Nº 2431/2432- Agosto/Setembro de 2004
Pessoa coletiva com estatuto de utilidade pública
Crónicas - Crónica Bibliográfica

PENSAR A ESTRATÉGIA

do Político-Militar ao Empresarial

 
Edições Sílabo apresenta mais uma novidade editorial dedicada à teoria da estratégia. O debate de ideias dos estrategos António Horta Fernandes, doutor em História das Ideias e Francisco Abreu, mestre em Estratégia e doutorando em Filosofia das Ciências, trava-se com fino trato e elevação, mas mostra bem as visões diferenciadas que possuem sobre os mais diversos assuntos relacionados com a Estratégia.
 
As pistas seguidas são da maior actualidade e sobre elas destacam-se os comentários do mestre em Estratégia, António Paulo Duarte, do doutor em Management, José Manuel Fonseca e do doutor em Filosofia, Viriato Soromenho-Marques. O trabalho está ainda enriquecido com o Posfácio do Tenente-General Abel Couto, Sócio Efectivo da Revista Militar, que mais uma vez como docente e estratego valoriza a componente multifacetada da reflexão realizada ao redor da “nova base conceptual da estratégia”, estudada pelo General nos últimos anos da sua carreira militar e mais uma vez trabalhada por dois dos seus discípulos mais empenhados.
 
Nesta limitada recensão da obra fica-se com uma certa angústia por dois motivos. Por um lado apetecer voltar aos anos 80 do século passado, quando se estudou Paul Virilio, para rever a fase do arquitecto, sociólogo de excelência, dedicada à preocupação em traçar a “genealogia da Estratégia” valori­zando-a como ciência de riscos. Por outro, desejar transmitir muito do dito nos quatro componentes, texto principal - O Debate - mas também na segunda parte - Os Comentários - na terceira, Para além do debate e no Posfácio, mas o espaço em caracteres aconselha que se fique pelos Debate e Comentários.
 
No Debate, Horta Fernandes propõe que, “em vez de estratégia empresarial”, se trabalhem, “recursos analógicos que são susceptíveis de transferir para o empresarial” e no seu final “Ainda e sempre, a favor da Estratégia Empresarial” diz Francisco Abreu, “Mas o ponto focal deste nosso debate, (...), é o do alargamento das fronteiras do saber estratégico à rivalidade interempresarial”.
 
Em Os Comentários salientam-se duas partes iniciais e o seu final. Paulo Duarte começa com “O debate estratégico em Portugal tem pouquíssima expressão. É assim salutar a dialógica estratégica que opôs Horta Fernandes a Francisco Abreu” e Manuel Fonseca diz “Para além do verdadeiro significado da palavra estratégia, da sua verdadeira origem, da sua pureza conceptual e da propriedade da sua utilização, o que me interessa é reflectir sobre a sua utilização efectiva”, por fim os comentários terminam com, “Para que o nosso coração possa continuar a acalentar a esperança de uma paz com justiça e de uma justiça que não se sacrifique numa mobilização bélica permanente é preciso começar por não lhes pedir, ao coração e à vontade, aquilo que eles não podem, naturalmente, dar.”, texto de Soromenho-Marques.
 
A Revista Militar agradece a “Edições Sílabo, Lda” o exemplar enviado para a sua Biblioteca, felicita a editora por mais esta excelente obra e todos os seus autores e intervenientes, estrategos e académicos bem conhecidos da Revista, que aqui se convidam a dispor do seu espaço para publicação de textos sobre este importante tema.
 
António Pena
antoniopena@netcabo.pt
Coronel, Director-Gerente do Executivo da Direcção
 
 
Coronel
António de Oliveira Pena
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