2010 - A Força Aérea Portuguesa durante as últimas campanhas do Império, 1954-1975
Conclusões
Nas duas intervenções que ouvimos sobre a actuação da Força Aérea Portuguesa durante as Últimas Campanhas do Império, podemos distinguir duas visões distintas. Uma primeira, dando-nos uma visão global sobre o potencial aéreo e a forma como ele foi crescendo com a evolução da campanha e outra mais particular, abordando aspectos específicos do apoio aéreo às operações.
A Força Aérea Portuguesa, que nos anos cinquenta do século XX já estava instalada no Estado Português da Índia, operando os Transportes Aéreos do Estado, iniciou as operações aéreas em Março de 1961, em Angola, com meios escassos mas já com infra-estruturas que tinha começado a construir num esforço que procurava cobrir o território. A primeira Companhia de Tropas Pára-quedistas desembarca em Angola em 16 de Março de 1961 e as operações aéreas, com meios escassos limitados a aviões ligeiros e aviões PV2, iniciam-se no Norte do território a partir das bases de Luanda e Negage.
Os meios foram evoluindo para aviões de transporte e de apoio aéreo próximo, com a entrada em funcionamento de aviões F-84 e F-86, NordAtlas e outros, terminando com os helicópteros e aviões de transporte Boeing 707. Ao mesmo tempo que as infra-estruturas aeronáuticas se iam estendendo a todo o território, a abertura de frentes de luta na Guiné e Moçambique obrigou a diversificar meios e a aumentar capacidades necessárias ao potencial aéreo. O esforço requerido à Força Aérea Portuguesa, em instrução, treino, meios e desenvolvimento de procedimentos foi persistente e consistente.
Na sua capacidade operacional no apoio às operações, quer no apoio de fogo, quer no apoio de transporte, quer na evacuação de feridos e doentes, o helicóptero trouxe à Força Aérea Portuguesa inovações inestimáveis, que nos foram relatadas, de forma viva e entusiasmante, pelo Excelentíssimo Tenente-general PilAv Pereira da Cruz.
As capacidades da Força Aérea nas operações de contra-insurreição foram demonstradas nas campanhas desenvolvidas pelas Forças Armadas portuguesas, de 1961 a 1975, como continuam hoje em dia a ser evidenciadas em conflitos que se desenvolvem no globo.
______________
* Presidente da Direcção da Revista Militar.