Em Maio passado completou setenta anos a Révue de Défense Nationale, órgão de grande difusão de assuntos da defesa de França, com quem a Revista Militar mantém estreitas relações desde o início da sua publicação e onde tem recolhido importantes ensinamentos.

 

A Révue, aparecida em Maio de 1939 quando sinais de guerra se sentiam na Europa, interrompeu a sua publicação logo em Setembro desse ano. Reapareceu com o final da guerra, em Julho de 1945. Retomando a sua linha editorial, cuja finalidade “seria chamar a atenção para os grandes problemas que, a título diverso, interessam à defesa nacional e que solicitam a participação de todas as actividades do Império”, o General Alfred Juin, escrevendo naquele número, reafirmava “a universalidade da defesa e a necessidade de caldear ideias que possam servir às construções do futuro”.

 

Nas suas páginas escreveram “os quatro Generais do Apocalipse”, Ailleret, Beaufre, Galois e Poirier, e também o chefe da orquestra, o General de Gaulle. Também um dos grandes actores no debate estratégico, Raymond Aron, deixou a sua marca com artigos que ainda merecem reflexão. Todos os que em Portugal se interessavam pelas questões da defesa e pelas interrogações da estratégia esperavam ansiosamente o próximo número.

 

A Révue acrescenta agora ao seu título inicial de Défense Nationale mais Sécurité Collective. São os tempos do ambiente estratégico que se vive, em que a segurança colectiva constitui uma responsabilidade de todos sem esquecer que a defesa é responsabilidade das pátrias.

 

Queremos deixar nestas páginas da Revista Militar a nossa homenagem à Revue de Défense Nationale, saudando a nossa congénere e desejando que nos continue a proporcionar páginas de reflexão para as questões da defesa e do seu instrumento principal que são as Forças Armadas.

 

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*      Presidente da Direcção da Revista Militar.