Numa época em que Portugal ainda sofria as consequências da participação na Grande Guerra, com o crescendo da instabilidade política e da agitação social, as viagens aéreas protagonizadas por aviadores portugueses constituíram uma espécie de refrigério, sentido positivamente pela população. Esse ciclo das grandes viagens aéreas decorreu nos últimos anos da I República, na vigência da Ditadura Militar e no início do Estado Novo. Durante 14 anos, com maior ou menor intensidade e percepção pública, parecia que Portugal se reencontrava com a sua História. Os novos navegantes enchiam de orgulho a Nação inteira.
Essa gesta iniciou-se ainda em 1920, com a primeira viagem frustrada de Brito Pais e Sarmento de Beires à Madeira. Seguiram-se, em 1921, o voo entre Lisboa e Funchal de Gago Coutinho e Sacadura Cabral, e, no ano seguinte, a travessia aérea do Atlântico Sul pelos mesmos aviadores, que tem sido assinalada durante o corrente ano de 2022. Em 1924, foi a vez da Aeronáutica Militar voar de Lisboa a Macau, concretizando o sonho de Brito Pais e de Sarmento de Beires, com a colaboração do mecânico Manuel Gouveia. De Vila Nova de Milfontes, o avião Pátria voou rumo ao Oriente a 7 de Abril daquele ano, em direcção a Málaga, primeira etapa da longa jornada. Tudo ia bem, até que o Pátria, depois de percorridas 14 etapas, encontrou um temporal em Deli e foi obrigado a aterrar, despedaçando-se. Foi comprado, na Índia, um De Havilland 9A. A 20 de Junho, chegava ao dia da última etapa – Hanói-Macau. Tinham percorrido mais de 16000 quilómetros... Vila Nova de Mil Fontes, Málaga, Orão, Túnis, Tripoli, Bengasi, Cairo, Rayak, Bagdad, Bushire, Carachi, Jodhpur, Ambala, Calcutá, Akyab, Rangoon, Bangkok, Hanói, Macau.
No ano seguinte, surgia um novo desafio. Os aviadores Pinheiro Correia, Sérgio da Silva e Manuel António tomaram a iniciativa de voar até Bolama num velho Breguet XIV A2, que descolou da Amadora, na manhã de 27 de Março, rumo a Casablanca, passando depois por Agadir, Cabo Juby, Vila Cisneros, São Luís, Dacar e Bolama. Em 1927, Sarmento de Beires e Duvalle Portugal, o navegador Jorge de Castilho e o mecânico Manuel Gouveia, todos do Exército, propunham-se fazer a volta ao mundo, seguindo uma rota inversa à de Fernão de Magalhães no século XVI, mas os planos foram alterados e decidiram rumar primeiro ao Brasil. Partindo de Alverca, foram amarar a Casablanca, e depois seguiram para Vila Cisneros e Bolama. O que havia de inédito nesta travessia do Atlântico Sul é que ia ser tentada de noite. O resto da viagem decorreu em sucessivas etapas até Natal, Recife, Baía e Rio de Janeiro. Em Setembro de 1928, utilizando dois Vickers, os pilotos Celestino Pais de Ramos e António Oliveira Viegas partiram da Amadora em direcção a Moçambique, levando João Esteves como observador e Manuel António como mecânico. Chegaram ao destino depois de percorridos 17397 Km, em 94 horas e um minuto.
A 9 de Fevereiro de 1928, o piloto civil Carlos Bleck descolava de Alverca, para levar a cabo o primeiro voo solitário à Índia. No entanto, percorridos 7.000 km, uma avaria mecânica obrigou a uma aterragem de emergência em Gaza, na Palestina. A 1 de Novembro de 1930, o major de Cavalaria Manuel Moreira Cardoso e o tenente de Infantaria Francisco Ferreira Sarmento Pimentel levantaram voo da Amadora rumo à Índia. Foram percorridos 8.914 Km em 71h30m, em dez dias de voo. No dia 18 de Novembro, aterraram no aeródromo de Diu. No dia seguinte, foi a chegada triunfal a Goa. A 29 de Dezembro de 1930, Carlos Bleck e Humberto Cruz voaram até à Guiné e a Angola. Foi o mais extenso voo realizado, até então, pela Aviação Nacional e primeiro voo com partida e chegada à Amadora, onde aterraram em 21 de Fevereiro de 1931. A 25 de Outubro de 1934, iniciava-se a viagem de ida e volta de Humberto da Cruz e de António Lobato a Timor, terminada em 21 de Dezembro de 1934; foi a mais longa da História da aviação portuguesa, com 42.670km, e a mais minuciosamente preparada.
De todos estes feitos, o mais celebrado foi a travessia aérea do Atlântico Sul, em 1922, que suscitou grandes manifestações populares e oficiais, tanto no Brasil – com a visita do Presidente da República António José de Almeida durante a qual ali permaneceram os aviadores – como em Portugal. No seu regresso à Pátria, Gago Coutinho e Sacadora Cabral foram alvo de inúmeras homenagens, sempre rodeados de um enorme carinho popular, expresso na comparência em massa das populações nos diversos actos gratulatórios, mas que também se traduziu na publicação de livros, folhetos, folhas soltas com poemas e textos laudatórios, fotografias, números especiais de revistas e de jornais, cartazes, uma emissão filatélica (1923) e outros objectos, como emblemas de lapela, peças de cerâmica e medalhas. Em 1972, assinalando os cinquenta anos da viagem, foram emitidos selos alusivos nas colónias, e, em Moçambique, notas de 100, 500 e 1000 escudos com a mesma temática. Já em 1969 tinha saído no Continente uma série de selos assinalando o centenário do nascimento de Gago Coutinho. Em 1978, será emitida uma nota de 20 escudos com a sua imagem. Um novo selo foi emitido em 2019, na série «vultos da História e da Cultura», e, em 2022, a 30 de Março, entrava em circulação uma nova série de selos e um bloco assinalando a efeméride centenária. A longevidade de Gago Coutinho (falecido em 1959), em contraste com a prematura morte de Sacadura Cabral (1924), explica que a fama do primeiro tenha obnubilado a do segundo.
De toda a mamorabilia alusiva à travessia de 1922, destacam-se os postais ilustrados. Vivia-se, então, também em Portugal, o apogeu ou «idade de ouro» do bilhete-postal ilustrado, cuja produção e coleccionismo se afirmaram desde finais do século XIX.
Esse desenvolvimento foi favorecido pela melhoria dos serviços de correio e dos meios de transporte que facilitavam a circulação postal a nível internacional, mas também por alterações na própria sociedade, com uma maior alfabetização que aumentou exponencialmente os hábitos epistolares. Começaram então a produzir-se enormes quantidades de postais ilustrados que as pessoas compravam, enviavam e coleccionavam, apresentando os mais diversos temas: cenas românticas e familiares, mensagens de felicitações (boas-festas, feliz ano novo, aniversários), flores, pássaros, caricaturas, reproduções de obras de arte, vistas de localidades e de monumentos, etnográficos, eróticos, personalidades históricas, figuras célebres. Era todo um universo a preto e branco ou colorido que se revelava, utilizando diversas técnicas de impressão, a tipografia clássica – normalmente de reduzida qualidade – a litografia, a cromolitografia, a fototipia e a fotografia. À medida que o coleccionismo se especializava, foram surgindo estudos e uma bibliografia cada vez mais rigorosa, por vezes sobre temas específicos. São bons exemplos o excelente dicionário de A. W. Coysh para os postais ingleses de 1894 a 19391, os catálogos de Furio Arrasich para os postais italianos2, de Alain Weill sobre Alphonse Mucha3, de Joahn Laffin sobre os postais da Grande Guerra4 e a enorme bibliografia disponível sobre os postais norte-americanos5. Vejam-se também os nossos estudos sobre os postais republicanos6 e da Grande Guerra7. No entanto, uma parte muito considerável da bibliografia existente limita-se à reprodução pura e simples de espécimes, o que torna essas obras limitadas à componente estética, ou então não passam de relações e de preçários, como sucede com outros coleccionáveis, sem grande profundidade e rigor, privilegiando apenas a componente comercial.
Se é verdade que, em Portugal, são relativamente pouco numerosos os exemplares datados de finais do século XIX, a partir do início da centúria seguinte regista-se uma avalanche de postais ilustrados de todos os tipos, impressos em Portugal ou no estrangeiro – Alemanha, Áustria – tanto de editores nacionais instalados em Lisboa e no Porto, como de um número cada vez maior de editores locais, por vezes em parceria com os primeiros.
O desenvolvimento da fotografia teve como consequência o aparecimento cada vez mais frequente de postais fotográficos, tratando-se de facto de fotografias, impressas em papel que muitas vezes já apresentava no verso a indicação de se tratar de um bilhete-postal, até em várias línguas. O caso de J. Bárcia é exemplar, mas existem muitos outros fotógrafos portugueses que nos deixaram inúmeros testemunhos do seu tempo, assinados ou não, sob a forma de postais fotográficos, que ganharam um novo fôlego a partir dos anos quarenta do século XX, graças a António Passaporte.
Em Portugal, o postal ilustrado revelou-se em todo o seu esplendor com extensas colecções difíceis de reconstituir hoje em dia se não possuirmos informações complementares. O catálogo de Paulo Emílio Guedes, publicado em 19048, é um dos raros exemplos que nos permite avaliar com segurança a dimensão do fenómeno. Aquele editor dispunha então de numerosos postais topográficos de várias localidades do país, mas também de colecções específicas de retratos de actores (48 postais), escritores (23), músicos (16), toureiros (8), teatro (31), outros representando a família real, e ainda duas colecções alusivas às visitas a Portugal de Afonso XIII (34) e de Eduardo VII (25). Surgiram então em todo o mundo milhares de postais, numa época que vai desde o seu aparecimento, na década de noventa do século XIX, até ao rescaldo da Grande Guerra9. Em Portugal, merecem destaque os editores Paulo Emílio Guedes, Faustino Augusto Martins e Alberto Malva, de Lisboa, Emílio Biel, Carlos Pereira Cardoso e Alberto Ferreira, do Porto.
Um momento importante para o desenvolvimento da moderna cartofilia portuguesa foi a exposição realizada em Bragança, em 1984, sobre o bilhete postal em Portugal na primeira metade do século XX, e o livro então publicado pela respectiva Câmara Municipal10, com referência a 5182 postais, muitos dos quais eram ali reproduzidos. E também a exposição organizada por Klaus Grüner, em 1989, no Rio de Janeiro11. A partir de então, surgiram diversas obras, umas utilizando o bilhete postal como mero documento visual, testemunhando transformações urbanísticas ou fixando apontamentos etnográficos, outros indo mais longe, procurando elaborar verdadeiros catálogos com editores e colecções. Os coleccionadores especializaram-se, repartindo-se por opções desde a topográfica, a mais disseminada, até aos temas dependendo do gosto de cada um: feiras e mercados, etnografia, fachadas ou interiores de estabelecimentos comerciais, comboios, coretos, teatros, edifícios de câmaras municipais, estações de caminho de ferro, carros eléctricos, ilustradores, caricaturas, etc., etc…
Uma grande percentagem de postais ilustrados não apresenta qualquer informação quanto ao editor e, por vezes, nem sequer a tipografia onde foi impresso. Podem ser entidades distintas, o editor, o impressor, o armazenista e o vendedor a retalho. Muitas vezes, o postal indica a casa comercial onde era vendido, com a morada aposta com um carimbo. Mesmo quando o editor é identificado, sobre muitos deles pouco ou nada sabemos, salvo as informações que possam surgir nos anuários e almanaques comerciais ou nos anúncios publicitários da imprensa, cuja consulta é fundamental. Quando se trata de desenhos ou pinturas, os autores são normalmente identificados. Outra dificuldade reside na datação. Raríssimos postais apresentam a data de edição. Noutros casos, o desenho, a fotografia ou a pintura estão datados, mas a sua execução pode muito bem ter sido anterior e por vezes muito anterior – à impressão do postal.
Como era natural, a Travessia Aérea do Atlântico Sul foi objecto de numerosos postais ilustrados que assinalaram o feito e glorificaram os seus autores. Sem pretendermos ser exaustivos, destacamos a produção de editores de Lisboa – Litografia Portuguesa, Casa Henriques Torres, Marques & Ramos, Tipografia da Rua da Palma, Alves Correia Ltdª, Alfredo Barros, Havaneza de S. Bento (com quatro postais), Fernandes & Cia Ltdª, Filipe do Nascimento, Casa Holandesa, Tipografia Risa Lima, Monteiro Pereira, Roque Sucessores; do Porto – Monteiro, Litografia Comercial, Abílio, Papelaria Chic Portuense; noutras localidades – Olhanense Limitada, Vicentes (Funchal), Artes Gráficas (São Miguel); e também entidades como os Correios e Telégrafos, a Companhia de Seguros Comércio e Indústria e a Companhia Nacional e Alimentação, e até um editado nos Estados Unidos da América, em Boston.
Regra geral, esses postais apresentam os retratos dos dois aviadores, com o mapa do Atlântico Sul, com a viagem e as diversas etapas, por vezes acompanhados pela imagem de Pedro Álvares Cabral e a natural analogia entre a viagem do descobridor e a aventura dos novos argonautas. Ou melhor, aeronautas. Lá está a cena da chegada de Cabral ao Brasil e a primeira missa ali celebrada. O Adamastor, furioso com o triunfo dos navegadores, protegidos por divindades aquáticas e a frase «por ares nunca navegados» sublinhando a analogia, adaptando o verso de Camões no início de Os Lusíadas. Confundem-se naus e aviões – as naus do presente –, no meio de louros, da icónica Torre de Belém, dos escudos de Portugal e do Brasil. Exalta-se a «ditosa Pátria que tais filhos tem», numa adaptação do VIII Canto de Os Lusíadas. Também surge o Presidente António José de Almeida, que concretizou a primeira visita de um Chefe de Estado de Portugal ao Brasil, gorada como foi a projectada viagem do rei D. Carlos, em 1908, devido ao regicídio.
Desse momento, em que os portugueses celebraram o feito de Gago Coutinho e de Sacadura Cabral, participando em massa nas manifestações gratulatórias, alheando-se por algum tempo dos graves problemas com o país de debatia, ficaram os testemunhos escritos e gráficos, e toda uma panóplia de objectos comemorativos. De entre eles, destacam-se os bilhetes postais ilustrados, esses pequenos cartões coloridos que circularam no país e no estrangeiro, levando consigo o orgulho de um povo nos seus novos navegadores.
Postal de editor desconhecido, apresentando, ao cimo, os retratos laureados dos aviadores, a Torre de Belém e o avião «Lusitânia». Em baixo, as repúblicas irmãs – Portugal e Brasil – abraçam-se. Alguns versos celebram Coutinho e Cabral.
Autor: Abílio, gravador, Porto.
Homenagem aos aviadores, da Companhia de Seguros Comércio e Indústria,com sede em Lisboa e no Porto.
Postal da Litografia Progresso, do Porto, da autoria de Elói Mendes, com os retratos dos aviadores, o «Lusitânia» e os escudos português e brasileiro.
A temática camoniana está presente no verso adaptado de Os Lusíadas.
Curioso postal, certamente editado por emigrantes portugueses em Boston. É idêntico a outro, da editora Marques & Ramos, de Lisboa, com uma diferença: para além dos retratos dos aviadores e de Pedro Álvares Cabral, com as datas 1500 e 1922, da Torre de Belém, de uma caravela e de um navio, às bandeiras portuguesa e brasileira junta-se a bandeira norte-americana.
Repete-se o verso de Os Lusíadas do postal anterior.
Postal da Papelaria Chic Portuense, do Porto, com os retratos dos aviadores e o avião. Uma cercadura de sabor manuelino enquadra outros elementos camonianos: o Adamastor, furioso com o sucesso dos novos descobridores e as Tágides, acarinhando os heróis.
Homenagem da empresa Fernandes & Cia Ltd, de Lisboa. Com os retratos dos aviadores, rodeados de louros, as suas assinaturas autógrafas, e a rota da viagem. De novo, Camões está presente num excerto de Os Lusíadas.
Do editor Monteiro Pereira, este postal apresenta os retratos de Sacadura Cabral e de Gago Coutinho, com a Cruz de Cristo, ladeados de anjos, sob o «Lusitânia». Em baixo, os escudos nacionais dos dois países e cenas da partida de Pedro Álvares Cabral e da sua chegada a terras brasileiras.
Postal fotográfico da Casa Alves Correia, de Lisboa, reproduzindo uma placa em baixo relevo à venda naquele estabelecimento, em que a República Portuguesa, com uma palma na mão, saúda os aviadores. O autor parece ser Simões Sobrinho – José Simões de Almeida ou Simões de Almeida (Sobrinho), a quem se deve o busto oficial da República.
Postal de E. V. Marques, de Lisboa, impresso na Tipografia Roza Lim. Para além dos aviadores, do avião, da Torre de Belém e de uma caravela com a data de 1500, apresenta o retrato do Presidente da República António José de Almeida, então em visita oficial ao Brasil.
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1 A. W. Coysh, The Dictionary of Picture Postcards in Britain 1894 – 1939, Aberdeen, Antique Collector’s Club, 1984, 310 p. Neste livro encontramos uma excelente e exaustiva bibliografia, a pp. 235 a 244.
2 FurioArrasich, Catalogo Della Cartolina Italiane, Roma, Edizioni La Cartolina, 1985.
3 Alain Weill, Alphonse Mucha. Toutes les Cartespostales, Uppsala, Hjert&Hjert,1983.
4 John Laffin, World War I in Postcards, Gloucester, Alan Sutton Publishing, 1988.
5 Susan Brown Nicholson, The Encyclopedia of Antique Postcards, Rednor, Wallace-Homestead Book Company, 1994.
6 António Ventura, Os Postais da Primeira República, Lisboa, Tinta da China, 2010; Mais Postais da Primeira República, Lisboa, Tinta da China, 2010.
7 António Ventura, Portugal na Grande Guerra. Postais Ilustrados, Lisboa, Tinta da China, 2015.
8 Catálogo dos Bilhetes Postais Ilustrados de Paulo Emílio Guedes. Outubro de 1904, Lisboa, Papelaria e Tipografia La Bécarre, 1904.
9 Ado Kyrou, L’Age d’Or de la Carte Postale, Paris, André Balland, 1966.
10Vicente de Sousa e Neto Jacob, Portugal no 1º Quartel do Séc. XX documentado pelo Bilhete Postal ilustrado, Bragança, edição da Câmara Municipal, 1985.
11Colecção Klaus Grüner. Recordando Portugal em antigos Bilhetes Postais, Rio de Janeiro, Yolanda Roberto Marketing & Projectos Culturais, 1989, 82 p.
Professor catedrático, Diretor da Área de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Académico de Número da Academia Portuguesa da História e Académico Correspondente da Academia de Marinha.
Proferiu conferências e participou em congressos científicos, nomeadamente, em Espanha, França, Itália, Suíça, Estados Unidos da América, Canadá, Macau, China, Luxemburgo, Polónia e Rússia.
Tem cerca de 200 trabalhos publicados, entre os quais 57 livros.