Vice-Almirante António Emílio de Almeida Azevedo Barreto Ferraz Sacchetti
Sócio Efectivo da Empresa da Revista Militar
SÓCIO CORRESPONDENTE da Academia das Ciências de Lisboa
No dia 09 de Outubro de 2008, em acto solene realizado na Academia das Ciências de Lisboa, o Vice-Almirante António Emílio Ferraz Sacchetti, apresentou a sua primeira comunicação como novo Sócio Correspondente da Academia. O Vice-Almirante Ferraz Sacchetti foi eleito em 06 de Março de 2008, integrando a sétima Secção da Classe de Ciências de Engenharia e Outras Ciências Aplicadas.
“A Academia das Ciências de Lisboa é constituída por duas classes académicas - Classe de Ciências e Classe de Letras - sendo cada uma constituída pelos sócios efectivos (ou de número) e pelos sócios correspondentes, distribuídos por sete secções em cada classe, e ainda por sócios correspondentes estrangeiros.
Os sócios das categorias de efectivos e de correspondentes são escolhidos de entre cidadãos (ou cidadãs) de nacionalidade portuguesa, originária ou adquirida, que tenham produzido obra literária ou científica de reconhecido mérito e se encontrem em condições de prestar à Academia colaboração efectiva.
Cada uma das secções é integrada por cinco sócios efectivos, correspondendo a cada um deles uma cadeira numerada na sala das sessões da Academia, e dez sócios correspondentes.” (extracto dos Estatutos)
A sessão foi presidida pelo Professor Doutor Adriano Moreira, gestor da Academia no cumprimento da função de presidente do seu Conselho Administrativo, tendo participado académicos, altas figuras da hierarquia militar, sócios efectivos da Revista Militar, camaradas dos cursos frequentados pelo Almirante, seus antigos alunos, familiares e outros amigos. Para além da comunicação do Vice-Almirante Ferraz Sachhetti, “O Mar Português e a Fronteira Marítima Europeia”, destacaram-se as saudações ao Novo Académico e os comentários à sua intervenção, realizados por parte de Académicos participantes.
Ao iniciar a sua comunicação o Vice-Almirante Ferraz Sacchetti referiu as cartas que Joaquim Pedro Oliveira Martins [esta precisamente naquele dia (09 de Outubro, mas de 1890)] e Manuel Pinheiro Chagas escreveram a António Emílio de Almeida Azevedo (avô do Vice-Almirante Sacchetti) anunciando, participando e enviando o diploma que lhe conferia o título de “sócio correspondente da Academia Real das Sciencias de Lisboa na Classe de Sciencias Moraes, políticas e bellas lettras.”
Na sua comunicação, que segundo o autor também poderia ter o título, “Do Mapa Cor-de-rosa ao Mar Interterritorial Português”, o Vice-Almirante Ferraz Sacchetti, salientou que não seria, “tão útil projectar a nossa acção com base no passado, mas temos que saber responder aos desafios de hoje, para podermos ter futuro”. Analisou o passado, Conferências de Bruxelas (1876) e de Berlim (1885) e da ONU [Primeira Conferência do Mar (1958), Segunda (1960) e Terceira (1974), mas aprofunda o desenvolvimento actual no âmbito da União Europeia, nomeadamente o Tratado de Lisboa. Explicou a criação, em Portugal, da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, que em 2009 apresenta na ONU os estudos para justificar a extensão da soberania portuguesa, em exclusividade, sobre determinadas áreas do leito do mar e subsolo marinho e da Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar, que elaborou, em 2007, a Estratégia Nacional para o Mar. A comunicação terminou afirmando, “Não são necessárias mais análises de situação, nem mais estudos globais, mas temos que apresentar propostas de acção equilibradas e exequíveis. Sabemos o que fazer, sabemos como fazer, resta mesmo fazer. E, nesta matéria, não será a situação internacional que nos tolhe os passos. A inovação é hoje mais útil do que nunca na descoberta do caminho a seguir e na elaboração das alternativas a submeter a quem decide.”
A eleição do Vice-Almirante António Ferraz Sacchetti confirma a importância da contribuição científica emergente do mundo da segurança e defesa surgindo na continuação do relevo dado pela Academia das Ciências de Lisboa à vertente militar, desde que foi fundada, no reinado de Dona Maria I, em 24 de Dezembro de 1779, durante o Iluminismo. Esta assunção do Vice-Almirante António Ferraz Sacchetti, confirma a projecção da Revista Militar na vida cultural portuguesa através de Académicos, havendo do grupo dos 26 Fundadores (1848) três (Ciências) e ao longo dos anos mais dezoito, entre os quais o General Câmara Pina (Ciências), eleito sócio correspondente em 19Jan1967, efectivo em 02Mai1974 e tendo sido presidente da Academia em 1979; o Coronel Carlos Gomes Bessa (Letras), sócio efectivo da sétima secção, Sociologia e Outras Ciências Humanas e Sociais, eleito em 24Jul2008 e o General José Alberto Loureiro dos Santos, eleito sócio correspondente em 19 de Março de 2008, para a sétima secção da Classe de Letras, Sociologia e Outras Ciências Humanas e Sociais.
António de Oliveira Pena
Coronel, Director-Gerente do Executivo da Direcção da Revista Militar