48, 55-56, 92 e 119 de J. F. Loye Jr, G. K. StClair, L. J. Johnson, J. W. Dennison, Project CHECO Report: Lam Son 719, 30 January – 24 March 1971.

[98] Páginas 452, 457 e 467 de William M. Hammond, Public Affairs: The Military and the Media, 1968-1973.

[99] Páginas 89-90, 150 e 152 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[100] Páginas 264-265 de Bernard C. Nalty, Air War over South Vietnam, 1968-1975 (Washington, D.C.: Air Force History and Museums Program, United States Air Force, 2000).

[101] Páginas 238 e 251-252 de John J. Tolson, Airmobility 1961-1971 (Washington, D.C.: Department of the Army, 1973).

[102] Páginas 62, 93-97, 102 e 107-108 de J. F. Loye Jr, G. K. StClair, L. J. Johnson, J. W. Dennison, Project CHECO Report: Lam Son 719, 30 January – 24 March 1971.

[103] Páginas 92-95 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[104] Página 193 de Donn A. Starry, Mounted Combat in Vietnam.

[105] Páginas 63, 97-98 e 117 de J. F. Loye Jr, G. K. StClair, L. J. Johnson, J. W. Dennison, Project CHECO Report: Lam Son 719, 30 January – 24 March 1971.

[106] Página 242 de John J. Tolson, Airmobility 1961-1971.

[107] Página 203 de Henry Kissinger, Ending the Vietnam War.

[108] Páginas 17-18 de J. F. Loye Jr, G. K. StClair, L. J. Johnson, J. W. Dennison, Project CHECO Report: Lam Son 719, 30 January – 24 March 1971.

[109] Páginas 332-333 de Graham A. Cosmas, MACV: The Joint Command in the Years of Withdrawal, 1968-1973.

[110] Páginas 99-104 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[111] Página 534 de Adrian G. Traas, Engineers at War.

[112] https://www.8th-4th-arty.com/or14.html.

[113] Páginas 66-67 de J. F. Loye Jr, G. K. StClair, L. J. Johnson, J. W. Dennison, Project CHECO Report: Lam Son 719, 30 January – 24 March 1971.

[114] Página 106 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[115] Páginas 107-109 e 115-116, ibidem.

[116] Página 377 de Graham A. Cosmas, Terrence P. Murray, U.S. Marines in Vietnam – Vietnamization and Redeployment – 1970-1971.

[117] http://www.2ndbattalion94thartillery.com/Chas/11th Campaign.htm.

[118] Páginas 110-111 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[119] Páginas 8 e 72-73 de J. F. Loye Jr, G. K. StClair, L. J. Johnson, J. W. Dennison, Project CHECO Report: Lam Son 719, 30 January – 24 March 1971.

[120] Páginas 111-115 e 121 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[121] Página 204 de Henry Kissinger, Ending the Vietnam War.

[122] Página 115 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[123] https://www.8th-4th-arty.com/or14.html.

[124] http://www.2ndbattalion94thartillery.com/Chas/11th Campaign.htm.

[125] Theo van Geffen, “U.S. Mini-air War Against North Vietnam: Protective Reaction Strikes, 1968-1972”.

[126] Páginas 8-10, 74-75, 78-79 e 115 de J. F. Loye Jr, G. K. StClair, L. J. Johnson, J. W. Dennison, Project CHECO Report: Lam Son 719, 30 January – 24 March 1971.

[127] Páginas 377-378 de Graham A. Cosmas, Terrence P. Murray, U.S. Marines in Vietnam – Vietnamization and Redeployment – 1970-1971.

[128] Páginas 18 e 76 de J. F. Loye Jr, G. K. StClair, L. J. Johnson, J. W. Dennison, Project CHECO Report: Lam Son 719, 30 January – 24 March 1971.

[129] Páginas 120-121 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[130] Página 483 de William M. Hammond, Public Affairs: The Military and the Media, 1968-1973.

[131] Páginas 9-10 e 138 de J. F. Loye Jr, G. K. StClair, L. J. Johnson, J. W. Dennison, Project CHECO Report: Lam Son 719, 30 January – 24 March 1971.

[132] Página 378 de Graham A. Cosmas, Terrence P. Murray, U.S. Marines in Vietnam – Vietnamization and Redeployment – 1970-1971.

[133] Página 123 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[134] Páginas 122-125 e 150, ibidem.

[135] Páginas 48-50 de Andrew J. Birtle, John R. Mass, The Drawdown – 1970-1971.

[136] Página 341 de Graham A. Cosmas, MACV: The Joint Command in the Years of Withdrawal, 1968-1973.

[137] Páginas 406 e 520 de William M. Hammond, Public Affairs: The Military and the Media, 1968-1973.

[138] Página 331 de Graham A. Cosmas, MACV: The Joint Command in the Years of Withdrawal, 1968-1973.

[139] Página 127 de Nguyen Duy Hinh, Lam Son 719.

[140] Páginas 179, 181, 184, 210, 244-245 e 279 de Henry Kissinger, Ending the Vietnam War.

[141] Páginas 290-291, 360 e 366-368 de Graham A. Cosmas, MACV: The Joint Command in the Years of Withdrawal, 1968-1973.

[142] Páginas 20, 34-37, 42-43, 46, 81-82 e 88-89 de Marshall L. Michel III, Operation Linebacker I 1972: The first high-tech air war (Oxford: Osprey Publishing, 2019).

[143] Páginas 373, 377, 381 e 384 de Graham A. Cosmas, MACV: The Joint Command in the Years of Withdrawal, 1968-1973.

[144] Páginas 7, 37-39, 42-43, 46, 81-82 e 88-89 de Marshall L. Michel III, Operation Linebacker I 1972: The first high-tech air war.

[145] Páginas 33 e 57 de Perry L. Lamy, Barrel Roll, 1968-73: An Air Campaign in Support of National Policy.

[146] Páginas 390 de Graham A. Cosmas, MACV: The Joint Command in the Years of Withdrawal, 1968-1973.

[147] Páginas 409-411 de Henry Kissinger, Ending the Vietnam War.

[148] Páginas 600-602 de William M. Hammond, Public Affairs: The Military and the Media, 1968-1973.

[149] Páginas 65, 70 e 73 de Peter Davies, F-105 Wild Weasel vs SA-2 "Guideline" SAM, Vietnam 1965-73 (Oxford: Osprey Publishing, 2011).

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1 Organização do Tratado do Sudeste Asiático (inglês: The Southeast Asia Treaty Organization) criada pelo Tratado de Defesa Coletiva do Sudeste Asiático ou Pacto de Manila, assinado em 8 de setembro de 1954. Era formada por oito países: Austrália, França, Nova Zelândia, Paquistão, Filipinas, Tailândia, Grã-Bretanha e Estados Unidos. Mais três países participavam como observadores: Vietname, Laos e Camboja.

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2022-04-21
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by COM Armando Dias Correia