Relações Internacionais: Geopolítica e geoestratégia - O Estudo e a Problemática
A intenção do Autor é colocar à disposição dos discentes da Universidade Lusófona um Manual, síntese das matérias que ministra no âmbito da Licenciatura em Ciência Política, Lusofonia e Relações Internacionais.
No desenvolvimento da publicação, após fazer uma sucinta apresentação sobre a importância do estudo das Relações Internacionais, aborda:
- numa primeira parte, o que entende serem os instrumentos da política internacional dos estados e daquilo que designa por “controlo internacional”, para, após apresentar “as grandes leituras da realidade mundial”, se deter no que considera constituírem “os três grandes paradigmas das Relações Internacionais” e na apresentação das Escolas e Doutrinas das Relações Internacionais sobre cujas Teorias retira conclusões; termina, esta parte, com considerações sobre o impacto nas relações internacionais e no sistema mundial das manifestações de poder, estendendo a sua explanação à hierarquia das potências e aos “mais significantes e importantes tipos de poder”.
- numa segunda parte, apresenta aspectos da caracterização e da classificação dos “sistemas políticos internacionais” e dos Actores que neles foram intervindo, as suas potencialidades e vulnerabilidades, enfatizando o protagonismo do Estado-Nação; conclui esta segunda e última parte com um chamamento de atenção para a evolução da influência do “sistema europeu” e para “a nova ordem e a mudança da conjuntura”, onde sublinha a dinâmica da globalização que baliza e a génese das crise que tipifica, e, termina, elencando algumas questões que decorrem do que designa por “incertezas geopolíticas e geoestratégicas que afectam o Mundo e a manutenção da Ordem possível”.
A Revista Militar agradece ao Autor e Sócio Efetivo, Coronel Tirocinado Piloto-Aviador António Viana de Almeida Tomé, a gentil oferta da publicação que bem atesta o seu dedicado esforço como docente na Universidade Lusófona.
Tenente-general João Carlos de Azevedo de Araújo Geraldes
Vogal da Direção da Revista Militar
2011 o ano em que o mundo quase acabou
O mundo quase acabou em 2011. Harold Camping, líder do auto intitulado “Family Radio Worlwide”, movimento cristão que tinha anunciado o fim do mundo para o dia 21 de Maio, refez os seus cálculos e determinou que, afinal, seria no dia 21 de Outubro. Contudo, por qualquer erro de computação ou inexplicável providência divina, tal também não aconteceu.
Pedro Esgalhado, Coronel do Exército na situação de Reserva, publicou este livro de 52 crónicas, escritas no período de Novembro de 2010 a Outubro de 2011, cobrindo os acontecimentos mais relevantes para o Povo Minimeco, nação fictícia muito semelhante a uma bem real que é a portuguesa. Numa espécie de balanço para a posteridade, estes relatos debruçam-se sobre uma colectividade reverente e submissa internamente e ainda mais em relação ao exterior, com algumas oportunas citações de Fernão Lopes, Eça de Queirós e Guerra Junqueiro que se ajustam aos nossos tempos porque intemporais.
Sátira política e social, sarcasmo e linguagem irreverente, desveneração metafórica, chama os titulares dos órgãos de soberania de “micromecos”, os cidadãos de “minimecos”, o Primeiro-Ministro de “micromeco gerente”, o Ministro das Finanças de “ministro dos fundos”, à União Europeia de “Confederação Faquioutu”, à alternância no poder de “ofício de alterne”, às questões políticas de “politiquês” e económicas de “economês”.
As crónicas debruçam-se sobre temáticas genéricas e também particulares como a política, a economia, o ensino, a justiça, o emprego, o futebol, o sistema prisional, as directivas europeias, o corporativismo, o uso do véu islâmico, os rascas e os à rasca, os contribuintes, a escola, os direitos liberdades e garantias, etc.
Opina ainda sobre a crise, a classe política, o sistema eleitoral, as finanças públicas, a dívida pública, a tributação fiscal, a segurança, o clientelismo, a distribuição de sinecuras, tudo sem necessidade de recurso a elaboradas discussões metafísicas ou emaranhados formalismos éticos ou jurídicos.
Observador atento e interveniente, patriota no sentido amplo do termo, linguagem descomplexada, alegórica, arejada, descomprometida e independente, sem recurso a ofensas gratuitas e pessoais, apelando ao fim do Portugal acomodado, amodorrado, inseguro e irresponsável.
Considerando o povo como o elemento mais importante do poder nacional, exorta as pessoas ao exercício da cidadania, à abnegação, aos valores da exigência e do trabalho, mas também da irreverência, da insubmissão e da indignação. Apelo ainda à profunda revisão dos privilégios económicos e sociais e não só e apenas à substituição dos privilegiados de outrora por outros recém-chegados ao palco do poder, fenómeno que se verificou nas últimas décadas.
Criteriosamente apresentadas, num volume de 192 páginas, de bom aspecto gráfico, ficam estas crónicas à disposição dos leitores interessados, constituindo um valioso contributo para a análise política e social do nosso tempo e em particular do ano de 2011, ano em que o mundo esteve para acabar.
A Revista Militar agradece a oferta da obra “2011 O ano em que o mundo quase acabou” e felicita o Coronel Pedro Esgalhado.
Major-general Manuel de Campos Almeida
Vogal da Direcção da Revista Militar